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Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Demasiado amor pode ser negativo para a relação-romântica

Por vezes, evoca-se um conceito positivo e saudável nas relações românticas, mas no final o resultado daquilo que fazemos é o oposto; revela-se disfuncional e em ultima instancia patológico. As emoções românticas podem assumir um papel demasiado intenso, obsessivo e “sagrado”, gerador de pressão e controlo, e o individuo acabar “presos” às suas fantasias e atitudes organizadas em crenças disfuncionais e/ou mecanismos de “fuga” às emoções dolorosas. Refiro-me por exemplo, ao conceito do AMOR. A paixão pode ser um estímulo suficientemente forte para se procurar alguém para AMAR , por vezes, depois da paixão nada resta, senão a separação.

Então se o AMOR é uma necessidade básica de qualquer ser humano (dar e receber afecto, intimidade e compromisso, obviamente não confundamos com coisas materiais) porque tornamos as relações disfuncionais em nome do AMOR?

Um novo estudo veio revelar que um vínculo demasiado intenso (apegado) numa relação romântica pode revelar-se prejudicial. Relacionamentos românticos definem laços especiais de intimidade e de compromisso entre os seus parceiros. Em muitos casos, um pacto apaixonado conduz a relações duradouras, e em último caso, à constituição de famílias.

Por vezes, um ou ambos (parceiros) colocam um anseio e uma expectativa demasiado elevada (preocupação irracional) na sua relação. Como resultado manifestam uma disposição (disfuncional) em exprimir e avaliar a auto estima e os limites, baseando-se somente no resultado das suas interacções românticas. Isto é, se a relação está positiva, está tudo bem, caso contrário, sentem-se exageradamente culpados e frustrados por a relação não apresentar os sinais de segurança, que seria suposto. Não é permitido sentir as emoções desconfortáveis e as angustias “livremente.” Imediatamente, reagem ansiosos e estabelecem planos e projectos para salvar a relação ou fugir à dor à revelia do seu parceiro/a.

É aquilo que os psicólogos apelidam de Relação-Duvidosa que Afecta a Auto-Estima e que segundo o investigador Raymond (Chip) Knee Ph.D. afirma, é um factor negativo para a relação romântica assim como para a auto estima de um ou ambos parceiros.

Segundo o Dr. Raymond (Chip) Knee, Professor Assistente de Psicologia e Director do Departamento de Relações Interpessoais e de Pesquisa em Grupos de Motivação da Universidade de Houston “Os indivíduos que apresentam níveis elevados do fenómeno Relação-Duvidosa que Afecta a Auto Estima estão excessivamente comprometidos (apegados) às relações e também demasiado vulneráveis emocionalmente, caso surja algum tipo de adversidade/conflito – para isso, basta uma pequena discórdia, para que despolete todo um conjunto de problemas que assumem dimensões desproporcionadas."

Pessoalmente, Ouço relatos nas consultas de um dos membros do casal que afirma “Discutimos e zangamo-nos por coisas insignificantes, quando na realidade não são assim tão importantes. Na altura, não se consegue pensar naquilo que se diz e/ou faz. Só mais tarde, de cabeça fria, se chega á conclusão, que afinal todo aquele aparato não passou de um disparate”. Por vezes estas discussões acabam em agressões verbais e total desrespeito que afectam a confiança na relação entre parceiros.

Raymond Chip Knee acrescenta que a Relação-Duvidosa que Afecta a Auto Estima pode desencadear discussões, com base em argumentos banais, capazes de gerar episódios de depressão e ansiedade, tais como; uma errada interpretação de palavras, diferenças de opinião, uma critica/comentário à personalidade ou à aparência física. Segundo o especialista “Um compromisso excessivo pode influenciar negativamente a relação.

Um ou ambos os parceiros também podem desenvolver comportamentos maníacos e/ou obsessivos (ex. um dos parceiros exige uma atenção exagerada sobre si próprio em relação ao seu companheiro/a) directamente relacionados com o amor.

Acompanho casos de indivíduos, homens e mulheres, com comportamentos obsessivos que afirmam que não pensam noutra coisa senão no seu parceiro/a. Alguns ex. "Onde está…?" ou "Com quem está…?" "Se não atende o telefone, algo de errado se está a passar", ou, se um dos parceiros afirma não estar disponível para fazer sexo, é porque já não existe amor na relação, etc. Sabemos que estes comportamentos desgastam a relação e prejudicam a qualidade de vida do indivíduo.

O fenómeno da Relação-Duvidosa que Afecta a Auto Estima pode provocar alterações bruscas num dos parceiros após a separação, o divorcio ou haver ameaças serias à integridade física – ex. violência doméstica. Se no inicio de uma relação este tipo de comportamentos disfuncionais for identificado podem ser tomada medidas de forma a prevenir consequências negativas e traumáticas ou servir para que ambos reconheçam e admitam que afinal são incompatíveis.

 

Testemunho - Admitindo a impotência

"Boa noite

Estive a ler o seu texto, que encontrei enquanto pesquisava sobre o assunto.
 
E porque pesquisava eu pelo assunto? Exactamente por ter perdido alguém de quem  julgo gostar imenso e estar na dúvida se amo ou se dependo emocionalmente dessa pessoa. A dúvida essa mantém-se, mas outras questões se levantam quando confronto o meu EU com o meu passado.
 
O meu nome é Luis N., e a partir de hoje não o escondo de ninguém, sou pai de dois filhos separado de 3 mulheres, e acho que sou incapaz de amar alguém inclusivé a mim próprio.
 
A minha primeira relação mais séria da qual tenho um filho durou aproximadamente 3 anos e saí dela para me meter noutra exactamente no dia a seguir a ter tido coragem de a acabar, o mesmo se passou com a segunda relação da qual nasce o meu segundo filho e da qual saí para me meter na terceira, da qual não tenho filhos que ao fim de quase dois anos de ter começado chegou ao fim sendo o FIM determinado pela minha falta de controlo emocional e pela incapacidade de viver dentro das minha existência e consequente falta de auto-estima.
 
Não me consigo valorizar e acabei por castigar a pessoa que tanto valorizo, não sou de confiança e desconfiava dela, sou ou sinto-me fraco e um ser sem energia e acusava-a a ela de o ser.
 
Enfim a lista poderia continuar mas o essencial fica no ar, não consegui perceber que ao fim de dois anos eu próprio não era quem julgava ser, e pior que isso mentia a mim próprio e assim alimentava a ideia de que a pessoa é que dependia de mim quando a verdade era o oposto.
 
Como poderei eu vir a não repetir esta façanha???
 Quem devo procurar?
 
Obrigado"

 

Resposta:

Boa noite Luis N.
 
Lamento a resposta ao seu mail ser tardia, mas nao deixo de o fazer.
Como sabe uma relação só se mantem activa e saudavel para ambas as partes quando é um projecto em que ambos colaboram activamente.


Imagino que esteja a atravessar um periodo de algum sofrimento. Na minha opinião, este sofrimento proporciona alguma reflexão e conhecimento. Se calhar pode procurar algumas respostas honestas e responsaveis que o orientem num sentido de mudança de atitudes e comportamentos.


O seu passado pode indicar-lhe o rumo a seguir no presente. Acredite em si e procure "aliados" de confiança.


As respostas existem dentro de nós. A mudança pode parecer dificil, tal como acontece com a maioria das pessoas que estão a atravessar
num processo identico ao seu, mas basta voce enfrentar o desconhecido e encontra os recursos que outrora desconhecia.


A vida encerras segredos que são revelados aqueles que arriscam.
Se desejar pode recorrer aos meus serviços atraves das consultas online. Envie um mail que reencaminhar-lhe-ei toda a informação sobre
as consultas online.


Você não esta sozinho neste "caminho" da descoberta da verdade e da autorealização.
Gostava de saber se posso publicar o seu testemunho nos blogues respeitando todos os seus dados pessoais (confidencialidade).
Aguardo um resposta sua