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Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Em recuperação, qual é a sua Vocação?

Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, 6ª Edição da Porto Editora a designação de Vocação é: acto de ser chamado ou predestinado para um determinado fim; inclinação e predisposição para um certo género de vida, profissão, estudo ou arte. Tendência, talento; jeito; índole.

 

 

Hoje em dia, existem numerosos livros e investigação sobre os interesses vocacionais; individuais e/ou sociais. Uma grande parte dessa literatura está direccionada para a área profissional por ex. liderança, gestão de recursos humanos, trabalho em equipa. Desde sempre que o trabalho é considerado uma das mais importantes actividades nas nossas vidas. Sabia que a maioria dos adultos gasta mais tempo a trabalhar do que a dormir e/ou a divertir-se? Outra parte dos adultos apresentam dificuldades acrescidas na altura de escolher as suas carreiras e/ou profissões. Esta questão existencial desconfortável é também idêntica aos relacionamentos românticos e intimidade (vivência com o/a parceiro/a). Uma parte significativa de indivíduos sentem remorsos e/ou arrependimento depois de fazer as suas escolhas.

 

Em recuperação (re) encontra-se a vocação.

O que é que a vocação tem a ver com a recuperação dos comportamentos adictivos? Antes que alguém possa desenvolver comportamentos adictivos (seja substâncias adictivas lícitas, incluindo o álcool, e ou ilícitas, jogo, sexo, dependência emocional, compras (shopaholics), distúrbio alimentar, shoplifting (furto) convém recordar, antes demais, que somos seres gregários e dependemos das conexões (vínculos) com as pessoas à nossa volta, principalmente as pessoas significativas. Somos dependentes, por exemplo, quando estamos doentes, assustados (ex. desemprego), deprimidos (ex. separação/divorcio), angustiados (doença de alguém significativo), inadequados, fragilizados, impotentes e perdemos o controlo. Todavia, o oposto também sucede quando partilhamos as nossas vitórias (ex. carreira profissional de sucesso), ambições (projectos de vida, superar doença), sucessos (casamento, nascimento) e gratidão (recuperação da adicção). Todavia, dificilmente aprendemos a desenvolver e a investir em determinados valores individuais, sociais e espirituais (não religioso, sem dogmas e/ou divindades) como por exemplo o amor, o propósito e o sentido da vida, a honestidade, o desapego, a intuição, a resiliência, assim, e de uma forma abrupta, a meio da adolescência, somos “empurrados” para o mundo dos adultos (cultura) e ensinados a estudar para ter sucesso, afim de arranjar uma profissão bem remunerada, constituir família e comprar casa. A independência e a autonomia, definida pelos adultos, exige um estabelecido status com base nas referências anteriormente descritas; sucesso, profissão, casar e casa.

 

 

A vocação em acção

A questão coloca-se quando surgem, e são inevitáveis; as doenças incapacitantes, o stress crónico, a separação, o divorcio, os acidentes, o desemprego, a crise económica, os comportamentos adictivos.

Quais os recursos disponiveis para enfrentar estes dilemas?

Quais as competências que nos permitem defender da adversidade?

Qual é a vocação individual, social e/ou espiritual, (não religioso, sem dogmas e/ou divindades)? É preciso enfrentar a depressão, a ansiedade aguda, a vergonha, o sentimento de culpa, o estigma e a negação, o stress crónico que por sua vez, podem conduzir, ou despoletar, de uma forma muito subtil o inicio dos comportamentos adictivos. Refiro aos comportamentos problemáticos associados ao consumo/abuso das substâncias adictivas lícitas, incluindo o álcool, e as ilícitas, o jogo, o sexo, a dependência emocional, o distúrbio alimentar, as compras (shopaholics), o shoplifting (furto).

 

Responda a estas questões:

Quais são os meus talentos e competências (vocação)em recuperação? A nível individual, social e espiritual, não religioso sem dogmas e divindades.

 

O que é que o/a diferencia das outras pessoas? O que é que diz a sua intuição?

 

Qual/quais a/as aptidão que caracteriza o seu carácter e que as pessoas significativas, à sua volta, também beneficiam?

 

É um artista? Um/a gestora? Um/a líder? Criativo/a? Um/a investigadora? Uma pessoa que gosta de pessoas?

 

De que forma a sua vocação permite viver em equilíbrio, em vez de obcecado/a, frustrado/a e sozinho/a?

 

Vocação na recuperação dos comportamentos adictivos é:

Inovar, aprender, arriscar, acreditar, planear e criar sinergias (ex. vínculos saudáveis nos relacionamentos), motivação, descobrir e explorar, curiosidade, oportunidade e resiliência que permite sair da zona de conforto e pensar "fora caixa".

 

Como a recuperação não é um acontecimento isolado, mas um processo dinâmico é preciso treinar, como fazemos no exercício físico, as competências vocacionais e cognitivas, isto é, mantê-las actualizadas porque o Rumo da Vida irá encarregar-se de nos surpreender com diferentes desafios e adversidades.

 

Apele ao seu instinto e à sua intuição gregária delineando um propósito e um sentido de vida em conjunto com as outras pessoas, pessoas significativas e disponiveis. Ninguém recupera da adicção, sozinho. Caso precise de ajuda envie um email para joaoalexx@sapo.pt