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Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

BBC2 - Alcoolismo na cultura e tradição na familia

Para os amantes do futebol devem recordar o caso do famoso George Best, jogador de futebol irlandês, nascido em Belfast,que entre 1963 e 1973 fez parte da equipa do Manchester United, onde joga o Cristiano Ronaldo. Conquistou varios premios ao longo da sua carreira a titulo individual e colectivo, também foi conhecido pelo seu temperamento impulsivo e agressivo.

A cadeia de televisão inglesa da BBC2 vai passar um programa, no proximo domingo dia 26 de Abril, onde relata o drama do alcoolismo na familia. Best faleceu em Novembro de 1995, aos 59 anos de idade vitima da doença do alcoolismo.

 

Ver mais clique no link:

http://www.bbc.co.uk/programmes/b00k71gw

Testemunho - ajudar, atraves do desapego emocional

Boa tarde,


Não sei bem por onde começar, tenho um amigo toxicodependente, uma situação muito complicada. Ele é imigrante, esta ilegal, já foi um sem abrigo, actualmente depende da ajuda de algumas pessoas que lhe pagam alojamento e alimentação.

Há mais ou menos três anos fez uma desintoxicação no CAT (Centro de Atendimento Toxicodependência), nunca parou de consumir, mas consumia de uma forma espaçada, tipo uma ou duas vezes por semana, mas agora entrou numa fase de  consumir quase todos os dias. Aguenta tipo dois dias, depois bebe um pouco e vai consumir. Está no programa de metadona do CAT com 80mlg.

Sei que tenho alguma culpa nisto, porque acabo por lhe dar sempre o dinheiro que ele diz ter de pagar aos traficantes, diz que lhe emprestam e depois tem de ir pagar o que consumiu. Isto poderá até ser verdade, mas acho que ele depois quando vai lá novamente paga e consome mais.


Ele tem hepatite C e HIV e está tomar medicação no Hospital. O médico já lhe disse que se não pára de consumir lhe retira a medicação. Sinceramente, penso que no CAT com os métodos deles, não vai a lado nenhum.

Ele diz que quer deixar, faz projectos para o futuro, mas acaba sempre por não conseguir concretizar. Ele tem apoio e carinho das pessoas amigas, mas nada parece surtir efeito. Não sei se  ele vai conseguir deixar de consumir. Muito sinceramente, não acredito nos programas de internamento, por alguns meses, porque quando saem de lá  muitos voltam aos consumos.

Desculpe, isto é mais um desabafo, sei que não devia lhe dar dinheiro, sei que me vai dizer que sou codependente, sei que me vai dizer que é ele que tem de mudar, que tem de ser responsabilizado pelo caminho que está a dar á vida dele. Provavelmente, não o sei ajudar. Sei que eles podem ser mentirosos, inventar histórias, tudo e mais alguma coisa, mas este meu amigo nem sempre mente, e nunca inventou grandes histórias.
Obrigada por ler este meu email. Sei que não existem milagres, mas tenho pena que este meu amigo não pare de consumir.

Catarina (nome fictício)

 

 

Não - a mais odiada vs. abençoada palavra nos encontros interpessoais

 

 

 

 

 

 

Não - é a palavra que mais detestamos ouvir quando somos contrariados e assim impedidos de satisfazer a nossa vontade. Desde a tenra idade até à idade adulta odiamos ouvir o Não. Recorremos à manipulação, à desonestidade, à mentira, à culpa e até em situações extremas à violência verbal (intimidação) e/ou física de forma a evitar ouvir o Não da outra pessoa. Na maioria das vezes, é preciso “pressionar” os nossos neurónios para aceitar o Não e continuar com a vida em frente.

 

Como é que nos sentimos quando estamos a comunicar e precisamos de dizer Não, de forma a satisfazer as nossas necessidades, mas infelizmente, acabamos por dizer; Sim, só para agradar?

 

Todos nós, sem excepção, no dia-a-dia somos confrontados com situações onde é extremamente difícil dizer Não à outra pessoa ou a um grupo de pessoas. Por ex. combinar um jantar com uns amigos num dia, umas horas depois, você é convidado para jantar em casa dos pais. O patrão pede para ficar umas horas extra no trabalho, quando nesse dia, você tem outros planos para essa noite. Um professor solícito pede apoio, para um trabalho extra de investigação, e você está sem tempo disponível. Você comprou uma camisola e de repente surge uma amiga e diz “Epá, a tua camisola é muito gira! Podias emprestar. Vá lá!” ou alguém que “implora” que o acompanhe a qualquer sítio, e você não está na disposição para tal.

 

Se você frequentemente se sente pressionado e desconfortável, e em vez de ser assertivo, é agradador e passivo, acabando por sentir-se infeliz e inseguro, então chegou a altura da sua vida para se questionar e procurar as razões e as crenças (expectativas disfuncionais) pela qual diz Sim - sempre com um sorriso amarelo ou o oposto, com um ar de miserável (pena de si mesmo) - quando na realidade quer dizer Não.

   

Pode recear perder alguém se disser Não, por ex. o namorado/a ou o amor do marido/mulher, sentir que pode afectar a relação negativamente gerando uma discussão enorme entre si e o seu parceiro/a. Pode perder um amigo ou uma amiga. Pode até pensar que as outras pessoas não vão gostar mais de si, se disser –  Não - e sentir-se rejeitado. Fugindo ao Não acaba por assumir uma postura de zelador (pacificador, agradador a qualquer custo) e complacente (adapta-se e molda-se aquilo que pensa/calcula que os outros pensam de si) mantendo a relação frágil e dependente. Evita, a qualquer “preço”, que a relação se submeta às adversidades normais, oriundas das diferenças de opinião entre parceiros ou amigos, histórias e perfis diferentes, etc.

 

Com o tempo, você acaba frustrado e desiludido, porque na realidade não existem pessoas e relações perfeitas. Afinal, somos humanos e a vida é uma aprendizagem constante. No nosso quotidiano, acontece com mais frequência do que nós imaginamos, ficarmos desiludidos com as outras pessoas, mas nós também desiludimos os outros.

 

Você tal como imensas pessoas, podem sentir culpadas quando dizem Não, por terem aprendido a evitar seguir o seu próprio caminho na vida, evitando assim magoar as emoções dos outros, você sentir que é um fardo pesado. Nesse sentido, estão criadas as condições para acabar por se sentir responsável pelas emoções das outras pessoas, como se a felicidade delas depende-se da sua necessidade de agradar.

 

Esta atitude facilitadora e permissiva pode impedir que as outras pessoas assumam a responsabilidade pelos seus próprios sentimentos. Aprendeu a virtude do “auto sacrifício” e/ou a negar as suas próprias necessidades e emoções. Acaba por ser responsável e estar mais atento (preocupado) às necessidades dos outros, delegando as suas para segundo plano. Pode acabar por se sentir uma pessoa má (egoísta e/ou egocêntrica) se recusar compactuar com este jogo psicológico. Pode também sentir-se lisonjeada evocando o princípio da abnegação, sentindo-se importante perante os outros, mas na realidade, acaba por ser “apanhada” no medo paralisante em afirmar Não. Imediatamente, você julga que nunca mais será solicitado para qualquer outro assunto importante. Abdica dos seus valores e submete-se ao Sim, em vez de dizer Não. Estes são apenas alguns exemplos onde pode ficar “apanhada” e interferir negativamente na sua liberdade de escolha.

 

 

 

Universidade Beira Interior (UBI) e o estudo sobre as drogas, em Portugal

É de louvar ao saber que instituições, como a U.B.I., que se dedica ao ensino e ao estudo (cientifico) e se envolvem neste assunto que tem sido negligenciado pela nossa sociedade. Continuamos a pensar que este tipo de problemas só acontecem aos outros.

 

Acima de tudo é importante existir informação concreta disponivel para o publico em geral para que restem o menos de duvidas possiveis. O problema não são as drogas, são aqueles que decidem consumi-las e em muitos casos sem o devido conhecimento as consêquencias.

 

O meu aplauso à UBI, ao Professor Luis Maia e à sua equipa.

Clique no link.

www.cienciahoje.pt/index.php

Adicção ao sexo

Adicção ao Sexo segundo o Dr Patrick Carnes (reputado investigador americano sobre a adicção ao sexo).


Vergonha, Perda de Controlo, Ilusão, Negação, Dependência, Isolamento, Ansiedade, Preocupação constante (ex. 24 horas sobre 24 horas), problemas com a lei,  problemas familiares (intimidade entre casais e filhos) e financeiros (prostituição, internet) são apenas alguns dos sintomas.
 

É possivel interromper o ciclo de destruição atraves da recuperação (mudança de estilo de vida - MEV)
Veja o video e comente. Clique no link

http://www.youtube.com/watch?v=CIza2yEGw90

Meditação

“Nem com outrem nem por ti somente

Cometas jamais acção de que

Envergonhar-te possas.

E acima de tudo respeita-te

A ti próprio.

A justiça em actos e palavras

Pratica-la-ás depois.

Pela menor das coisas não te habitues

A decidir-te sem reflectires.”

Pitágoras (sec. VI a.c.)

Versus de Ouro

 

Fases de recuperação através da abstinência - drogas

Ao longo dos anos tenho observado indivíduos dependentes de substâncias psico activas / adictivas, lícitas, incluindo o alcool, e/ou ilícitas que são admitidos em tratamento, quer seja em regime residencial de internamento ou através das consultas tradicionais presenciais (terapia individual), e ao mesmo tempo, também acompanho individuos que permanecem abstinentes, como parte do seu programa de recuperação duradoura, a que apelido de mudança de estilo de vida (M.E.V.) através de princípios espirituais - não religioso, sem dogmas e divindades - que promovem o conhecimento interior das suas emoções, auto-conceito, competências e talentos, e uma conexão emocional com os outros e o mundo a sua volta (integração activa na sociedade).


Após a admissão em tratamento, em regime residencial de internamento,  é iniciada a primeira fase (crucial) - interrupção do consumo de substâncias psicoactivas (auto-medicação de drogas, incluindo o álcool) geradoras de problemas e consequências negativas, ex. perda do controlo dos seus comportamentos, problemas de saúde e familiares, legais e profissionais. Para alguém dependente de drogas, incluindo o álcool, este “passo” é realmente assustador.

A síndrome da Abstinência (Ressaca - dor/sofrimento físico e psicológico) dura aproximadamente entre 15 a 30 dias, cada caso um caso. Hoje em dia, o sofrimento é mitigado por outras drogas lícitas, receitadas por médicos, que permitem ao indivíduo o desmame gradual das substâncias psicoactivas/adictivas até ficar abstinente - “limpo”.

Existem porém casos excepcionais de indivíduos que por um conjunto de razões/sintomas clínicos necessitam de recursos extra e mais prolongados (medicação - monitorizada pelo medico) a fim de permanecerem compensados e estáveis de forma a conseguirem assimilar e aderir ao programa de tratamento. Muitos destes casos, podem estar relacionados com as consequências da dependência das drogas (ex. neuroquímica do cérebro).
 

  • Fase Sindroma de Abstinência (Ressaca) 0 – 15 dias de abstinência

Alguns sintomas físicos e psicológicos: Cansaço, vómitos, vontade em usar drogas, incluindo o álcool (nesta fase, conheci indivíduos que ingeriram “aftershave” e álcool puro), pesadelos, suores frios, insónia, irritabilidade, deprimido, angustia e ansiedade, alterações extremas do humor, redução do apetite, dificuldade no raciocínio, na concentração e memória, dores de cabeça, perda do controle dos seus comportamentos (impulsos), atitude negativa e baixa resistência física á dor,

Nota: Observei indivíduos, em tratamento, descompensados psicologicamente, que apresentaram alguns destes sintomas, sem que o seu problema estivesse relacionado com drogas (ex. comportamento compulsivo ao sexo).

 

  • Fase da “Lua-de-mel” 16 - 45 dias de abstinência

Alguns Sintomas: “Andar na lua”, euforia, super-confiante - “Está tudo bem…Sinto bem”, Conseguiu ultrapassar a ressaca - sinonimo de dor e sofrimento vs. alivio. Demasiado optimista, negação e ambivalência, o aidcto interrompeu a compulsividade associado aos consumos, e nesta fase pensa que agora já consegue consumir drogas ou álcool de uma forma controlada, conhece outras pessoas que têm o desejo de parar de usar drogas, aprende que a adicção às substâncias psicoactivas é uma doença.
 

 

Partilha/Testemunho

“Olá! Sou a Catarina (nome fictício) e vou aqui deixar o meu testemunho sobre Anorexia/Bulimia e a minha Recuperação

Tenho 23 anos, sou do Algarve e desde os 13 anos que sofro desta problemática. Desde que me lembro nunca me aceitei e sempre me achei inferior aos outros e gorda.

 

Mas isto veio a piorar quando o “senhor de vermelho” apareceu, o meu corpo, como o de qualquer mulher começou a alargar e eu comecei a entrar em paranóia. A minha vida girava em torno de pensamentos sobre a gordura e a comida e já antes pela tenra idade não tinha sido capaz de deixar de comer. Até ao dia que decidi que era desta, se emagrecesse eu ia ser feliz, então deixei de comer.

 

Passava os dias a leite, água e pastilhas elásticas. Em pouco tempo, começaram a notar-se os quilos a desaparecer e a ficar mais feliz. A verdade é que nunca fui gorda, o meu peso máximo era de 59 quilos para 1,65m de altura. Enfim, lá emagreci e parecia que tudo corria bem. Nesta altura, mudei de escola, de amigos e numa de afirmação comecei a fumar charros. A doença ainda não tinha afectado a minha vida social e eu fazia-o para agradar os outros.

 

Com os charros, voltaram os quilos a mais. Passava os dias “ganzada[i]” e deixei de pensar no meu corpo, comia e depois sentia me culpada, mas o mais importante eram as “ganzas[ii]”, e voltei a engordar.

 

No ano a seguir depois de ir para o Liceu voltei a sentir me horrível e muito gorda, até pensava que o rapaz de quem gostava não gostava de mim porque era gorda, etc. Voltei a deixar de comer, mas desta vez a serio. Não comia as refeições, só fruta, iogurtes e comecei aos poucos a isolar-me no meu “mundo”. Vivia obcecada com a comida e não pensava em mais nada, apesar de a rejeitar. Em poucos meses, voltei a emagrecer aquilo que tinha ganho e algo mais, não tinha objectivos concretos ou realistas, não tinha um peso estipulado, aquilo que mais queria era emagrecer cada vez mais.

 

Um dia, não aguentava mais a fome e a privação, lembrei-me que podia vomitar apesar de todo o nojo que isso me fazia sentir. Comecei a vomitar de vez em quando, depois diariamente e até faze-lo varias vezes ao dia foi um ápice. Estava nas “teias da doença”. Antes de iniciar os “rituais” do vómito, nos jantares de amigos, só aparecia no final, também evitava os jantares de família, depois, quando comecei a vomitar, aconteceu o “milagre”, porque podia frequentar os jantares como as outras pessoas, depois livra-me de tudo o ingeria. Começou a ser um hábito. Não pensava em parar e ate trouxe “felicidade” ao menos podia fazer tudo que desejava na mesma.

 

Ate ao dia que a minha mãe descobriu e levou me ao psiquiatra. Começaram os  planos alimentares, os anti-depressivos - foi a minha “receita” - mas de pouco valeu, pois não queria parar nem conseguia, tinha horror em engordar e ainda me dava mais gozo ir às consultas e ter perdido peso. Isto prolongou-se durante 3 anos ( escolares/Liceu) e aos 18 anos depois de ter entrado em desespero e já não me suportar, tive que pedir ajuda.  O meu corpo começava a ressentir, problemas intestinais, estômago e os dentes numa miséria.