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Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Factos sobre a Anorexia Nervosa


 



 
 
 
 
 
 
 
 

 
Ao contrario daquilo que as pessoas com a Anorexia Nervosa (AN) acreditam, atraves dos mecanismos disfuncionais da propria doença, é possivel viver segundo padrões de beleza e elegancia (perfeição e controlo) impostos pela nossa sociedade (comunicação social, família, publicidade, dinheiro, grupos de pares, valores e crenças disfuncionais, status).
A imagem  da rapariga deste post é a de uma ex modelo, chamada Isabele Caro, que decidiu partilhar a sua propria imagem, onde revela, duramente as consequencias da doença da anorexia nervosa.
Como profissional, com experiencia de trabalhar com adictos, reflectindo sobre estas imagens realistas faz-me lembrar o aspecto fisico das mulheres que apresentam problemas de consumo de drogas ilícitas (adictas no activo). Quase que não existem diferenças.
Caso a anorexia nervosa não seja diagnosticada e ou tratada, de preferencia assim que surjam os primeiros sintomas, por ex. incio da adolêscia, pode tornar-se uma doença crónica. 
Se este é o aspecto fisico, aquele que está a vista, pergunto, qual será o aspecto emocional e espiritual da Isabele, que nós não conseguimos ver, mas que ela consegue sentir ?

Estes são os factos e a realidade que vão para alem da nossa imaginação.
È preciso passar a mensagem de que é possivel recuperar e que não existem motivos para alguem doente se esconder, ficar deprimida e isolada. Pedir ajuda é o caminho para a solução e auto-aceitação .
Todos nós cometemos erros e fazemos coisas estupidas ao longo da vida...
Também não podemos cair na ilusão de fazer as mesmas coisas à espera de resultados diferentes!

 

Isabel Caro (nasceu em 12/09/1982 e faleceu vitima da doença em 17/10/2010) decidiu expor a sua doença contribuindo assim para a luta contra o estigma, a negação e a vergonha associado à Anorexia Nervosa. 

Magreza não é beleza.

Anorexia Nervosa


 

“A anorexia nervosa (AN) é uma doença relacionada com o comportamento alimentar. A característica mais comum é a perda de peso, associada a uma progressiva mudança de comportamento (medo de engordar). A perda de peso é lenta mas progressiva e, normalmente, tem início com uma dieta normal, podendo também ocorrer de forma brusca como consequência de uma determinada restrição alimentar. É designada de privação alimentar (jejum provocado e ou forçado, jejum prolongado ou ingerir alimentos com baixo teor de calorias). E um termo psiquiátrico e é a doença psiquiátrica que apresenta mais fatalidades – 20% das pessoas com esta doença vêm a falecer. Normalmente é tratada como uma doença mental (psiquiátrica) cuja nucleo, centra-se na família disfuncional e outros factores que incluem: a natureza da personalidade da rapariga/rapaz em causa, como por exemplo, a forma de relacionamento entre membros da família, problemas fora do contexto familiar, sobretudo na escola (pressão de pares), abuso, e factores genéticos. Na abordagem médica, normalmente, o aspecto adictivo é ignorado.

A anorexia nervosa é uma doença do comportamento alimentar em que o indivíduo luta de forma a manter um baixo consumo de alimentos, com episódios esporádicos de ingestão de alimentos a que alguns chamariam de alimentação moderada. Todavia, para a pessoa com A.N., estes episódios esporádicos são interpretados como inaceitáveis, terríveis binges (ingestão compulsiva, voracidade, empanturrar-se), com uma forte relação com a imagem corporal distorcida (dismorfia corporal). A maioria dos anorécticos utiliza manobras purgativas (vomitar, usar laxativos e/ou outros métodos de eliminação de alimentos) depois de um episódio de binge (ingestão compulsiva, voracidade, empanturrar-se). 

A anorexia nervosa parece ser mais da área da psiquiatria do que da adicção. As pessoas com anorexia nervosa revelam mais do que pensamento e comportamento disfuncional, em relação à alimentação, pode envolver outras áreas. Em alguns casos a família é super controladora, demasiado protectora, e podem existir outros problemas que vão além da adicção na família. Generalizando, a maioria dos anorécticos não responde positivamente ao modelo de tratamento da adicção, mesmo sendo numa boa instituição.


  

Adicção á privação (jejum provocado, jejum prolongado ou ingerir alimentos com baixo teor de calorias) – a privação influencia e interfere em muitos neurotransmissores (cerebro) e outros agentes bioquímicos. Neste sentido, é plausível tornarem-se adictos aos próprios agentes bioquímicos.
Evitar a ingestão compulsiva/voracidade – A maioria dos anorécticos sentem um medo tremendo de comer (pânico), nas suas mentes surge o medo de não conseguir parar de comer. Este medo pode ter a origem no peso exagerado (passado) e ou obesidade na família.

Restringir/privação vs. Purgar alimentos (Manobras de Purgativas) - Muitos anoréxicos intercalam entre episódios de ingestão compulsiva de alimentos (voracidade, empanturrar-se - binge) vs. vomitar, usar laxativos e/ou outros métodos de eliminação de alimentos - (purge), apesar das regras auto impostas, muito restritas e rígidas, quanto à alimentação. È possível ser anoréxico e bulímico, ao mesmo tempo. Existem dois tipos de Anorexia Nervosa:

Anorexia Nervosa Restritiva - É caracterizada por uma dieta rigorosa e recusa em manter um peso normal e a Anorexia Nervosa
Compulsiva/Purgativa (também designada por Anorexia Nervosa Bulimica) - Aqui predominam as crises bulimicas e os comportamentos para evitar o aumento de peso. Os critérios de diagnóstico para a Anorexia Nervosa são: Recusa em manter o peso corporal para a idade e altura.

Efeitos da privação / jejum provocado – alteram o equilíbrio neuroquimica e as funções do organismo. O efeito, no cerebro (sistema límbico) parece ser semelhante aqueles encontradas nas drogas estimulantes do sistema nervoso central.


  

 

Stress e distress


 


Departamento de Engenharia Informática
Universidade de Coimbra
Stress
Comunicação Técnica Profissional
Luis Fernando Lopes Alvaroalvaro@student.dei.uc.pt

Introdução
Com o aumento do ritmo de vida nas sociedades actuais são cada vez mais comuns as pessoas que sofrem de stress e cada vez se vendem mais medicamentos relacionados com o stress. Se ainda não sabe descubra o que é o stress, como surge e como o pode evitar.
 
O que é o Stress?
Stress é uma tensão de origem, normalmente, inconsiente que pode adoptar formas orgânicas ou psicológicas.
O termo "Stress" nasceu no campo da arquitectura e da física e referias-se à acção de alguns agentes externos que produziam mudanças nos materias de construção.
Somente nos anos trinta o Fisiólogo Hans Selye começou a usar o termo stress para explicar os fenómenos externos que pressionavam um individuo e lhe provocavam reacções.
Hoje em dia os fenómenos são chamados de stressores e o termo stress refere-se á reacção do individuo em si.
Ao contrario do que se possa pensar o Stress não é negativo, bem pelo contrário, é fundamental para podermos fazer frente ás novas situações que nos surgem no quotidiano. É mesmo essencial para o nosso organismo manter as defesas sempre em alerta.

Distress
O Stress , normalmente falado pelas pessoas como "mau" é o chamado "distress" que aparece quando o organismo não sabe adaptar-se a uma nova situação e responde de forma desmesurada ao estimulo que essa situação provoca. Neste caso o individuo fica incapaz de pensar e de se concentrar e mesmo quando o estimulo acaba o corpo não sabe como voltar ao estado normal.

Causas de Stress
Qualquer situação que provoque uma mudança e exija uma adaptação do individuo pode provocar stress.
O stress pode ter causas pessoais, sociais, familiares e profissionais e a probabilidade de sofrer de stress depende da personalidade da pessoa e do seu estado fisico.

As personalidades mais sujeitas a sofrer de stress são aquelas muito competitivas, exigentes com os outros e consigo mesmo, intolerantes, agressivos, sempre sob pressão e que costumam fazer várias coisas ao mesmo tempo.
A tabela que se segue têm vários acontecimentos que provocam stress e se o valor acumulado ao longo de um ano for maior que 150 a pessoa tem 50% de possibilidade de sofrer de stress, se for maior que 300 esa probabilidade é de 90%
Acontecimento - Valor designado
  • Morte do conjugue 100
  • Divórcio 73
  • Separação conjugal 65
  • Morte de um familiar próximo 63
  • Lesão grave 53
  • Matrimónio 50
  • Despedimento 47
  • Reconciliação conjugal 45
  • Reforma 45
  • Gravidez 40
  • Problemas sexuais 39
  • Mudanças no campo financeiro 37
  • Morte de um amigo intimo 36
  • Mudança do tipo de trabalho 35
  • Desembolso grande dinheiro 31
  • Vencimento de uma hipoteca ou prestação 30
  • Problemas com a lei 29
  • Triunfo pessoal relevante 28
  • Mudança de hábitos pessoais 24
  • Problemas com superiores 23
  • Mudança nas condições ou horário de trabalho 20
  • Mudança nos hábitos de sono 16
  • Férias 13

Mas também nem só os humanos sofrem de stress. Qualquer animal cujos modelos de actuação naturais sejam alterados está também sujeito a ficar stressado. Esta teoria foi provada no inicio deste século pelo Fisiologo Ivan Pavlov através de experiências feitas no seu própio cão.
Essas experiências consistiam primeiramente em habituar o cão a apenas comer após o som de um apito e passado algum tempo o cão salivava cada vez que ouvia o apito. Mais tarde, Pavlov começou a aplicar descargas eléctricas ao cão ao mesmo tempo que lhe oferecia comida. O cão ficou com grandes desajustes no seu comportamento : sentava-se e levantava-se alternadamente, não parava de andar as voltas, tornou-se agressivo e irritava-se com facilidade.


Como surge?
O stress não surge de um momento para outro. Desde uma pessoa no seu estado normal até uma pessoa no estado de stress vão três fases:

 

 

 

Espiritualidade, segundo Abraham Twerski


 

"Espiritualidade não é uma coisa material, Não é um objecto que possa ser identificado ou possuído por alguém.
Não é uma experiência de crescimento, é um processo com avanços e recuos.
Se alguém pensar que já atingiu a espiritualidade, provavelmente nessa mesma altura já a perdeu.
Somente se permanece espiritual enquanto se explora e se está empenhado pela procura da realização que nos transcede.
Se perdermos a oportunidade ( momento-chave) que serve como crescimento pessoal, tornamo-nos apáticos (estagnação) como seres humanos. Inclinados para a gratificação imediata e a procura do conforto (resignação) é certa e adquirida funcionando contra a vida espiritual.

Na espiritualidade, a pesquisa para o crescimento é a descoberta de "novos mundos". A busca interior na incessante realização dos sonhos .
Na descoberta e na realização pessoal não é importante a meta, mas o caminho…"

È sem duvida - Alimento para o Pensamento!

Quem é Abraham Twerski, M.D.? É o fundador e o director do Gateway Rehabilitation Center em Aliquippa, Pennsylvania (EUA) Gateway Rehabilitation Center Tem desempenhado um papel importante no processo de recuperação de muitos pacientes. É psiquiatra, rabino, e conselheiro na area da dependência das substancias psicoactivas lícitas, incluindo o alcool e as ilícitas (Adicção). A revista New York apelida-o "Uma figura quase mitica" entre os seus pacientes e seguidores. Desempenhou o cargo de Chefe de Psiquiatria no Hospital de St. Francis General entre 1965-1985 e foi Professor de Psiquiatria na School of Medicine, em Pittsburgh. Escreveu 30 livros sobre o tema - Desenvolvimento da Auto-Estima, Espiritualidade e Pensamento Contemporaneo.
Pessoalmente, assisti a algumas das suas excelentes palestras (audio e video).
O conceito espiritualidade não é um conceito religioso, sem dogmas e divindades. É um sentimento de ligação com uma força superior imaterial com quem comunicamos e potenciado através das conexões com as outras pessoas. 

Historia dos 12 Passos / Alcoolicos Anónimos

 

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Bill W.

 



Curiosidades
Os Alcoólicos Anónimos (AA) são uma irmandade de homens e mulheres que tem proporcionado, desde 1935, a milhões de pessoas por todo o mundo, uma maneira de recuperar do alcoolismo. A sua filosofia, atraves dos seus princípios, os 12 Passos e as 12 Tradições providenciam um modelo e o protótipo para muitos grupos diferentes de ajuda-mutua. Os grupos de ajuda-mutua que se auto intitulam de anónimos e que aplicam os 12 passos vêem o AA como o fundador.
Existem muitos factores que influenciaram o AA no seu inicio de seguida irei mencionar alguns.

Nos finais dos anos 20, Bill Wilson, um dos co-fundadores do AA, depois de lutar contra o álcool durante anos foi visitado por um dos seus colegas dos “copos”, chamado Ebby Thatcher, que o informou que tinha conseguido ficar sóbrio, utilizando a religião – referia-se grupo de Oxford.
Ebby Thatcher, por sua vez, recebeu ajuda de Rowland H. que antes tinha sido classificado, pelo famoso psiquiatra suíço Carl Jung, como um caso sem solução. De qualquer forma, o Dr Jung afirmou, que ocasionalmente tinha observado algumas pessoas a ser salvos do alcoolismo por um milagre religioso.
 
Rowland H. no final dos anos 20 fazia parte do grupo de Oxford, grupo com denominação evangélico que procurava o espírito do cristianismo do século XX. Ele ficou sóbrio e tentava ajudar outros alcoólicos utilizando os princípios/valores do movimento religioso, que mais tarde se tornaram a fundação para o desenvolvimento da recuperação dos AA. Alguns desses princípios davam ênfase auto-avaliação, confissão, recompensa, dar a si mesmo através da ajuda aos outros.

Bill Wilson conseguiu permanecer sóbrio durante alguns meses frequentando os grupos de Oxford e tentando ajudar outros alcoólicos.
Foi mais tarde, em Maio de 1935, em Akron, Ohio, EUA que Bill, co-fundador dos AA conheceu Dr. Robert H. Smith, mais conhecido entre os membros de AA, como Dr. Bob, outro dos co-fundadores do AA. Nessa noite de Maio, Bill desejando beber, telefonou para um dos homens do clero de Oxford, onde manifestou o desejo muito forte de ajudar outro alcoólico onde este o encaminhou para o Dr. Bob.

Era esperado que aquela reunião tivesse a duração de quinze minutos, quando finalmente terminaram tinham estado quatro horas a conversar. O que impressionou o Dr. Bob foi que Bill também sofria do mesmo problema e mais importante ainda, que Bill precisava tanto de si como Bob precisava de Bill. Isto aconteceu no dia 10 de Junho de 1935, em que Dr. Bob ingeriu pela ultima vez bebidas alcoólicas. Este dia é celebrado como o dia do aniversario dos AA.
 
Datas:

1879 – Nasce Robert Holbrook (Dr Bob) Smith a 8 de Agosto, Vermont, EUA.

1895 – Nasce William Grifith Wilson (Bill) a 26 de Novembro, Vermont, EUA.

1915 – Dr. Bob casa com Anne Ripley a 25 de Janeiro.

1918 – Bill casa com Lois Burham a 24 de Janeiro.

As esposas, Lois e Anne, tornaram-se vitais para o desenvolvimento do programa dos 12 passos pelo apoio que proporcionaram aos seus maridos e pelas suas contribuições para o movimento que mais tarde viria a ser conhecido pelo Al-Anon (grupo de ajuda-muta para as família de alcoolicos).

1933 – Dr. Bob começa a frequentar o grupo de Oxford para lidar com o seu alcoolismo. Apesar da orientação espiritual do denominado movimento cristão, ele continua a beber. Nesta altura, Bill dá entrada no Towns Hospital, em Nova Iorque. Pela primeira vez onde o Dr William Silkworth o informa de que o alcoolismo, é como um tipo de alergia ao álcool. Nesta altura, Bill pensa que está curado.

1934 – Em 11 de Dezembro, Bill toma a sua ultima bebida. É admitido novamente no Towns Hospital, em Nova Iorque, mas desta vez ele afirma ter tido uma experiência espiritual durante a sua estadia neste hospital. Dr. Silkworth diz-lhe “Agarra-te a isso”. Bill e Lois começam a frequentar o grupo de Oxford. Bill W., nos cinco meses seguintes, envolve-se com dezenas de alcoólicos procurando ajudar e nenhum deles permanece sóbrio – mas Bill consegue.

1935 – 12 de Maio. O primeiro encontro entre Bill e Dr. Bob em Akron, Ohio, EUA, que em principio ia durar quinze minutos, de facto durou quatro horas. O dia 10 de Junho é reconhecido como o dia de aniversario dos Alcoólicos Anónimos. Nesta altura, a classe medica, nos EUA, começou seriamente a questionar o seu trabalho,  sobre os alcoólicos, por causa de a taxa de sucesso no tratamento ser muito baixa.

1939 – Em Abril, é publicado o livro dos A.A., mais conhecido como o “Big Book”. È uma compilação pratica dos primeiros 100 membros na qual já se encontra a primeira mulher no A.A.. Dois dias depois, Hitler invade a Polónia, interferindo no desenvolvimento de A.A., enquanto o mundo se prepara para a guerra.
Também neste ano, Florence R. é a primeira mulher a tornar-se membro do AA. Ela opõe-se ao titulo escolhido no Big Book “ One Hundred Men” por razões obvias.

1940 – Nesta altura, Lois W., esposa de Bill decide que tal como o marido que precisa de ajuda para o alcoolismo, ela também precisa de fazer algo. Nesta altura, as famílias reuniam-se com os alcoólicos desde 1935. Foi a partir desta data que começaram a efectuar reuniões abertas e reuniões fechadas.

1944 – Marty Mann, a primeira mulher a alcançar a sobriedade prolongada dentro dos AA, foi também um dos membros a fundar o National Committe for Education on Alcoholism.

1950 – Em Julho tem lugar em Cleveland, (Ohio, EUA) a 1ª Convenção Internacional de AA. As 12 tradições são aceites. Depois de uma década de experiências, com este tipo de organização, as tradições são desenvolvidas. Em Novembro, Dr. Bob morre de crancro.

1951 – O Al-Anon é fundado e criado o escritório em Nova Iorque.

1953 – A partir de 17 de Agosto começa o movimento dos Narcóticos Anónimos (NA). A primeira reunião foi realizada no sul da Califórnia conhecida pela reunião de “Narcóticos Anónimos e Alcoólicos Anónimos do Vale de San Fernando”. Um dos membros fundadores chama-se Jimmy Kinnon, mais conhecido por Jimmy K, um dos autores do símbolo de Narcóticos Anónimos. Este pioneiro da organização foi membro de N.A. durante 36 anos mantendo-se abstinente e em recuperação através de N.A. Houve outras adictos que também participaram no movimento, conhecidos como; Frank e Doris C., Paul R., Steve R. e outros.
 
1953 - Neste anoA primeira reunião documentada aconteceu em 5 de Outubro. Os 12 passos e as 12 tradições de AA são escritas e publicadas com a participação de Bill W.

1956 – Primeira publicação, intitulada de Narcóticos Anónimos, constava de um folheto informativo de oito paginas, contendo 20 perguntas, uma sinopse do programa de NA (os Doze Passos) e os endereços dos grupos de Studio City e San Diego, na Califórnia.

1957 – Dia 13 de Setembro inicia a primeira reunião de Jogadores Anónimos.
 
1957 - O Al-Alateen (jovens filhos de pais Alcoolicos) começa como parte integrante do Al-Alanon. Alateen (teenagers)

1960 – Em 19 de Janeiro começam os Overeaters Anónimos.

1962 – O livro Branco foi publicado a partir da primeira publicação de NA em 1956.

1971 – Em 24 de Janeiro, Bill W. morre de efizema.
 
1971 -  A 6 de Julho começam os Emocionais Anónimos em Minneapolis, Minnesota (EUA) mas as suas raizes remontam a 1965 quando Marion F. leu um artigo num jornal sobre os 12 Passos dos Alcoolicos Anónimos.
 
1971 - Primeira convenção mundial de Narcóticos Anónimos.

1972 – Abertura do Escritório Mundial de Serviço de Narcóticos Anonimos (World Service Office), em Los Angeles, Califórnia.

1975 – Foi redigida a The NA Tree, sobre a estrutura de serviço que começava a ser implementada em NA.

1978 – Neste ano a mulher do presidente dos EUA, a Primeira Dama Betty Ford, inicia a sua recuperação em tratamento e mais tarde torna-se membro do AA.

1979 – Inicio das reuniões dos Alcoólicos Anónimos, igreja do Corpo Santo, em Lisboa, Portugal.

1983 – Publicação mais completa e actualizada do Texto Básico, mais conhecida como Livro Azul de Narcoticos Anonimos.

1985 – Morre Jimmy K. pioneiro do movimento de Narcóticos Anónimos.

1985 – Inicio das reuniões de Narcóticos Anónimos em Lisboa, Portugal.

1988 – No dia 5 de Outubro Lois Burham morre.

1991 – Publicação do livro Azul de Narcóticos Anónimos em Português.


Narcóticos Anónimos é a terceira maior irmandade depois dos AA e Al-Alanon. Segundo dados divulgados na revista oficial The NA Way Magazine, editada pelo WSO de Junho de 2003 existiam 30.000 reuniões semanais, organizadas por 19.742 grupos em 106 países.
 
Ficamos a saber pela mesma fonte que a literatura de NA se encontra traduzida em 23 idiomas: Bengali, Bahasa, Melayu, Portugês, Chinês, Alemão, Espanhol, Dinamarquês, Inglês, Farsi, Finlandês, Francês, Grego, Hebraico, Italiano, Japonês, Lituano, Manipuri, Holandês, Norueguês, Polaco, Russo, Sueco, Tagalog e Turco.

Actualmente, existem em território continental e ilhas cerca de 162 grupos e 200 reuniões semanais.
Mais Será Revelado...

Hierarquia das Necessidades Humanas e a Adicção

Hierarquia das necessidades humanas, segundo Maslow 1962; Weil 1973; Miller 1981; Glasser 1985

 


1. Sobrevivência
2. Segurança
3. Toque, contacto físico
4. Atenção
5. Efeito-espelho
6. Orientação
7. Escuta atenta
8. Ser verdadeiro
9. Participar
10. Aceitação
Os outros estão conscientes, levam a sério e admiram o seu “Eu Verdadeiro”. Liberdade para ser o Eu Verdadeiro.
Tolerância para com os sentimentos pessoais.
Validação.
Respeito.
Pertença e amor.
11. Oportunidade para chorar as perdas e para crescer
12. Apoio
13. Lealdade e confiança
14. Realização
Pericia, Poder, Controlo.
Criatividade.
Sentido de Unicidade.
Contribuir
15. Alterar o estado de consciência, transcender o vulgar
16. Sexualidade
17. Divertimento
18. Liberdade
19. Nutrição
20. Amor incondicional (incluindo ligação a um Poder Superior)

Comentário: Como podemos verificar na hierarquia das necessidades humanas, segundo Maslow, Weil, Miller e Glasser, a sobrevivência é a primeira e a segurança logo a seguir. O que é que isto nos diz acerca da natureza da adicção, ex. álcool e ou outras drogas, jogo, sexo, dependencia emocional, compras, disturbio alimentar, shoplifting (furto)?
Na minha perspectiva, revela imenso sobre a forma como o ser humano recorre às substancias e actividades/comportamentos como uma mecanismo de defesa (sobrevivência). Algo não está bem, ou não nos sentimos suficientemente bem na nossa “pele”.
Desde cedo, constatamos que o mundo e a vida, em geral, gera uma enorme (pressão) e é doloroso. Desejamos controlar a felicidade e a segurança na nossa vida e competir com as pessoas à nossa volta; seja no estudo, nas relações, na alimentação, nos carros, na conta bancaria, no trabalho, custe o que custar. Acredito que a adicção surge como um mecanismo, tipo “amortecedor” emocional, que atenua os ciclos da dôr (sofrimento) do crescimento emocional e da adaptação as vicissitudes da vida (separação, perda, doença, abuso, morte, divórcio, despedimento). Cedo acreditamos, erradamente, que controlamos as nossas emoções e a viver segundo padrões e regras rígidas, tais como a culpa (pecado) e a vergonha tóxica impostos pela nossa família, pela cultura e pela nossa sociedade, que exigem, em muitos casos, que sejamos aquele que mais tememos ser. Por ex. para ser aceite é preciso ser bonito e elegante, para ser atraente é preciso ser magro e alto, para ser reconhecido é preciso ser rico, é preciso seguir as modas e as tendências já estabelecidas, por vezes, ditadas pelos meios de comunicação. Precisamos de ser o numero um, no pódio da vida. Perder é ser um fracasso, aprendeu-se que cometer erros não é Ok, em vez de ser ao contrario, é com os erros que aprendemos. Procuramos poder, sucesso e prestigio nem que para isso tenhamos de fazer/ser algo que a médio a e longo prazo se torne auto-destrutivo. Afirmamos e generalizamos, "Se os outros fazem também posso fazer."
E neste processo que surge a adicção, atitudes obsessivas e comportamentos compulsivos, com base no prazer imediato. Procura-se na adrenalina o risco e o perigo no aqui-e-agora. Acaba por ser um modo de vida, uma representação do palco da vida.

Acredito, profundamente que a resposta para interromper estes ciclos obsessivos e compulsivos reside na componente emocional e espiritual, não religioso sem dogmas e divindades, entre os seres humano. Sozinhos não somos capazes, juntos conseguimos. Somos seres gregários e unicos. O poder (sentimento de ligação a uma força superior imaterial sem dogmas e divindades) do grupo supera e transcende o isolamento do indivíduo descompensado, egoísta e egocêntrico gerando sinergias altamente construtivas e inspiradoras. “Viver não custa, custa é saber viver”

Algumas características do Eu verdadeiro
  • Eu autentico
  • Eu real
  • Genuíno
  • Espontâneo
  • Expansivo e terno
  • Dar, comunicar
  • Aceitar-se a si e aos outros
  • Compassivo
  • Ama incondicionalmente
  • Tem sentimentos, incluindo a raiva apropriada ou espontanea
  • Afirmativo/assertivo
  • Intuitivo
  • Criança Interior, Criança Interna, Capacidade para agir como uma criança
  • Precisa de brincar e de se divertir
  • Vulnerável
  • Poderoso (carismatico) no verdadeiro sentido da palavra
  • Confiante
  • Gosta de ser apreciado
  • Entrega
  • Tolerante
  • Aberto ao inconsciente
  • Tem em mente a nossa Unicidade
  •  
Algumas características do Eu Falso
  • Eu falso, mascaras
  • Eu falso,
  • Desconfiado, ambivalente
  • Planos e esquemas
  • Contraído e receoso
  • Retraído, egoísta
  • Invejoso, critico e perfeccionista
  • Orienta-se pelos outros, demasiado conformista
  • Ama condicionalmente
  • Nega ou esconde sentimentos, incluindo a raiva há muito reprimida (ressentimento)
  • Agressivo e/ou passivo
  • Racional, lógico
  • Papel Pai/ Adulto-enfatizado, pode ser infantil
  • Evita brincadeiras e a diversão
  • Finge ser sempre forte
  • Poder limitado
  • Defensivo
  • Evita ser apreciado
  • Controla-se, retrai-se
  • Auto-justifica-se
  • Fechado ao material inconsciente
  • Esquece a nossa Unicidade; sente- se separado
  •  

 

 

Conceito de Entrega na Recuperação da Adicção

O conceito de Entrega (1) significa confiar no processo, em vez da lógica adictiva, através da recuperação da adicção e na busca de um sentimento de ligação ao uma força superior imaterial potenciada por um propósito e um sentido espiritual, não religioso sem dogmas e divindades. Entrega não é um conceito estático, mas dinâmico nas conexões intrapessoais e interpessoais. Para recuperar da adicção activa, seja das substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool, as ilícitas, o jogo, o sexo, o distúrbio alimentar, a codependência, as compras - shopaholics, shoplfting - furto é preciso de fazer o “trabalho de casa”, todavia, não é possível adaptar a realidade aos desejos e vontade de cada um. Não se consegue controlar as pessoas e não existem seres humanos perfeitos. Não é possível evitar a dôr e a perda. A Entrega é o oposto ao prazer imediato, característico dos comportamentos impulsivos.

 

Na minha experiência profissional, constato, em muitos casos, que o processo de mudança (motivação/desejo sincero) já ocorria mesmo antes de o adicto iniciar a abstinência. Muitas pessoas afirmam, mesmo antes de interromperem a progressão e a compulsividade da adicção activa já procuravam soluções e respostas para o seu problema, mas o isolamento, a perda do controlo e a sensação de vazio só era “preenchida” com as substâncias e /ou comportamentos adictivos. Não sabiam como pedir ajuda, viviam um círculo “vicioso”, chamo-lhe o efeito “pescadinha de rabo na boca” (circlo adictivo). Sabiam e sentiam que algo os estava destruir por “dentro e por fora”; todos os alibis foram esgotados, todas as promessas quebradas e também não se sentiam dignos de confiança. A esperança gradualmente foi desaparecendo dando lugar à angústia e à frustração, à raiva e ao ressentimento, ao medo, a vergonha e à culpa, característico da adicção activa, torna-se uma "prisão".

Durante o progressão da adicção activa aprende-se a agir no prazer e a controlar os resultados imediatos, ex. o efeito adictivo das drogas e/ou comportamentos  (excitação/pedrado/dormência das emoções), por exemplo:  os comportamentos impulsivos, perda do pensamento critivo, definir limites saudáveis e estabelecer planos a medio e/ou longo prazo  tornam-se alguns entraves quanto a admitir e a pedir ajuda, honestamente, e a acreditar que exista outro caminho a seguir, neste caso específico, a Recuperação.

 

O que é que a Entrega tem a ver com a recuperação da adicção?

Após iniciar o processo de abstinência, é importante procurar um apoio genuíno e de confiança em relacionamentos vitais, ex. família, amigos verdadeiros, profissionais e uma orientação de algo Superior, não religioso sem dogmas e divindades. É um sentimento de ligação com uma força superior imaterial através da qual comunicamos e estabelecemos conexões, atraves de valores morais universais, com as outras pessoas. Importa encontrar recursos de protecção, de acordo com os valores individuais de cada um.
Sabemos que a abstinência é só o primeiro passo para interromper a relação com as substancias psico-activas (álcool ou outras drogas liícitas e/ou ilícitas) e/ou comportamentos  (jogo, sexo, relações, compras, furto, e certo tipo de alimentos). Podemos ser muito inteligentes, não é disso que se trata, visto a adicção ser uma doença e sabemos que é muito difícil recuperar sozinho.

Nesse sentido, é preciso fazer a Entrega. Mas, Entrega do quê?

È preciso fazer o luto da substancia e/ou dos comportamentos adictivos (lógica adictiva). Semelhante ao luto/perda que fazemos quando perdemos alguém ou algo importante nas nossas vidas. Essa pessoa era muito importante para nós, mas já partiu e é preciso enfrentar a perda e o luto, porque todos sabemos que a vida tem um fim. É preciso adaptarmo-nos à mudança que está implícita no luto. Sabemos que há-de chegar o nosso dia e que não controlamos quando e como esse dia chegar.

 

 

A abstinência da adicção - Um plano de Recuperação

"O que é a abstinência da adicção?
Para o alcoolismo, a abstinência total não é algo confuso ou que exista controvérsia, contudo para outras comportamentos adictivos, exluindo as substâncias psicoactivas/adicitvas, lícitas e /ou ilícitas, esta questão pode ser mais complexa. Qualquer individuo vive sem drogas lícitas, incluindo o alcool, e/ou ilícitas, mas não vive sem comer, fazer sexo, fazer compras.  A abstinência de comportamentos adictivos é o “ponto”/mudança onde a recuperação começa. O adicto assume a liberdade, o compromisso e uma aliança a um programa de recuperação, pela qual, acredita e dedica uma parte significativa do seu devir.

A sobriedade é tão importante para o alcoólico, como para aqueles que são doentes do comportamento alimentar (adicção) ou aqueles que apresentam adicção ao jogo, ao sexo, compras - shopaholics, shoplifting - furto ou relacionamentos de dependencia. A abstinência significa interromper a lógica e o comportamento adictivo progressivo. Mais uma vez, muitos afirmam saber o que significa a abstinência para o alcoolismo, mas como é que se faz, no caso das outras adicções? O nosso conhecimento da adicção surgiu da nossa experiência profissional com o alcoolismo, sabemos que o álcool é um das poucas substancias adictivas que não é necessária para a vida humana, sob nenhuma circunstancia, podendo ser completamente abolida na vida de uma pessoa.
Para alguns alcoólicos sóbrios, afirmam que a recuperação não é somente deixar de beber – referem-se aqueles individuos que continuam a apresentar comportamentos adictivos, excepto beber e ou não aplicam o programa de recuperação, são apelidados de “ Estar numa seca - Dry Drunk”. Isto significa que estão limpos (abstinêntes) da bebida, mas não estão em recuperação, porque as atitudes e os comportamentos são idênticos aos do passado . Como sabemos, em qualquer doença crónica (ex. diabetes, doenças cardiacas) é necessário uma atitude pro-activa, da parte do doente, para o tratamento, por ex. comparecer nas consultas, seguir as indicações terapêuticas. É uma questão de atitude e motivação.

Compreender verdadeiramente o papel central da abstinência neste processo, pode ser uma mais valia para a recuperação individual, o mesmo se aplica ao alcoolismo e às outras adicções do comportamento.

Existem muitas definições de recuperação para a adicção ao álcool e outras drogas lícitas. Não existe uma “regra" igual para todos, contudo é importante que esse conceito individual de abstinência funcione na pratica e proporcione resultados - qualidade de vida, em vez das consequencias negativas, do estigma, secretismo (isolamento), vergonha e ou negação.

Para aqueles que identificam um problema de adicção nas suas vidas, quer sejam às substancias e/ou um comportamento que provoque um desequilibro a nível bioquímico e psicologico encontram na abstinência uma “ferramenta” extremamente útil e eficaz para a sua recuperação.

Existem Quatro Liberdades atribuídas à Abstinência. Atribuímos à adicção quatro vertentes – físico, emocional, mental e espiritual, não religioso sem dogmas e divindades:

1. Liberdade da Intoxicação (físico) – Através da abstinência de drogas lícitas, incluindo o alcool, e as ilícitas, determinados alimentos, comportamentos/actividades que alterem ou prejudiquem profundamente as funções do organismo, que modifiquem o humor, que interferem no processamento do pensamento critico e do espirito são. Através da abstinência o/a adicto/a pode compreender e trabalhar o programa de recuperação.

2. Liberdade do Craving (desejo intenso e irresistivel- fixação) – A abstinência também reduz a possibilidade da alteração do humor e dos efeitos emocionais do desejo intenso (craving). Através deste processo compreende-se a importância de partilhar os sentimentos de uma forma honesta e construtiva. A vida torna-se menos sujeita a crises, característica da adicção activa e da desgovernabilidade, assim como, o sentimento de culpa desaparece.

3. Liberdade da Obsessão (mental) – Restringir ao máximo o acesso frequente, bem como, a preocupação excessiva (fixação) às substancias e/ou comportamentos adictivos, reduz-se significativamente a obsessão mental causadora do caos (perda total do controlo). Reduz a obsessão ao álcool ou outras drogas, ao peso, às actividades, à aparência física. A ilusão (lógica adictiva -  negação, ciclo adictivo) reduz, permitindo assim ao adicto a capacidade de tomar decisões, mais lucidez no pensamento critico, concentrar-se no programa de recuperação e em avaliar os factores de risco e de protecção (prevenção da recaída).

4. Liberdade do Isolamento (emocioanal/espiritual) – Finalmente, e proporcionalmente às consequências do isolamento de cada caso, o adicto conquista relacionamentos vitais (significativos) para a recuperação, ex um poder Superior, não religioso dogmas e divindades. Através da abstinência, do compromisso e de trabalhar o Programa de Recuperação, o/a adicto/a desenvolve uma mente aberta e procura novas experiências, por ex. em receber e dar amor, disponivel para ajudar, a gratidão, experimenta a paz e a rendição da Adicção activa.