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Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Efeitos da dependência substâncias psicoactivas, incluindo o álcool, nas crianças da familia

Como consequência da adicção, muitas vezes as crianças são as mais esquecidas e negligenciadas neste processo disfuncional dentro da familia. O dependente de substâncias psicoactivas lícitas, inlcuindo o alcool e as ilícitas está preocupado (obsessão) com as drogas, o alcoólico fica preocupado (obessão) pelo beber compulsivo e a família fica preocupada com os comportamentos disfuncionais do dependente de substancias / alcoólico consciente do efeito nocivo nas crianças - porque elas são esquecidas. Perante este drama na família, os adultos não dispõem de disponiblidade para acompanharem as crianças no seu desenvolvimento, visto andarem preocupados uns com os outros

Algumas afirmações, acerca das CRIANÇAS, efetcuadas por alguns profissionais :
- Têm baixa auto-estima

- É provável que o rendimento na escola seja reduzido ou são demasiado responsaveis (excelentes alunos), comportando-se como uns “adultos” pequenos.
Não usufruem do convívio com outras crianças da sua idade, tornam-se uns perfecionistas e demasiado exigentes consigo mesmo.

São mais facilmente afectadas por sentimentos de frustração e rejeição do que aquelas crianças cujos lares não existe o factor álcool/drogas.

Têm problemas de ajustamento nos relacionamentos ( consigo mesmo e com os outros, por ex. auto conceito, limites ) durante a adolescência e na transição para a fase adulta.
Papeis que as crianças desempenham no seio da familia disfuncional.

Acerca do papel desempenhado pelo “rebelde“ é verdade aquilo que se afirma; é a criança que recebe mais atenção e por vezes é o “ bode espiatorio“ de alguns problemas existentes na familia, é aquele que mais tarde, provavelmente, irá pedir ajuda ou receber apoio, caso surgem problemas, contudo este papel é desempenhado por uma minoria nas familias de alcoolicos e ou dependentes de substâncias psicoactivas.

A maioria das crianças “apanhadas” nesta rede – disfuncionalidade na família, têm uma imagem de si próprias “ Está tudo bem...não se preocupem comigo”. São crianças aparentemente seguras, responsaveis e bem humoradas.Algumas crianças assumem o papel de adultos. São pais dos pais.

O papel da criança “ responsavel” é aquele que cuida das outras crianças na família, cuida das tarefas das casa, faz as compras, incluindo as bebidas alcoólicas para o alcoólico na família, são organizados, desenvolvem conhecimentos sobre liderança e estudam no “duro” na escola. São os pais dos seus pais.

A criança que se "ajusta/adapta" a todas as situações problematicas dentro da familia sente-se muitas vezes responsável por todos e pelos sentimentos dos outros, é bom ouvinte, dá bons conselhos, separa os progenitores durante as agressões, protege os irmãos mais novos, procura ajustar-se às crises na família por ex: ameaças de abandono do lar, ameaças de violência, violência domestica.

"O pacificador", "apaziguador", “ paz a qualquer custo“, na maioria dos casos sente-se responsável pelos acontecimentos, desenvolve niveis elevados de sentimentos de culpa, ansiedade e vergonha. Em alguns casos acredita que a causa dos problemas está em si próprio, porque não consegue tranquilizar os progenitores

A maioria das crianças combina com 2 ou 3 destes papéis, acima mencionados, na relação familiar. Aparentam serem seguras de si mesmas, super-responsaveis e desenvolvem estes papeis até a adolescência e no inicio da idade adulta. Quando adultas procuram e tentam formar novas relações de intimidade, mas aprenderam a não confiar.

Os problemas na família aumentam pela falta de reconhecimento e expressão de sentimentos (comunicação). Quando as crianças são sujeitas a crises severas, relacionadas com as consequências da  adicção, por ex o dependente rouba dinheiro do orçamento mensal para consumir drogas, ou o alcoólico bebe e torna-se agressivo com a mãe, os adultos não conseguem valorizar o impacto na realidade da crianças, porque toda a família está mais centrada nos comportamentos disfuncionais do adicto (inversão de papeis no sistema da família) em vez de proteger as crianças e os valores e regras estrutura familiar.  Quando as crianças se sentem negligenciadas e zangadas, provocam uma crise, que alguns adultos denominam de "birra", depois são punidas ou castigadas. Outras preferem estar sozinhas ninguém as ouve, passam despercebidas.

A maioria destas crianças, aprende ao longo do seu desenvolvimento a não expressar os seus sentimentos, aprende sim a reprimir e a controlar. Não sente. Como resultado, após a adolescência, apresentam sentimentos de inadequação com as outras pessoas e apresentam auto conceito negativo. Segundo alguma estimativas 50 a 60% das crianças filhos de pais alcoólicos e/ou dependentes de substâncias tornam-se adictos e 30% quando adultos envolvem-se em relacionamentos de intimidade com adictos. A adicção mantém inalterável ao longo das gerações. Aprendem a não falar, a não sentir e a não confiar. 

 

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