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Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Livros de 2016

 

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As minhas leituras de 2016, das quais recomendo.

  • “Incógnito” – David Eagleman
  • “Fluir” – Mihaly Csikszentmihali
  • “Como Ser Feliz” – Sonja Lyubomirsky
  • “O Lado Bom da Irracionalidade” – Dan Ariely
  • “A Força do Habito” – Charles Duhigg  - Perceber e Corrigir os Hábitos na Vida e no Emprego
  • “Mindset” – Dra Carol S. Dweck – A Atitude Mental para o Sucesso
  • “A Vida Que Floresce” – Martin E. P. Seligman -
  • “Grit” – Angela Duckworth – O Poder da Paixão e da Perseverança

Nota pessoal: O critério para a seleção dos livros deve-se, principalmente, sobre os seus autores, investigadores de renome, cujas temáticas, tais como a motivação, a mudança, a felicidade, a resiliência, a garra, a persistência, os hábitos são temas recorrentes no meu trabalho do dia-a-dia. Desde 1993, dedico uma parte substancial, da minha carreira profissional, à aprendizagem contínua como forma de manter-me atualizado, a fim de prestar o melhor serviço possível, a todos aqueles que procuram, na doença e na adversidade, encontrar competências para vencer. Afinal, o que seria de nós, se não tivéssemos defeitos, se não estivéssemos expostos à adversidade e se não tivéssemos ajuda? Graças aos defeitos, à adversidade e haver pessoas especiais, conseguimos ser pessoas honestas, persistentes, mais resilientes e encontrar um propósito na vida; fazer a diferença, pela positiva, um dia de cada vez. As pessoas mais felizes gostam de pessoas.

As aparências podem iludir

Jazmín de Grazia (04 de Julho de 1985 / 05 de Fevereiro de 2012)

 

Uma notícia no jornal (JN)de 07 de Fevereiro, atraiu a minha atenção, o título referia o seguinte “Modelo argentina afogou-se na banheira. Jazmín de Grazia, de 27 anos, foi encontrada morta em casa pelo namorado. Droga pode ser a causa.”

 

Após pesquisar, pela internet, soube que Jazmín após a sua participação num reality show argentino, na altura com 18 anos, tornou-se modelo, mais tarde chegou a ser capa da revista Playboy, também era apresentadora de vários programas de televisão. Mais um caso, de uma jovem que alcançou o estrelato, de rápida ascensão, através dos tão badalados e afamados programas denominados reality show. Todavia, com um trágico desfecho aos 27 anos.

 

De acordo com a notícia, teria sido encontrado restos de cocaína no seu apartamento, todavia a autópsia revelou que a causa da morte foi “asfixia devido a imersão na água”. Foi também referido que Jazmín terá deixado uma mensagem no espelho da casa de banho, afirmando “Vocês não têm culpa que este mundo seja tão feio.”

 

Evitando especular sobre as causas da morte desta rapariga gostaria de realçar o fenómeno, sobejamente conhecido, sobre a vulnerabilidade dos jovens em relação ao flagelo associado ao consumo e abuso das drogas lícitas, incluindo o álcool, e/ou ilícitas.

Actualmente em Portugal, o consumo e o abuso das drogas lícitas, incluindo o álcool, e/ou ilícitas fazem parte integrante do convívio, acto social, de um numero significativo de jovens. Felizmente, não são todos os jovens. Na minha opinião, este fenómeno é encarado como um ritual de passagem para a idade adulta. Isto é, a negação, pressupõe que os consumos de drogas são de curta duração, todavia, não podemos negligenciar os factos; para alguns jovens os consumos esporádicos, aparentemente inofensivos, revelam-se uma via (porta aberta) ao abuso das drogas com graves consequências para as suas vidas a médio e longo prazo. Infelizmente, o caso de Jazmín foi mais um a acrescentar a muitos outros.

 

Aparentemente, através da suposta mensagem que Jazmín que terá deixado, no espelho da casa de banho, parece revelar algumas fragilidades de cariz emocional. Para alguns jovens o consumo de drogas surge como uma almofada às pressões e ao stresse do dia-a-dia. Nesse sentido, o consumo de substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool, e/ou ilícitas, poderá assumir um estatuto significativo, semelhante ao de auto medicação e controlo das emoções/oscilação do humor na busca do alivio e bem-estar.

 

Dica:

Caso identifique pressão e/ ou a sensação de vazio em relação aos afectos acompanhado de sentimentos de inadequação, evite consumir substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool e/ou ilícitas, visto a sensação que proporcionam ser somente sensações falsas e efémeras de prazer e bem-estar. Com a agravante de puder agravar ainda mais os sintomas de algum eventual problema emocional, por exemplo: depressão, solidão, tristeza.

 

Se identificar mudanças de humor e/ou vazio emocional evite o consolo no consumo de substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool e/ou ilícitas. Procure outras alternativas para se mimar. Procure pessoas genuínas, honestas e expresse os seus sentimentos. Invista mais nos afectos, menos nas coisas materiais e/ou nas aparências.

 

Não corra riscos desnecessários. O que, aparentemente, resulta para uma pessoa pode não resultar para outra. Não avalie o seu interior pelo exterior dos outros. Se considera que gosta de explorar o lado bom da vida, invista na sua literacia emocional. A vida encerra segredos que só são revelados aqueles que arriscam.

 

Caso reconheça que o problema que o/a atormenta toma conta da sua vida peça ajuda profissional. Você não está sozinho/a.

 

“O suicídio é uma solução definitiva para problemas provisórios, passíveis de mudar a qualquer momento” José Carlos Santos, psiquiatra.

 

 

 

Retiro Espiritual Online - PDI@

 

 

Plano Desenvolvimento Individual Online (PDI@) - Retiro Espiritual um Programa de Meditação pioneiro e inovador – “Alimento pró Pensamento.”

O conceito espiritual referido neste blogue não é religioso sem dogmas e divindades. É um conceito imaterial individual que permite a conexão com as pessoas e o mundo à sua volta, principalmente, atravês das fases complexas do devir.

 

Deseja participar no Retiro Espiritual Online? Surpresa!
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Estou disponível para ajudar.

Alguns temas do PDI@

 
Defeitos de carácter, Medo e aceitação, Vocação, Vergonha, Desapego Emocional com Amor, Lições da Arte de Bem-Viver, Perdoar e muito mais surpresas, participe já. Envie já o seu email.

 

A busca do alivio imediato pode ter consequências elevadas e dolorosas a medio/longo prazo

Sabia que comer é uma fonte natural de prazer? Porque é tão difícil adaptar a hábitos alimentares regulares e saudáveis? Porque preferimos adiar, para mais tarde, o prazer de comer? Por ex. esperar pelo final do dia pela refeição mais importante, quer esteja ou não consciente ao escolher este tipo de comportamentos/ rotinas, estão criadas as condições e ambiente para o “festim” (ingestão compulsiva, apetite voraz, empanturrar-se - binge eating).


Desde muito cedo nas nossas vidas, descobrimos que existe um tipo de alimentos que quando ingeridos em certas quantidades, proporcionam uma sensação de alívio e bem estar (por ex. doces, e outros alimentos excessivamente caloricos). Para alguns indivíduos, ingerem alimentos porque lhes proporcionam o maior alívio possível. Comemos para aliviar a pressão do dia.
 
 
Caso não consigamos mointorizar pensamentos, sentimentos e comportamentos em relação à comida saudavel e diversificada podemos atingir o ponto crucial para o desenvolvimento da adicção (distúrbio alimentar). Só comemos (ingestão compulsiva, apetite voraz, “festim”, empanturrar-se) porque sentimos uma sensação de alívio, porque se assim se não fosse não o faríamos. Porque é que funciona? Existem determinados alimentos, que ingeridos em certas quantias podem ser responsáveis por uma cadeia de reacções químicas que interferem na regulação e funcionamento numa zona do nosso cérebro responsável pelo alívio da dor, também afecta e reduz a vigilância/estado de alerta.

Só exageramos em certo tipo de comida porque nos proporciona alívio, caso contrário, não o faríamos.

Assim, começamos a acreditar que até conseguimos manipular o nosso cérebro activando determinados “interruptores” que interferem e condicionam o nosso estado físico e emocional. Certos alimentos são a “ferramenta” que despoleta e controla esses “interruptores”. Podemos aprender desde a nossa infância, antes mesmo de nos tornarmos completamente conscientes da pessoa que somos, a controlar e a manipular estes “interruptores”, especialmente se o nosso cérebro apresenta determinada predisposição genética para a adicção. Quanto mais vezes conseguir manipular o processo químico do cérebro, acreditando que está a controlar, mais dependente irá ficar da busca da sensação de alívio e bem-estar. Eventualmente, este “ciclo vicioso” pode torna-lo/a num/a dependente (adicto/a) a este tipo de sensação de alivio e necessidade de controlo pela libertação de químicos no cérebro.
Após o processo adictivo, ser desencadeado o adicto perdeu o controlo, isto é, o seu sistema nervoso central despoleta um desejo, intenso e incapaz de ser controlado, na busca de sensação de alivio. Este mecanismo adictivo que despoleta o desejo intenso e incontrolável só será saciado através de doses regulares de químicos responsáveis pela libertação da sensação de alivio, localizado na zona do cerebro responsavel pelo prazer. Este mecanismo adictivo funciona como um “radar” (pensamento consciente) que incita, e cujo principal objectivo são determinados alimentos. Por outras palavras, o nosso sistema nervoso central está focado para a comida e o comer. Esta necessidade é tão intensa e profunda que pode mesmo manipular para que se salte refeições e assim adiar o apetite desenvolvendo inconscientemente condições para uma refeição, tipo “festim”/”banquete” para mais tarde nesse dia, de preferência quando estiver sozinho, longe dos olhares reprovadores e críticos das outras pessoas.

Este mecanismo complexo está relacionado com a adicção, sendo o responsável pela desordem alimentar. Interpretar e descodificar este mecanismo requer apoio e conhecimento, e acima de tudo motivação para a recuperação (mudança de estilo de vida).

Sozinho não irá conseguir adquirir conhecimento e competências suficientes que permita controlar a adicção. Necessita de ajuda específica e orientação capaz de compreender a complexidade deste problema serio de saúde. Também necessita de aliados (pessoas conhecedoras e experientes) que o/a ajudem a viver com a adicção (desordem alimentar).

Na sua experiencia, qual ou quais os alimentos que você ingere que lhe proporcionam a sensação de alivio referido no texto?
Na sua opinião, qual a diferença entre apetite e fome? Identifica problemas de gestão de stress na sua vida? Identifica problemas de imagem corporal e de assertividade? 
Escreva e envie um email para joaoalexx@sapo.pt . É assegurado completo sigilo de todos os dados pessoais (confidencialidade).
  

As Emoções são a nossa "Vida Interior"

Invista na linguagem dos sentimentos, afinal se os reprimimos estamos a negligenciar uma parte importante do nosso ser. Como se sente hoje? É Ok sentir...seja honesto/a consigo mesmo.

Abandonado/a, Aceite, Adequado/a, Afectado/a, Ansioso/a, Apático/a, Ambivalente, Apreensivo/a, Acarinhado/a, Arrependido/a, Atrapalhado/a, Amado/a, Aliviado/a, Absorto, Ausente, Aborrecido/a, Alegre, Abusado/a, Acanhado/a, Activo/a, Apaixonado/a, Auto-piedade, Assustado/a, Agradecido/a, Aparvalhado/a, Apático/a, Aturdido/a, Alheado/a, Angustia, Atónito,


Bem-disposto/a, Baralhado/a,


Ciúme, Coragem, Chateado/a, Calmo/a, Carinho, Confortável, Confiante, Cobarde, Constrangido/a, Contente, Culpa, Cansado/a, Compreendido/a, Comprometido/a, Cativado/a, Chocado/a, Coitado/a,


Desapontado/a, Desagradado/a, Desencorajado/a, Distraído/a, Desesperado/a, Desacreditado/a, Desanimado/a, Derrotado/a, Doente, Desconfortável, Desconfiado/a, Dominado/a, Desiludido/a, Desprezo, Deslumbrado/a, Dôr, Defensivo/a, Dividido/a,


Envergonhado/a, Estranho/a, Embaraçado/a, Enganado/a, Empatia, Encantado/a, Extasiado/a, Enfraquecido/a, Egoísta, Entorpecido/a, Estúpido/a, Excitado/a, Explorado/a, Encurralado/a, Em-baixo, Entorpecido/a,


Feliz, Falhado/a, Fascinado/a, Frustrado/a,

 

Gélido/a, Grato/a,


Humilde, Humilhado/a, Hostil, Hirto, Horrível,

Impotente, Injustiçado/a, Inveja, Importante, Indiferente, Impaciente, Intolerante, Irritado, Infeliz, Inseguro/a, Inferior, Ingénuo/a, Idiota, Inocente, Curioso/a,


Jovial, Julgado/a,


Livre, Luto, Lesado/a

 

Merecedor/a, Medo, Magoado/a, Miserável, Motivado/a, Maravilhado/a, Manipulado/a,

Natural, Nervoso,


Ódio, Ousado/a, Orgulhoso/a, Obcecado/a, Obstinado/a, Obtuso, Optimista,


Pena, Parvo/a, Provocado/a, Preocupado/a, Perturbado/a, Possessivo/a, Piedoso/a, Pasmado/a, Perda, Persuadido/a, Perplexo


Querido/a,


Ressentido/a, Raiva, Rejeitado/a, Remorso, Resignado/a, Respeitado/a, Rendido/a, Realizado/a, Receio, Relutante,


Só, Solidão, Satisfeito/a, Surpreendido/a, Seguro/a, Surpreso,


Triste, Tolo/a, Triunfante, Tranquilo/a,

Zangado

Útil, Usado/a,
 

Vazio, Vencedor/a, Vergonha,


Vamos sentir...e não fingir.

Estas são apenas algumas das emoções se desejar pode acrescentar enviando um emal para joaoalexx@sapo.pt

 

Não - a mais odiada vs. abençoada palavra nos encontros interpessoais

 

 

 

 

 

 

Não - é a palavra que mais detestamos ouvir quando somos contrariados e assim impedidos de satisfazer a nossa vontade. Desde a tenra idade até à idade adulta odiamos ouvir o Não. Recorremos à manipulação, à desonestidade, à mentira, à culpa e até em situações extremas à violência verbal (intimidação) e/ou física de forma a evitar ouvir o Não da outra pessoa. Na maioria das vezes, é preciso “pressionar” os nossos neurónios para aceitar o Não e continuar com a vida em frente.

 

Como é que nos sentimos quando estamos a comunicar e precisamos de dizer Não, de forma a satisfazer as nossas necessidades, mas infelizmente, acabamos por dizer; Sim, só para agradar?

 

Todos nós, sem excepção, no dia-a-dia somos confrontados com situações onde é extremamente difícil dizer Não à outra pessoa ou a um grupo de pessoas. Por ex. combinar um jantar com uns amigos num dia, umas horas depois, você é convidado para jantar em casa dos pais. O patrão pede para ficar umas horas extra no trabalho, quando nesse dia, você tem outros planos para essa noite. Um professor solícito pede apoio, para um trabalho extra de investigação, e você está sem tempo disponível. Você comprou uma camisola e de repente surge uma amiga e diz “Epá, a tua camisola é muito gira! Podias emprestar. Vá lá!” ou alguém que “implora” que o acompanhe a qualquer sítio, e você não está na disposição para tal.

 

Se você frequentemente se sente pressionado e desconfortável, e em vez de ser assertivo, é agradador e passivo, acabando por sentir-se infeliz e inseguro, então chegou a altura da sua vida para se questionar e procurar as razões e as crenças (expectativas disfuncionais) pela qual diz Sim - sempre com um sorriso amarelo ou o oposto, com um ar de miserável (pena de si mesmo) - quando na realidade quer dizer Não.

   

Pode recear perder alguém se disser Não, por ex. o namorado/a ou o amor do marido/mulher, sentir que pode afectar a relação negativamente gerando uma discussão enorme entre si e o seu parceiro/a. Pode perder um amigo ou uma amiga. Pode até pensar que as outras pessoas não vão gostar mais de si, se disser –  Não - e sentir-se rejeitado. Fugindo ao Não acaba por assumir uma postura de zelador (pacificador, agradador a qualquer custo) e complacente (adapta-se e molda-se aquilo que pensa/calcula que os outros pensam de si) mantendo a relação frágil e dependente. Evita, a qualquer “preço”, que a relação se submeta às adversidades normais, oriundas das diferenças de opinião entre parceiros ou amigos, histórias e perfis diferentes, etc.

 

Com o tempo, você acaba frustrado e desiludido, porque na realidade não existem pessoas e relações perfeitas. Afinal, somos humanos e a vida é uma aprendizagem constante. No nosso quotidiano, acontece com mais frequência do que nós imaginamos, ficarmos desiludidos com as outras pessoas, mas nós também desiludimos os outros.

 

Você tal como imensas pessoas, podem sentir culpadas quando dizem Não, por terem aprendido a evitar seguir o seu próprio caminho na vida, evitando assim magoar as emoções dos outros, você sentir que é um fardo pesado. Nesse sentido, estão criadas as condições para acabar por se sentir responsável pelas emoções das outras pessoas, como se a felicidade delas depende-se da sua necessidade de agradar.

 

Esta atitude facilitadora e permissiva pode impedir que as outras pessoas assumam a responsabilidade pelos seus próprios sentimentos. Aprendeu a virtude do “auto sacrifício” e/ou a negar as suas próprias necessidades e emoções. Acaba por ser responsável e estar mais atento (preocupado) às necessidades dos outros, delegando as suas para segundo plano. Pode acabar por se sentir uma pessoa má (egoísta e/ou egocêntrica) se recusar compactuar com este jogo psicológico. Pode também sentir-se lisonjeada evocando o princípio da abnegação, sentindo-se importante perante os outros, mas na realidade, acaba por ser “apanhada” no medo paralisante em afirmar Não. Imediatamente, você julga que nunca mais será solicitado para qualquer outro assunto importante. Abdica dos seus valores e submete-se ao Sim, em vez de dizer Não. Estes são apenas alguns exemplos onde pode ficar “apanhada” e interferir negativamente na sua liberdade de escolha.

 

 

 

As Drogas eleitas pela nossa sociedade

Somos uma sociedade (cultura) que promove e desenvolve “o culto cool” e da moda associado ao consumo de drogas psicoactivas adictivas - licitas, incluindo o alcool, a nicotina e ilícitas? Será uma forma diferente, original e criativa de pensar e fazer coisas? Ou optamos pelo caminho mais fácil (atalhos) na ânsia de procurar responder aos milhares de estímulos e expectativas a que somos sujeitos, dia-a-dia?

 

Portugal é o país da Europa com menor numero de estudos especializados realizados especificamente acerca do consumo de álcool e dos problemas a ele associados (Simpura et al.,2001). Quais são as pessoas e ou organizações interessadas em investigar as consequências autênticas do álcool na nossa sociedade? Qual o interesse publico desta informação? Qual o impacto e o custo na sociedade portuguesa associado ao alcool? E das outras drogas, licitas, medicamentos sujeitos a receita medica (ex. benzodiazepinas - tranquilizantes, ansioliticos) e ilícitas?

Uma parte significativa da nossa população, cujos números exactos (estudos epidemiológicos[i]) não se conseguem obter com exactidão, (desde os jovens, aos adultos, incluindo a população sénior) recorre com mais ou menos frequência, ao consumo de substâncias psicoactivas susceptíveis de causar dependência.

 

Usar drogas é um acto voluntario, uma escolha individual, que pode ser sujeita ou não à pressão do grupo e o ambiente. Nem todos os indivíduos que consomem substâncias psicoactivas adictivas iram desenvolver um problema de abuso ou dependência, assim como consumir esporádico seja sinónimo de doença, mas existe um certo grau de risco (dependendo da potência/efeito da substância, a dose administrada, a duração do consumo e do próprio consumidor). Estes factores (neurologico-bio-psico-social) juntos podem contribuir para um problema grave de saúde, familiar e profissional.

 

 Cada um elege as drogas que lhe proporcionam o efeito desejado. A mesma droga não é eleita por todos. Existem drogas para todos os gostos. Algumas pessoas usam drogas por mera curiosidade, outros para se divertirem, outros para praticarem desporto, pratciar sexo, para “fugirem” ao stress e à pressão diária, para trabalhar, para relaxarem, por motivos de doença, outros recorrem às drogas porque abusam e por último aqueles que estão dependentes (doença da adicção).

 

Existe uma relação entre a oferta e a procura que faz com que hoje as drogas estejam mais disponíveis e presentes no dia-a-dia das pessoas, comparativamente à 15 anos atrás. Provavelmente, todos nós conhecemos, directa (ex. um familiar, ou amigos) ou indirectamente (ex. amigo do amigo), alguém que nesta altura tenha ou já tenha passado por um problema com drogas, incluindo o álcool.

 

Porque é que uns sofrem horrores e destruição nas suas vidas, associado às drogas psicoactivas adictivas, incluindo o álcool, ex dependência (doença/adicção) e outros não?

 

Através do consumo de drogas aprende-se a oscilação das emoções e descobre-se todo um “novo mundo” de novas experiências sensoriais e singulares que de outro modo não seria possível experienciar.

 

A dependência às drogas lícitas, incluindo o alcool e a nicotina, e/ou ilícitas psico-activas, é uma doença do cérebro (adicção). Sabemos que o consumo de drogas altera a percepção (ideias, compreensão) e o funcionamento normal do cérebro (neuroquímica/neurotransmissores) enveredando o adicto na senda da gratificação imediata, procura aquela sensação de prazer e/ou bem-estar única capaz de gerar energia extra, capaz de modificar e ou atenuar (dormente) as emoções dolorosas; ex. raiva e ressentimento, o medo e a insegurança, rejeição numa relação romântica, despedimento (frustração), perda de alguém querido, cansaço físico e/ou sensação de falta de energia, ansiedade e ou sentir-se deprimido etc. As drogas psicoactivas modificam a forma como as pessoas sentem, pensam e agem.

 

 

Como é que lidamos com a critica?

 

No dia a dia somos sujeitos a vários tipos de relacionamentos e criticas. Umas são construtivas outras destrutivas. È inevitável esta exposição na interacção com as outras pessoas, é rpeciso recordar que na comunicação não existem “mundos perfeitos”, “nem castelos com príncipes ou princesas”. A maioria dos seres humanos reage defensivamente à crítica. Por ex. porque ouvimos tanto falar na “guerra dos sexos”? Porque é que fugimos à critica, mesmo que seja construtiva?
Em muitos casos possuímos memórias e recordações, quando crianças, onde fomos fortemente criticados permanecendo um enorme desconforto emocional na idade adulta. Desenvolvemos a crença sobre a crítica que é “Uma coisa ”. Na realidade, não precisa de ser.
Revela-se importante diferenciar a critica do “deita abaixo” que resulta daquilo que os outros são ou dizem e aquele tipo de critica que pode ser construtiva e uma mais-valia para nós e para as outras pessoas significativas à nossa volta capaz de gerar confiança (feedback genuíno, sem julgamento, e saudável). Para isso precisamos, em primeiro lugar, saber avaliar as verdadeiras crenças por trás das nossas palavras (honesta e realista). Avaliar as nossas opiniões, emoções e comportamentos. Depois as opiniões dos outros. No final. somos os únicos responsáveis pelas nossas acções.
Em muitos casos, as crianças não aprendem a se auto avaliar se os adultos somente afirmarem (regras rígidas) que determinado comportamento está certo ou errado, sem haver uma explicação legitima, compreensiva e adequada. Por vezes, as consequências impostas às crianças (castigo) são desproporcionadas em relação ao comportamento considerado problema, pelo adulto. Elas ficam assim dependentes dos outros para se auto avaliarem em vez de aprenderem a se monitorizarem pelos seus próprios padrões (princípios e crenças).
Precisamos de desenvolver os nossos próprios padrões de comportamentos (auto conceito- certo e errado), caso contrário, ficaremos sujeitos e expostos á critica negativa e destrutiva dos outros. Por exemplo, se diariamente afirmarem que não somos um/a bom parceiro/a na relação ou incompetentes em certa área específica do nosso trabalho, embora possamos discordar, é muito provável vir a acreditar nessa critica negativa com a agravante em se começar a justificar determinada atitude e/ou comportamento. Nestas situações se não houver uma dose extra de auto estima será uma tarefa árdua efectuar uma auto avaliação correcta, positiva e realista.

Como se sente hoje?

 

Tal como já foi referido varias vezes recuperar dos comportamentos adictivos exige uma aprendizagem empenhada e uma descoberta intensa na identificação e lidar com os sentimentos, quer sejam positivos e/ou dolorosos. Precisamos de “mergulhar” no nosso interior – Atitudes e comportamentos; para nos conhecermos. 
 
Faça um audacioso e meticuloso inventario dos seus sentimentos no seu dia-a-dia.
Não coloque rotulos nos sentimentos, por ex. bons ou maus e certo ou errado. É Ok sentir, de seguida apresento uma lista. “Boa viagem
 
Hoje sinto-me...
agressivo/a, ansioso/a, arrogante,apático,afectuoso,ambivalente,
ambíguo, aborrecido/a, assustado/a,amado/a,agonia,aliviado/a,
acarinhado,arrependido/a,abençoado/a,afortunado,apreensivo/a,
apaixonado/a
 
benevolente,
 
cabisbaixo,cansado/a,caprichoso,confiante,complacente, curioso/a,
ciumento/a,chocado/a, confuso/a,contemplativo/a,comovido/a,culpado/a,
 
determinado/a, desapontado/a, desacreditado/a,desejado/a,desamparado,
desconfiado/a,desonesto,desgostoso,dôr,
 
eufórico/a, extenuado,exausto/a,envergonhado/a,
 
falhado/a,feio/a,feliz,frustrado/a,
 
grato/a,
 
histérico/a,
 
impressionado,inveja, intimidado/a,idiota,indeciso/a,inseguro/a,
ignorante,indiferente,inocente,inadequado/a,
 
luto,
 
magoado/a,miserável,
 
egoísta,
 
negativo/a,
  
obstinado/a,optimista,orgulhoso,
 
perda, paranóico/a,perplexo/a,pensativo/a,
 
ressentido/a, 
 
só, satisfeito/a,sereno/a, surpreendido/a,
 
tímido/a, triste,
 
vencedor/a,

Fases do sentimento de raiva



Sentimento de raiva
Como é sabido a gestão construtiva das emoções é uma área essencial na recuperação duradoura de qualquer tipo de adicção. È humano fugir das emoções desconfortáveis e desejar negar esses ciclos dolorosos. Já ouvi varias pessoas afirmarem, indignadas, “Raiva, eu?!... raiva tem os cães ...”

Durante a infância e a adolescência não aprendemos a identificar e a gerir os sentimentos, assim como não existe uma linguagem emocional unica (comunicação honesta e assertiva) entre a maioria das pessoas. Todavia ao longo da nossa existência desenvolvemos crenças, atitudes e comportamentos que nos permitem adquirir a experiência e a aprendizagem necessária sobre as nossas emoções desconfortáveis e dolorosas, nesse sentido a vida encarregar-se-a de despoletar estes mecanismos de sobrevivência. Alguns das atitudes que adoptamos não são os mais construtivos e recompensadores a médio e longo prazo. Muitos adictos/as a substâncias (drogas lícitas, inlcuindo o alcool, e ilícitas) e/ou comportamentos adictivos (jogo, relações, sexo, trabalho patológico, compras compulsivas, disturbio alimentar, recorrem a mecanismos de “sobrevivência” para adormecer, entorpecer, fugir, reprimir ou controlar as emoções desconfortáveis e dolorosas.

Através da recuperação duradoura aprende-se a sentir. È ok sentir as emoções sem “bengalas” ou outro tipo de auxiliares disfuncionais. Estamos vivos, sensíveis e activos. Entregamos e deixamos os sentimentos se manifestarem é um processo de auto conhecimento e de auto valorização do nosso interior, profundo e misterioso.
O sentimento de raiva é extremamente poderoso e importante. A gestão da raiva pode ser o problema psicológico mais conhecido na nossa época. Precisamos de saber mais sobre a sua essência.
Gostaria de referir três fases do sentimento de raiva

1 Fase. Sentir raiva quando provocado. Se alguém nos ofende ou magoa sentimos raiva. É uma emoção instintiva ou reflexiva (reactiva) que é extremamente difícil controlar.

2 Fase. É a reacção ao sentimento de raiva. Quando ofendidos, podemos morder os lábios e não dizer nada. Podemos fazer uma critica, podemos explodir, podemos empurrar e protestar. Embora não tenhamos a capacidade de controlar o sentimento de raiva podemos adquirir controlo sobre as reacções (atitudes e comportamentos).

3 Fase. Retenção e reprimir a raiva. Sabemos que não controlamos o sentimento de raiva, quando somos provocados, mas durante quanto tempo iremos conseguiremos reprimir? Quantos minutos? Quantos meses? Quinze anos?

Por conformidade, refiro a Fase 1 Sentir a raiva; a Fase 2 A raiva intensa e a Fase 3 Ressentimento.

Em muitas situações sentir a raiva conduz à raiva intensa. Os adictos/as aparentam ter um particular dificuldade em reagir à raiva, mesmo que não estejam sob a influencia de substâncias psicoactivas. É obvio quando o seu auto controlo foi enfraquecido/afectado pelos químicos e/ou comportamentos adictivos e assim desencadear a raiva intensa de uma forma desproporcionada e empolada. Na fantasia de alguns adictos parecem pensar que o mundo é injusto e está contra eles, sentem-se vitimizados e sentem raiva de toda a gente, incluindo de Deus, conforme cada um O concebe (Poder superior). Afirmam "Porque eu?" ou "Porque a mim?" Parece existir uma distorção das suas percepções em relação à realidade.