A busca do alivio imediato pode ter consequências elevadas e dolorosas a medio/longo prazo
Sabia que comer é uma fonte natural de prazer? Porque é tão difícil adaptar a hábitos alimentares regulares e saudáveis? Porque preferimos adiar, para mais tarde, o prazer de comer? Por ex. esperar pelo final do dia pela refeição mais importante, quer esteja ou não consciente ao escolher este tipo de comportamentos/ rotinas, estão criadas as condições e ambiente para o “festim” (ingestão compulsiva, apetite voraz, empanturrar-se - binge eating).
Desde muito cedo nas nossas vidas, descobrimos que existe um tipo de alimentos que quando ingeridos em certas quantidades, proporcionam uma sensação de alívio e bem estar (por ex. doces, e outros alimentos excessivamente caloricos). Para alguns indivíduos, ingerem alimentos porque lhes proporcionam o maior alívio possível. Comemos para aliviar a pressão do dia.
Só exageramos em certo tipo de comida porque nos proporciona alívio, caso contrário, não o faríamos.
Assim, começamos a acreditar que até conseguimos manipular o nosso cérebro activando determinados “interruptores” que interferem e condicionam o nosso estado físico e emocional. Certos alimentos são a “ferramenta” que despoleta e controla esses “interruptores”. Podemos aprender desde a nossa infância, antes mesmo de nos tornarmos completamente conscientes da pessoa que somos, a controlar e a manipular estes “interruptores”, especialmente se o nosso cérebro apresenta determinada predisposição genética para a adicção. Quanto mais vezes conseguir manipular o processo químico do cérebro, acreditando que está a controlar, mais dependente irá ficar da busca da sensação de alívio e bem-estar. Eventualmente, este “ciclo vicioso” pode torna-lo/a num/a dependente (adicto/a) a este tipo de sensação de alivio e necessidade de controlo pela libertação de químicos no cérebro.
Este mecanismo complexo está relacionado com a adicção, sendo o responsável pela desordem alimentar. Interpretar e descodificar este mecanismo requer apoio e conhecimento, e acima de tudo motivação para a recuperação (mudança de estilo de vida).
Sozinho não irá conseguir adquirir conhecimento e competências suficientes que permita controlar a adicção. Necessita de ajuda específica e orientação capaz de compreender a complexidade deste problema serio de saúde. Também necessita de aliados (pessoas conhecedoras e experientes) que o/a ajudem a viver com a adicção (desordem alimentar).
Na sua experiencia, qual ou quais os alimentos que você ingere que lhe proporcionam a sensação de alivio referido no texto?
Na sua opinião, qual a diferença entre apetite e fome? Identifica problemas de gestão de stress na sua vida? Identifica problemas de imagem corporal e de assertividade?