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Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Há palavras que mudam as pessoas

É através da palavra que expressamos os pensamentos e os sentimentos. É através da palavra que comunicamos as nossas necessidades uns com os outros.

A palavra é uma ferramenta que utilizamos para enaltecer e legitimar, mas também se pode transformar numa arma para humilhar e ofender.

- Quais são as palavras que normalmente, você utiliza para se valorizar? Considera que também utiliza as mesmas palavras para valorizar as pessoas significativas?

- Quais são as palavras que normalmente, você utiliza para se criticar? É uma critica construtiva ou o oposto? Considera que também utiliza as mesmas palavras para criticar o outro?

 

No dia-a-dia, monitorize o efeito das seguintes palavras no seu desenvolvimento pessoal:

"Sou estúpido/a",

"Sou feio/a",

"Não sou boa pessoa",

"Não presto para nada",

"Não sou capaz",

“Eu devia…”,

“Eu tenho…”.

Pare de usar estas palavras contra si. Pode estar a criar, na sua mente, uma ideia disfuncional (pensamentos automáticos negativos), de algo que não tem valor.

 

Mude as suas palavras e mude o seu mundo interior

Consumo, abuso e dependência. Sabia que ...

 

- De acordo com estimativas das Nações Unidas existem mais de 10 milhões de pessoas dependentes de heroína no mundo. Em cada 1.000 consumidores de heroína, 2,6 irão morrer. Por exemplo, de overdose. A heroína é uma substancia psicoactiva extremamente adictiva.

 

- Sabia que o consumo de crack é considerado das drogas ilícitas a mais adictiva. O consumo do crack está associado ao crime.

 

- Sabia que o álcool é um depressor do sistema nervoso central. Alguns indivíduos com problemas associados ao álcool apresentam sinais e sintomas de depressão major; ideação suicida, tristeza, desânimo, insónia, ansiedade, perda de apetite, fadiga.

 

- Sabia que o abuso de drogas, incluindo o álcool e algumas drogas sujeitas a prescrição médica, pode distorcer a percepção da realidade. As pessoas podem revelar-se irracionais, excêntricas e excessivamente desinibidas. Em alguns casos, podem revelar-se violentas.

 

 - A dependência de drogas, incluindo o álcool e algumas drogas sujeitas a prescrição medica, afecta todo o tipo de pessoas, independentemente do seu estatuto social; por exemplo; estudante universitário, medico, mecânico, engenheiro, canalizador, policia, advogado, economista, advogado, senhora idosa, contabilista, bancário etc.

 

- Sabia que associado ao abuso e à dependência de drogas, incluindo o alcool e algumas drogas sujeitas a prescrição medica, o individuo é sujeito a uma oscilação acentuada das suas emoções que podem variar entre o ódio e a euforia, do entusiasmo à apatia. Por exemplo, é frequente o individuo dependente estar triste e consumir drogas proporcionando a si mesmo uma falsa sensação de felicidade.

 

- Sabia que no inicio do consumo de drogas ilícitas, estas intensificam a actividade; mais concentração, mais desinibição, bem-estar e alivio. Na dependência as drogas suprimem a actividade; menos concentração e perda de memória, mais desadequação e constrangimento, desconforto físico e psicológico.

 

- Os custos humanos e económicos associados à dependência de drogas, incluindo o álcool, são elevadíssimos e dramáticos. O tratamento é um investimento cujo retorno pode revelar-se recompensador.

 

Existe o mito que se deve desresponsabilizar o individuo dependente de certos comportamentos disfuncionais, associados à adicção de drogas e/ou álcool. Na realidade, apesar de a adicção ser uma doença, o individuo deve ser responsabilizado por comportamentos que possam por em causa a sua saúde e a vida das outras pessoas.

 

Parar de comer compulsivamente

 

A minha história começa como tantas outras. Sempre fui uma criança gordinha, mas nunca obesa, o que não me preocupava nada, até ao dia em que alguém verbalizou que eu estava gorda e precisava de perder peso. Não sei quem foi, nem quando. Só sei que me marcou profundamente. De repente, eu era diferente dos outros. Tinha peso a mais, tinha de o perder e, pior ainda, tinha de deixar de comer para o conseguir.

A partir desse momento, parecia que estava sempre alguém à espreita, pronto a apontar o dedo e a lançar um olhar reprovador, cada vez que metia um pedaço de bolo à boca. Desde então, o dedo acusador passou a estar presente em todos os momentos que houvesse comida e eu a desejasse comer.

 

Como criança pensei que a solução passava por comer às escondidas. Se ninguém vir o que como, é como se não acontecesse, ninguém me pode acusar ou lançar olhares reprovadores… Foi assim que aprendi a comer às escondidas. Nesses momentos, era só a comida e eu, a minha nova melhor amiga. O prazer foi crescendo, à medida que criava um mundo secreto, só meu.

 

Com a entrada na adolescência a situação agravou-se e o aumento de peso tornou-se evidente. A primeira reacção foi fazer de conta e evitar os espelhos. O que não se vê, não existe… Os comentários continuaram e ajudaram a que comesse cada vez mais, numa espécie de espiral compulsiva. Evitava comer em público.

 

 

 

Independentemente das crenças de cada um, somos seres espirituais

 

"Não somos seres humanos que almejamos um rumo espiritual. Somos seres espirituais que nos transformamos ao longo da vida." Pierre Teilhard de Chardin

 

Sensações fantásticas, mas com consequências dramáticas

Paradoxo: Sensações fantásticas, com base no prazer imediato, mas com consequencias dramáticas, a medio e a longo prazo.

Durante as minhas deambulações pelo espaço virtual, selecionei esta fotografia da qual desconheço o seu autor, porque atraiu a minha atenção, principalmente, pelo conteúdo das palavras, reflectem uma constatação sobre a complexidade do consumo, do abuso e da dependência de substâncias psicoactivas do sistema nervoso central, vulgo drogas lícitas, incluindo o álcool, e as ilícitas. 

 

O ser humano, ao longo da sua evolução e há milhares anos, sempre consumiu e irá continuar a consumir drogas, por inúmeras razões; rituais, tradições, sensações, tendências, etc. Em pleno seculo XXI o que é que aprendemos com o recurso e a utilização das drogas? Quais são os ensinamentos que retiramos dos beneficios e das desvantagens sobre o consumo de drogas?

 

 

Dia-a-dia na recuperação das dependências

Apresento alguns excertos das pessoas, que diariamente procuram a motivação necessária, a fim de recuperarem a dignidade, a estima e a esperança num mundo em constante mudança. Todos nós, estamos expostos e vulneráveis às mais diversas condições adversas e ao invés de ser a adversidade a definir o rumo das nossas vidas, pelo contrário, somos nós seres fantásticos e resilientes que decidimos romper com aquilo que nos prende à dor e ao sofrimento.

 

No aconselhamento, as pessoas são o mais importante: os seus falhanços são os meus falhanços e os seus sucessos também são os meus sucessos. Ambos partilhamos esta aventura, porque o aconselhamento só é eficiente se o/a terapeuta e o cliente estiverem em sintonia,  na relação terapêutica de confiança, com o mesmo propósito - recuperação.

 

Importante: Todos os dados foram alterados de forma a proteger a identidade das pessoas e qualquer semelhança é pura coincidência. 

 

- Durante a consulta com a Natália, 39 anos (nome fictício – dependência emocional), abordamos a questão da intimidade nos relacionamentos românticos de compromisso: a química do amor (êxtase e o desassossego, vulgo paixão) e o amor duradouro (intimidade e o compromisso). Ela afirmava, com legitimidade, que a fim de manter o relacionamento duradouro é necessário haver entre os parceiros tempo para amar, sem este tempo a relação pode deteriorar-se.

Nota: Sabia que a novidade e o inesperado, por exemplo, quebrar a rotina e fazer coisas fora do comum, mantêm o amor duradouro. Não me estou a referir à paixão

 

- Durante a consulta com o Daniel, 25 anos (nome fictício – problemas com o Jogo), abordamos alguns factores que contribuem para o jogo compulsivo; 1. Jogar (curiosidade, correr riscos e o perigo inerente das apostas). 2. Gestão de sentimentos desconfortáveis, quebrar o tédio, a ansiedade e o aborrecimento 3. Recompensa (prazer intenso) e oscilações bruscas do humor.

Nota: Sabia que ganhar dinheiro não é o mais importante? O mais importante é jogar e apostar.

 

- Durante a consulta com a Anita, 38 anos (nome fictício – problemas com o álcool) e os seus pais abordamos os problemas associados ao álcool e o estigma social. A vergonha de expor o problema e pedir ajuda é tão doloroso que optaram por negar as evidências e as consequências negativas. Durante 10 anos não se falou sobre o assunto, inclusive, com outros membros da família. Afirmaram "Sentíamos que ninguém nos compreendia, pelo contrário, conscientemente, optamos pelo silêncio e pelo isolamento."

Nota: Sabia que o álcool é uma droga e que o alcoolismo é um problema de saúde publica?