Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.
Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.
Já há alguns anos que é tradição, em algumas cidades americanas, realizar-se uma marcha publica a favor da RECUPERAÇÂO dos comportamentos adictivos que junta milhares de pessoas. Este evento (movimentosocial) cujo objectivo é alertar o governo e a opinião publica, para o problema da adicção (drogas licitas e ou ilicitas, incluindo o alcool, jogo, trabalho, sexo, relacionamentos, disturbio alimentare, compras) e acima de tudo, alertar aqueles individuos (e familias, incluindo as crianças, muitas vezes esquecidas) que ainda sofrem as consequencias desastrosas e brutais da adicção, que afinal é possivel Recuperar.
Para aqueles individuos que estão em recuperação da adicção activa, faz todo o sentido ajudar os outros (adictos e adictas que estão activos), atraves do seu proprio exemplo e atraves das suas experiencias.
Felizmente, este Movimento já atravessou o Oceano Atlantico e chegou à cidade de Liverpool, (UK). Parece ter adquirido "pernas para andar" e não vai parar. Como se de um "vírus contagioso de esperança" se trate.
Ideia! Você gostaria de participar numa marcha pela Recuperação da Adicção?
Caso a resposta seja afirmativa, envie um email (joaoalexx@sapo.pt) , e quem sabe se um dia estaremos juntos na rua, menosprezando e desmistificando o estigma e a negação, a celebrar a Recuperação. Afinal de Liverpool ate Porto, ou Lisboa, ou Coimbra, Faro, ou Braga, Aveiro, Setubal, ou Evora, Castelo Branco, ou Guarda, Viseu, Beja, Lagos e Portimão é já ali ao virar da esquina.
O movimento Recuperar das Dependências responde já. Sim, claro que vou.
Invista na linguagem dos sentimentos, afinal se os reprimimos estamos a negligenciar uma parte importante do nosso ser. Como se sente hoje? É Ok sentir...seja honesto/a consigo mesmo.
Apesar do referido video neste post (link) retratar a realidade americana, na minha opinião, em Portugal não estamos assim tão longe dessa mesma realidade. Sabia que o abuso do alcool e o alcoolismo são um problema de saude publica, inacreditavelmente negligenciado pelas autoridades competentes?
O alcoolismo é uma doença, em qualquer lugar do mundo que afecta, directa e indirectamente, milhões de individuos, a familia, incluindo as crianças, e onde se gastam milhões de dolares/euros por ano.
Quantos casos de individuos com problemas de alcool você identifica na sua familia?
Quanto é que o estado gasta por ano, em despesas, relacionadas com as consequencias do alcoolismo?
Qual é o impacto social e economico do abuso (consumo problematico) e do alcoolismo, em Portugal?
Quantos amigos você conhece que apresentam problemas com o alcool?
Identifica um problema com o alcool? Se a resposta for sim, quais as consequencias negativas na sua vida e junto daqueles que vivem consigo (familia, crianças, colegas de trabalho, lei, saude, etc)?
Você tem um relacionamento amoroso com alguém com problemas o alcool?
Você é filho/a de pais ou um dos progenitores com problemas com o alcool?
O famoso actor americano Burt Reynolds de 73 anos veio a publico revelar a sua adicção às drogas licitas, obtidas mediante receita médica. Segundo o referido actor, o objectivo de vir a publico expôr a sua dependência é um incentivo, e assim, ajudar outras pessoas (dependentes a drogas licitas e ou ilicitas) a procurar ajuda.
Por vezes, quando pensamos ter encontrado uma "solução" para um problema de saude (dor) podemos estar a arranjar mais problemas. A adicção às drogas, prescritas pelos médicos (benzodiazepinas - tranquillizantes, ansiolíticos, analgésicos), podem proporcionar um alivio imediato, todavia a automedicação representa um risco enorme para o desenvolvimento da adicção (a medio ou longo prazo).
Se identificar um problema com a automedicação peça ajuda.
O Conselho Internacional sobre o Álcool e Adicções (CIAA) é uma organização não governamental, independente e sem fins lucrativos, criada em 1907 e com sede em Lausanne, na Suíça.
O CIAA dedica-se à prevenção e redução dos efeitos nocivos do consumo de álcool, tabaco e outras drogas, bem como dos comportamentos adictivos dos indivíduos, famílias, e sociedade. O CIAA promove, de uma forma independente e apolítica a troca de experiências inovadoras e de práticas baseadas na evidência.
Nos seus 100 anos de existência o CIAA afirmou-se como um fórum de discussão heterogéneo onde as experiências do terreno confirmam as abordagens e atitudes em termos de dependências (além do álcool, tabaco e drogas, o CIAA também se debruça sobre outros problemas adictivos como é a dependência do jogo.
É neste sentido que o CIAA se assume como plataforma única para discussão dos problemas das dependências em todo o mundo.
O CIAA promove anualmente uma Conferência internacional, que reúne peritos, sociedade civil e representantes do poder político. Em Junho de 2007, celebrou o 100º aniversário com uma Conferência Internacional sobre Dependências, que teve lugar em Estocolmo e que reuniu 350 participantes de todos os continentes.
A Conferência anual de 2008 teve lugar em Chipre e na reunião do Conselho de Administração do CIAA de Maio de 2008, Portugal, através do IDT, foi escolhido para acolher a Conferência de 2009, que irá realizar-se de 11 a 16 de Outubro, no Centro de Congressos do Estoril.
Para aqueles individuos que são "apanhados" na adicção activa, seja drogas ilicitas, incluindo o alcool, e/ou licítas, o jogo, codependencia, trabalho, sexo, compras, disturbio alimentar, compras (shopaholics), shoplifting (furto) estes homens e mulheres sentem-se impotentes perante tal "adversário" - o seu comportamentos; a sua doença.
Paradoxalmente, a recuperação indiviudal inicia-se precisamente neste especifico ponto de partida - a impotência e a perda do controlo. A partir do momento em que o individuo parar de resisitir, através da lógica adictiva, e viver na negação surge uma "luz no fundo do túnel". È o inicio e o nascimento de algo novo e diferente, como uma folha de papel em branco. Nesse sentido, a recuperação assume diversas formas e estilos. É um processo orgânico e activo de busca de conhecimento e da pratica da solidariedade e entreajuda. Avanços e recuos...é Ok cometer erros.
A vontade de viver uma vida preenchida e enriquecida pelos principios e valores espirituais, não religiosos sem dogmas e divindades, assume um papel preponderante, no proposito, com "conteudo" e honesto nos relacionamentos com as outras pessoas.
Atraves da criatividade, da espiritualidade, do sonho, da contemplação e da espontaniedade o adicto descobre a "arte" de viver uma vida plena. Afinal, foi para isso que nascemos, mesmo sabendo que a vida está repleta de desafios e obstáculos. Não buscamos a perfeição mas o conhecimento para uma consciência elevada.
Somos seres humanos que buscamos a espiritualidade ou somos seres espirituais que procuramos ser humanos?
Clique no link e veja o video. Comente/responda em Recuperar das Dependências.
Como é do conhecimento geral conduzir sob o efeito de drogas licitas, incluindo o alcool, e ou ilicitas pode provocar acidentes e até a morte, isto é transformar a viatura numa arma letal com vítimas inocentes. É crime. Recordo um episodio que ilustra na perfeição a Negação de quem conduz e consome drogas licitas, incluindo o alcool e ou ilicitas. Vou tentar ilustrar uma situação corriqueira.
Um grupo três amigos sai de um Bar após uma horas a conversar e a beber alcool. Está na hora de voltar a casa porque a noite já vai longa. Dirigem-se para o carro que os aguarda, estacionado no parque a dez metros de distância do referido Bar. Durante o trajecto o Victor, que não bebeu bebidas alcoolicas, decide ser ele a conduzir a viatura, que neste caso até não era a sua, visto os seus dois amigos estarem sob o efeito do alcool, afirma:
- "Eh pessoal, vou eu a conduzir, vocês os dois estão com os copos. Tu, Luís não estás em condições de levar o teu carro. Pode acontecer algum acidente. Vou leva-los a casa e depois entrego-te o carro amanhã. Se fores a conduzir ainda acontece alguma desgraça."
Imediatamente, o amigo Luís responde indignado: -"O quê?! Com os copos?! Quem é que está com os copos?!Quem eu?!Ouve lá, ó Vitor... quem leva o carro sou eu...O carro é meu. Entra lá para dentro, porque comigo os miudos vão sempre atrás...ahahah!!!..." E tira a chave do bolso das calças, abre a porta e senta-se ao volante.
Questão:
1. O que é que você fazia nesta situação se fosse o Vitor? Entrava no carro com os amigos ou encontrava outra alternativa de forma a chegar a sua casa? Por ex. táxi.
2. Se decidisse entrar no carro e se houvesse um acidente grave, como consequência do efeito do alcool, com varios feridos graves você (Vitor) considera que seria também culpado e responsavel?
Responda a estas questões e envie um mail para joaoalexx@sapo.pt o titulo (assunto): A conduzir sob o efeito de drogas
Quando pensamos em indivíduos (membros de família) com comportamentos adictivos associados a drogas, ao álcool, jogo, distúrbio alimentar, compras (shopaholics), shoplifting (furto) e sexo na nossa comunidade, raramente imaginamos que também nós podemos estar expostos a este tipo de adversidade. Recordo inúmeros casos de indiviudos que afirmam “Quando surgem notícias relacionadas com este tipo de problemas, imediatamente pensamos que só acontece aos outros”. Pense, se acontecer na sua propria familia e dentro da sua propria casa? Quais as medidas necessarias a tomar de forma a proteger as crianças das consequencias da adicção?
Na realidade, ninguém tem o desejo de ser “apanhado na rede” da adicção. Mas, infelizmente os factos e a realidade, é bem diferente.
Aquelas famílias (progenitores) que são confrontadas com a adicção (drogas ilícitas, incluindo o alcool, e/ou licitas, jogo, sexo, codependencia, distúrbio alimentar, compras, furto) são expostas a uma determinada pressão e evidenciam algumas consequências na relação com o/os seu/s filho/os.
Alguns exemplos:
1. Os progenitores desenvolvem crenças negativas e distorcidas sobre o seu papel (pai ou mãe, em alguns casos ambos os progenitores). Ex. Sentem que falharam redondamente, como pais. Sentem-se incompetentes. Oiço desabafos “Como posso ser um exemplo para o meu filho/a se tive problemas com drogas, álcool,oujogo ou relações, sexo? Não tenho esse direito porque me sinto culpado/a".
2. Existe na nossa cultura a negação, associado ao estigma e a vergonha tóxica, que reforça o falhanço e a frustração no papel dos pais. Ex. notícias sensacionalistas nos meios de comunicação social.
3. Mesmo após o tratamento inicial e o individuo iniciar a sua recuperação (novo estilo de vida) o sentimento de frustração, como progenitor, pode persistir reforçando a crença negativa, impedindo-o assim ao acesso a recursos disponiveis (pessoas e instituições), como corolário, existe a incapacidade de identificar competências positivas nos filhos. Provavelmente, um pai ou uma mãe ou ambos sentindo-se frustrados no seu papel de educador e de modelo podendo considerar, através do desenvolvimento de uma crença disfuncional, que o seu filho/a é um “fardo impossível” de suportar. Adoptam uma abordagem que possa “institucionalizar” essa crença disfuncional na criança e no sistema familiar.
Questão:Considera que o seu filho/a possa ser um “bode expiatório” que não lhe permita enfrentar os seus problemas do dia-a-dia e a pressão? Adopta a atitude do culpado? Quem é o culpado/a do seus problemas?
4. Possibilidade de recaídas. Os pais que exibem comportamentos adictivos estão sujeitos a deslizes e a recaídas. Regresso ao estilo de vida disfuncional e destrutivo da adicção activa ex. uso de drogas, jogo, comida, sexo.
5. Comportamentos impulsivos e reactivos em situações de crise na relação entre pais e filhos, como consequência da frustração, podem conduzir à violência verbal e em último caso à violência/abuso físico e emocional.
6. Após o período de tratamento inicial as crises no sistema familiar vão prevalecer. Ex. indefinição nos papeis e limites nas funções dos progenitores e dos próprios filhos - falta de comunicação honesta e da confiança. Apesar das crises os pais continuam a levar os filhos à escola e tratam das refeições. Em alguns casos obervo filhos que são os pais dos pais.
Se no seu caso, identificar sentimentos de falhanço e frustração na relação com o seu filho/os, como consequencia de comportamentos adictivos, envie um email que enviar-lhe-ei uma dica de forma a melhorar o relacionamento.