Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.
Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.
Compreender a Ansiedade Social: Medo da Rejeição, por Rick Nauert, PH.D. (Sénior News Editor) revisto por John Grohol Psy. D
Para indivíduos com ansiedade social, por vezes “conduzidos numa direcção errada e cristalizados”, um novo estudo veio revelar que os indivíduos ansiosos necessitam de melhorar as suas competências e talentos de forma a quebrarem o ciclo da rejeição social.
Os investigadores da Universidade de Maastrich procuraram descobrir quais os factores que influenciam os indivíduos não ansiosos a adoptarem medidas de rejeição junto dos indivíduos com ansiedade social (são menos aceites, menos reconhecidos e menos tolerados).
Os indivíduos com quadros de ansiedade foram observados em duas tarefas com componentes sociais: o seu discurso e na forma como se davam a conhecer a outras pessoas. Quer as pessoas não ansiosas que participaram no referido estudo, como aquelas que observaram, ambas partilharam as suas reacções pessoais em relação aos indivíduos com ansiedade social.
A investigadora Marisol Voncken afirmou: “ Os indivíduos com um quadro de ansiedade social deixam muito a desejar nos seus comportamentos num contexto social, e este tipo de comportamento irregular provocou desconforto e reprovação nos observadores em relação aos indivíduos ansiosos.
Este é um pedido de ajuda corajoso de uma pessoa que deseja ajudar alguém próximo que está "doente".
Em muitos casos algumas pessoas (membros da familia) adoptam o "silêncio disfuncional" contribuindo dessa maneira para a progressão da adicção - através da facilitação, da negação, do encobrimento, da manipulação, da mentira, da vitimização, da desonestidade, racionalização, etc.
Aproveito para divulgar o email (pedido de ajuda) e a resposta que considero mais apropriada, visto estar limitado à informação sobre o caso/problema.
“Boa tarde, chamo-me Carolina (nome fictício)
A minha pergunta é a seguinte:
Um homem com 45 anos sofrendo de ludopatia (adicção ao jogo – jogo patológico) tem recuperação, sem ajuda? Joga muito em jogos de apostas – euromilhões, totoloto e lotaria, envolvendo-se em dívidas que quase o fizeram perder o emprego. Esse comportamento foi herdado do pai sendo que a mãe tem comportamentos obsessivos e adição ao álcool) O que posso fazer para ajudar ou quem posso consultar. Agradeço desde já a sua atenção, pois não sei como lidar com esta situação nem como ajudar.
Resposta: Boa tarde
Sugiro algumas dicas:
1. Proteger a família (membros) do comportamento do individuo doente. Isto significa que é importante preservar a união familiar. Neste contexto é importante proteger os todos os membros da família da manipulação, das promessas frustradas sucessivas de que as coisas vão mudar, das mentiras, proteger o orçamento (finanças) familiar para o mês. O indivíduo doente poderá justificar o jogo como forma de reaver o dinheiro que já perdeu, auto iludindo-se e nalguns casos ate consegue iludir outros sobre as fantasias. Ele joga como se um acto de fé (milagre desesperado) se tratasse que o vai salvar, e á familia, de todos os problemas. Se continuar a jogar as probabilidades de perder tudo são muito maiores do que conseguir recuperar aquilo que perdeu.
2. È preciso que alguém (que designo de herói) que assuma o comando da toda a situação caótica e defina limites e novas regras - MUDANÇA. Porque agora é preciso reflectir ao indivíduo doente as consequências negativas (mentiras, promessas, manipulações, problemas no emprego, etc) do seu comportamento. Através de exemplos práticos e reais. Evite generalizar e culpabilizar. Só ira prejudicar e criar mais defesas no indivíduo doente. Não faça promessas ou ameaças que não pode ou consegue realizar
3. Se quiser poderemos elaborar um plano de INTERVENÇÃO como forma de abordar de frente o problema e delinear soluções, por ex. tratamento ou apoio psicológico. O indivíduo doente não consegue sozinho libertar-se da "rede" que o mantém "agarrado ao problema. Esta rede não só afecta o indivíduo como também afecta aqueles com quem ele se relaciona.
Sugiro apoio on line (Intervenção). Se quiser mais detalhes sobre esta modalidade estou ao seu dispor para prestar todo e qualquer esclarecimento.
Comentário: Gostaria de felicitar esta pessoa corajosa que decidiu “quebrar o silêncio” e procurar ajuda profissional em vez de se manter “fechada na rede” dos segredos, característico deste tipo de ambiente familiar ambivalente e disfuncional.
Todos o seus dados pessoais foram preservados através da confidencialidade. Ao decidir publicar o seu email vai servir de exemplo junto daqueles que sofrem em “silencio” e em desespero. Existem muitas famílias que não permitem quebrar a "regra do silêncio" sobre o problema. O processo de mudança pode não ser pacífico mas, a recuperação é possível.