Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.
Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.
Pequenos excertos sobre pedidos de ajuda recebidos por email, sendo posteriormente enviadas as respectivas respostas. Todos os dados pessoais foram alterados de forma a manter a confidencialidade dos seus intervenientes. Se identificar com alguma situação e ou comportamento em concreto pode escrever um email e solicitar apoio.
A publicação destes pequenos excertos tem como propósito quebrar o ciclo disfuncional associado ao estigma, à negação e à vergonha. Na sociedade de hoje, é cada vez mais comum o aparecimento deste tipo de problema e questões entre pessoas e famílias. Por vezes, a distancia, entre pessoas com problemas idênticos, pode ser uma porta, um prédio e/ou uma mesa do escritório. A ajuda surge quando o ciclo disfuncional adictivo é interrompido.
Todos, sem excepção estamos vulneráveis e expostos à adversidade, por ex. comportamentos adictivos. Determinados comportamentos dolorosos podem despoletar o mecanismo (ex. procura do prazer e do alivio através da comida, sexo, substancias psicoactivas lícita e/ou ilícitas, jogo, relacionamento de dependencia, compras, shoplifting - furto) que supostamente nos protege da dor, mas conduz-nos no sentido contrário, da dependência e da perda do controlo.
Pedidos de Ajuda
Distúrbio alimentar: "Navegava na Internet para resolver o meu problema de bulimia. Adorei o seu blogue, acho que encontrei uma luz ao fundo do túnel. Amei o texto sobre perdoar e cada vez mais me convenço que tenho que aprender a perdoar e a perdoar-me em vez de viver a apontar o dedo a mim e aos que me estão mais próximos."
Distúrbio alimentar: "Desde há uns anos quando acabo uma refeição 90% das vezes fico agoniado/enjoado. Quando tinha 12 anos era gordinho e a família brincava comigo em relação ao meu peso e ao corpo. Não achava piada. Dei por mim, a beber um copo de leite de manhã e a jantar. Sempre que como fico mal disposto. Nunca vomitei após uma refeição, mas tento controlar-me, porque vontade não me falta. Será que posso ter algum tipo de distúrbio alimentar?"
As crianças também são afectadas pelas consequências dos Comportamentos Adictivos (drogas lícitas, incluindo o alcool e a nicotina, e as ilícitas, o jogo, relações de dependência, distúrbio alimentar, shoplifting - furto, sexo, compras - shopaholics). Aos olhos das crianças os pais são seres idoletrados e "perfeitos"...neste sentido podem estar vulneraveis, e serem negligênciadas, e em alguns casos são vitimas de abuso emocional, fisico e sexual. Algumas crianças adaptam a disfuncionalidade e a insanidade ao longo das suas vidas desestruturadas.
Conheço adultos, que foram filhos de pais (pai ou mãe ou ambos) dependentes de substâncias psicoactivas que ainda sofrem em silêncio as agruras da Adicção activa dos pais. A vida para alguns deles é sinónimo de sofrimento, ilusão, rigidez de pensamento (controlo). Em muitos casos essas crianças, quando adultos envolvem-se em relações disfuncionais, de abuso e de dependência.
Desde cedo os filhos de pais adictos no activo perdem a inocência, a espontaneidade e a auto estima.
Se você é filho ou filha de pais adictos conte a sua historia e envie um para joaoalexx@sapo.pt
Todos os dados são confidenciais e tratados com o máximo sigilo.
Este filme retrata na "perfeição" o drama dos relacionamentos (familia, incluindo as crianças) onde um dos parceiros apresenta um problema com o alcoolismo. Neste caso, ela (Mulher/Meg Ryan) que sofre de alcoolismo e ele (marido/Andy Garcia) sofre as consequencias da adicção.
Quando uma familia é afectada pela adicção (drogas lícitas, incluindo o alcool, e ilícitas, jogo, trabalho, sexo, disturbio alimentare, relações, compras) todos, sem excepção são afectados, incluindo as crianças. Todo o sistema familiar (papeis, rotinas) fica disfuncional - desconfiança, mentira, negação, manipulação, negligência, violencia domestica.
A fim de negar a doença, evoca-se o amor e a familia para justificar o injustificavel. O disfuncional torna-se o normal e instala-se a impotência, a vergonha e a culpa, o medo, o ressentimento, solidão e a raiva. Se o processo destrutivo da doença não for interrompido pode assumir consequências catastroficas. A recuperação é possivel atraves da coragem, da honestidade, confiança e mudança. Se nada mudar tudo fica na mesma.
Se identificar com o papel de algum dos actores, neste filme, escreva como é para si viver as consequencias da adicção. Envie uma email para joaoalexx@sapo.pt.
Apesar do referido video neste post (link) retratar a realidade americana, na minha opinião, em Portugal não estamos assim tão longe dessa mesma realidade. Sabia que o abuso do alcool e o alcoolismo são um problema de saude publica, inacreditavelmente negligenciado pelas autoridades competentes?
O alcoolismo é uma doença, em qualquer lugar do mundo que afecta, directa e indirectamente, milhões de individuos, a familia, incluindo as crianças, e onde se gastam milhões de dolares/euros por ano.
Quantos casos de individuos com problemas de alcool você identifica na sua familia?
Quanto é que o estado gasta por ano, em despesas, relacionadas com as consequencias do alcoolismo?
Qual é o impacto social e economico do abuso (consumo problematico) e do alcoolismo, em Portugal?
Quantos amigos você conhece que apresentam problemas com o alcool?
Identifica um problema com o alcool? Se a resposta for sim, quais as consequencias negativas na sua vida e junto daqueles que vivem consigo (familia, crianças, colegas de trabalho, lei, saude, etc)?
Você tem um relacionamento amoroso com alguém com problemas o alcool?
Você é filho/a de pais ou um dos progenitores com problemas com o alcool?
Quando pensamos em indivíduos (membros de família) com comportamentos adictivos associados a drogas, ao álcool, jogo, distúrbio alimentar, compras (shopaholics), shoplifting (furto) e sexo na nossa comunidade, raramente imaginamos que também nós podemos estar expostos a este tipo de adversidade. Recordo inúmeros casos de indiviudos que afirmam “Quando surgem notícias relacionadas com este tipo de problemas, imediatamente pensamos que só acontece aos outros”. Pense, se acontecer na sua propria familia e dentro da sua propria casa? Quais as medidas necessarias a tomar de forma a proteger as crianças das consequencias da adicção?
Na realidade, ninguém tem o desejo de ser “apanhado na rede” da adicção. Mas, infelizmente os factos e a realidade, é bem diferente.
Aquelas famílias (progenitores) que são confrontadas com a adicção (drogas ilícitas, incluindo o alcool, e/ou licitas, jogo, sexo, codependencia, distúrbio alimentar, compras, furto) são expostas a uma determinada pressão e evidenciam algumas consequências na relação com o/os seu/s filho/os.
Alguns exemplos:
1. Os progenitores desenvolvem crenças negativas e distorcidas sobre o seu papel (pai ou mãe, em alguns casos ambos os progenitores). Ex. Sentem que falharam redondamente, como pais. Sentem-se incompetentes. Oiço desabafos “Como posso ser um exemplo para o meu filho/a se tive problemas com drogas, álcool,oujogo ou relações, sexo? Não tenho esse direito porque me sinto culpado/a".
2. Existe na nossa cultura a negação, associado ao estigma e a vergonha tóxica, que reforça o falhanço e a frustração no papel dos pais. Ex. notícias sensacionalistas nos meios de comunicação social.
3. Mesmo após o tratamento inicial e o individuo iniciar a sua recuperação (novo estilo de vida) o sentimento de frustração, como progenitor, pode persistir reforçando a crença negativa, impedindo-o assim ao acesso a recursos disponiveis (pessoas e instituições), como corolário, existe a incapacidade de identificar competências positivas nos filhos. Provavelmente, um pai ou uma mãe ou ambos sentindo-se frustrados no seu papel de educador e de modelo podendo considerar, através do desenvolvimento de uma crença disfuncional, que o seu filho/a é um “fardo impossível” de suportar. Adoptam uma abordagem que possa “institucionalizar” essa crença disfuncional na criança e no sistema familiar.
Questão:Considera que o seu filho/a possa ser um “bode expiatório” que não lhe permita enfrentar os seus problemas do dia-a-dia e a pressão? Adopta a atitude do culpado? Quem é o culpado/a do seus problemas?
4. Possibilidade de recaídas. Os pais que exibem comportamentos adictivos estão sujeitos a deslizes e a recaídas. Regresso ao estilo de vida disfuncional e destrutivo da adicção activa ex. uso de drogas, jogo, comida, sexo.
5. Comportamentos impulsivos e reactivos em situações de crise na relação entre pais e filhos, como consequência da frustração, podem conduzir à violência verbal e em último caso à violência/abuso físico e emocional.
6. Após o período de tratamento inicial as crises no sistema familiar vão prevalecer. Ex. indefinição nos papeis e limites nas funções dos progenitores e dos próprios filhos - falta de comunicação honesta e da confiança. Apesar das crises os pais continuam a levar os filhos à escola e tratam das refeições. Em alguns casos obervo filhos que são os pais dos pais.
Se no seu caso, identificar sentimentos de falhanço e frustração na relação com o seu filho/os, como consequencia de comportamentos adictivos, envie um email que enviar-lhe-ei uma dica de forma a melhorar o relacionamento.
Não - é a palavra que mais detestamos ouvir quando somos contrariados e assim impedidos de satisfazer a nossa vontade. Desde a tenra idade até à idade adulta odiamos ouvir o Não. Recorremos à manipulação, à desonestidade, à mentira, à culpa e até em situações extremas à violência verbal (intimidação) e/ou física de forma a evitar ouvir o Não da outra pessoa. Na maioria das vezes, é preciso “pressionar” os nossos neurónios para aceitar o Não e continuar com a vida em frente.
Como é que nos sentimos quando estamos a comunicar e precisamos de dizer Não, de forma a satisfazer as nossas necessidades, mas infelizmente, acabamos por dizer; Sim, só para agradar?
Todos nós, sem excepção, no dia-a-dia somos confrontados com situações onde é extremamente difícil dizer Não à outra pessoa ou a um grupo de pessoas. Por ex. combinar um jantar com uns amigos num dia, umas horas depois, você é convidado para jantar em casa dos pais. O patrão pede para ficar umas horas extra no trabalho, quando nesse dia, você tem outros planos para essa noite. Um professor solícito pede apoio, para um trabalho extra de investigação, e você está sem tempo disponível. Você comprou uma camisola e de repente surge uma amiga e diz “Epá, a tua camisola é muito gira! Podias emprestar. Vá lá!” ou alguém que “implora” que o acompanhe a qualquer sítio, e você não está na disposição para tal.
Se você frequentemente se sente pressionado e desconfortável, e em vez de ser assertivo, é agradador e passivo, acabando por sentir-se infeliz e inseguro, então chegou a altura da sua vida para se questionar e procurar as razões e as crenças (expectativas disfuncionais) pela qual diz Sim - sempre com um sorriso amarelo ou o oposto, com um ar de miserável (pena de si mesmo) - quando na realidade quer dizer Não.
Pode recear perder alguém se disser Não, por ex. o namorado/a ou o amor do marido/mulher, sentir que pode afectar a relação negativamente gerando uma discussão enorme entre si e o seu parceiro/a. Pode perder um amigo ou uma amiga. Pode até pensar que as outras pessoas não vão gostar mais de si, se disser – Não - e sentir-se rejeitado. Fugindo ao Não acaba por assumir uma postura de zelador (pacificador, agradador a qualquer custo) e complacente (adapta-se e molda-se aquilo que pensa/calcula que os outros pensam de si) mantendo a relação frágil e dependente. Evita, a qualquer “preço”, que a relação se submeta às adversidades normais, oriundas das diferenças de opinião entre parceiros ou amigos, histórias e perfis diferentes, etc.
Com o tempo, você acaba frustrado e desiludido, porque na realidade não existem pessoas e relações perfeitas. Afinal, somos humanos e a vida é uma aprendizagem constante. No nosso quotidiano, acontece com mais frequência do que nós imaginamos, ficarmos desiludidos com as outras pessoas, mas nós também desiludimos os outros.
Você tal como imensas pessoas, podem sentir culpadas quando dizem Não, por terem aprendido a evitar seguir o seu próprio caminho na vida, evitando assim magoar as emoções dos outros, você sentir que é um fardo pesado. Nesse sentido, estão criadas as condições para acabar por se sentir responsável pelas emoções das outras pessoas, como se a felicidade delas depende-se da sua necessidade de agradar.
Esta atitude facilitadora e permissiva pode impedir que as outras pessoas assumam a responsabilidade pelos seus próprios sentimentos. Aprendeu a virtude do “auto sacrifício” e/ou a negar as suas próprias necessidades e emoções. Acaba por ser responsável e estar mais atento (preocupado) às necessidades dos outros, delegando as suas para segundo plano. Pode acabar por se sentir uma pessoa má (egoísta e/ou egocêntrica) se recusar compactuar com este jogo psicológico. Pode também sentir-se lisonjeada evocando o princípio da abnegação, sentindo-se importante perante os outros, mas na realidade, acaba por ser “apanhada” no medo paralisante em afirmar Não. Imediatamente, você julga que nunca mais será solicitado para qualquer outro assunto importante. Abdica dos seus valores e submete-se ao Sim, em vez de dizer Não. Estes são apenas alguns exemplos onde pode ficar “apanhada” e interferir negativamente na sua liberdade de escolha.
Adicção ao Sexo segundo o Dr Patrick Carnes (reputado investigador americano sobre a adicção ao sexo).
Vergonha, Perda de Controlo, Ilusão, Negação, Dependência, Isolamento, Ansiedade, Preocupação constante (ex. 24 horas sobre 24 horas), problemas com a lei, problemas familiares (intimidade entre casais e filhos) e financeiros (prostituição, internet) são apenas alguns dos sintomas.
É possivel interromper o ciclo de destruição atraves da recuperação (mudança de estilo de vida - MEV) Veja o video e comente. Clique no link
Ontem após mais uma consulta com um dos clientes fiquei a pensar nas consequências indesejáveis do uso de drogas ilícitas e da forma insidiosa e subtil com que uma pessoa fica "presa" a sua dependência.
Esta pessoa falava da forma como os seus impulsos o controlam e o conduzem, por vezes sem pensar nas consequências negativas dos seus actos, na obtenção da dose tão ardentemente e obsessivamente desejada. Ele questionava-se "João, será que algum dia irei sair deste ciclo vicioso que dá cabo da minha vida? Quero ter uma vida normal, sem drogas."
Esta afirmação parece legitima e profunda. Resume a constatação da sua ambivalência e impotência. Da frustração e da dor. Da sua incapacidade de autocontrolo e de falta de auto realização.
Ninguém deseja ser adicto. Ninguém deseja ser diabético. Ninguém deseja ter um cancro. Ninguém deseja sofrer de hipertensão. Isto significa que a dada altura da nossa existência jogamos na "roleta russa" por força das circunstâncias, das atitudes e dos comportamentos, do ambiente e da carga genética, Faz parte dos desafios da vida e da descoberta das nossas competências individuais e sociais. senão formos sujeitos a adversidade nunca saberemos realmente quem somos e para onde vamos.
Depois do grande confronto, da negação e da ambivalência, da vergonha e do sentimento de culpa, da raiva e do ressentimento, de culpar tudo e todos, incluindo Deus conforme cada um O/A concebe, nasce finalmente a "luz" e o adicto realiza que afinal é um sobrevivente resiliente. A lógica adictiva reforça o controlo. Paradoxalmente na adicção, o adicto muda as suas atitudes e comportamentos, quando descobre que é impotente.
Durante as consultas, não me canso de insistir na importância da fé e esperança junto daqueles que acompanho e que sofrem de doenças crónicas, e que almejam uma vida saudável e recompensadora . A vida encerra segredos que só são revelados aqueles que se atrevem e correm riscos. Acreditar na fé e na esperança é um risco porque buscamos uma fonte de poder imaterial fora de nós mesmos.
Na minha opinião, a maioria do ser humano ignora o grande potencial da realização espiritual, não religioso sem dogmas e divindades, até ser submetido a experiências adversas e/ou traumáticas, onde não existe o ego (orgulho doentio, arrogância, mentira, prepotência, a intolerância, etc.). Admitimos perante os outros que afinal falhamos, erramos, magoamos, nesses momentos "baixamos a cabeça", pedimos para ser perdoados e manifestamos o desejo de mudar - nasce a "luz". Passamos das palavras (promessas quebradas e dos falsos alibis) aos actos (pedir ajuda para a mudança e acreditar no desconhecido). A mudança pode ser um processo sensível - avanços e recuos (recaídas), recorremos à motivação, à inspiração e a orientação espiritual, não religiosa sem dogmas e divindades, que nos guia se nos mantermos no "caminho" do propósito e do sentido.
Será que quando ajudamos e servimos os outros (altruísmo, humildade, honestidade, dignidade, empatia) estamos a ser seres espirituais, capaz de gerar conexões necessárias para a ambicionada recuperação duradoura e recompensadora?
Alguns estudos realizados nos EUA revelam a importância da espiritualidade, não religiosa, numa abordagem complementar no tratamento da adicção. Juntos conseguimos correr os riscos necessários e obter da vida a realização dos "sonhos" que outrora achávamos impossível.
Adicção consiste no consumo frequente de substâncias psico-activas (dependência de álcool, drogas ilícitas e lícitas, incluindo o alcool e medicamentos receitados pelo medico - benzodiazepinas, tranquilizantes, ansioliticos, analgésicos) ou de comportamentos (sexo, jogo patológico, disturbio alimentar, relacionamentos, trabalho patológico, compras - shopaholics, furto - shoplifting).
No caso das drogas lícitas, incluindo o alcool, e as ilícitas é caracterizado pela perda de controlo (uso continuo apesar das consequências negativas e da incapacidade em permanecer abstinente; aumento da tolerância à substancia (aumenta a frequência e as quantidades para se obter o efeito desejado) e o síndroma de abstinência, vulgo ressaca.
No caso dos comportamentos compulsivos é caracterizado pela perda total de controlo (insanidade/crises exacerbadas/problemas); esforços repetitivos para interromper (controlar) o comportamento problema falham, preocupação frequente ( torna-se o assunto n.º 1 – central na vida da pessoa, o mais importante); negligencia obrigações familiares, sociais, ocupacionais e recreativas de forma a manter a preocupação, bem como, os esforços repetitivos em controlar (comportamento problema) - Ciclo adictivo. Em alguns casos pode ser crónico, progressiva, e por vezes fatal.
Todavia é possível interromper a progressão da adicção e assim iniciar a recuperação.
Existe a Esperança. Caso identifique um problema de comportamento gerador de sofrimento peça ajuda.
Nalguns casos, a família (membros de família) precisam de maior apoio profissional que o adicto a substãncias psicoactivas lícitas, inlcuindo o alcool, e/ou ilícitas, jogo, compras e sexo, que não quer receber ajuda, que a família dispõe, para se tratar.
Esta é uma das áreas do meu trabalho que mais me fascina por um lado e que mais tenho investido por outro.
Como é que a familia pode contribuir para a progressão da adicção?
As consequências negativas da adicção são na maioria dos casos minimizadas, negligenciadas e ignoradas por todos, incluindo os profissionais. Existe tratamento e apoio para os dependentes de substâncias psicoactivas e alcoólicos. E para as suas famílias, incluindo as crianças? Individuos desestruturados emocionalmente e abusados, em alguns apresentam sintoma de perturbação de stress pós-traumatico, vitimas da adicção activa.
Na mesma família, existem indiviudos diferentes e semelhantes na organização (papeis) e estrutura (valores), nas dinâmicas de poder construtivas e/ou negativas, em segredos e no abuso, nas crenças e tradições, sentimentos de amor incondicional e amor dependente e disfuncional.
Quando um e/ou vários membros da família desenvolvem um problema de adicção (ex. drogas e/ou álcool, jogo patológico, sexo, trabalho patológico, comida) todos os membros da família são afectados, negativamente (física e emocionalmente), sem excepção, incluindo claro, as crianças visto não possuírem recursos para se protegerem. Recordo um pai que exclamava, numa das minhas palestras/sessões de domingo do Programa de Família, em Castelo Branco, “João, o meu filho tem um problema sério e isso tem afectado toda a nossa família. Faz lembrar a fruteira da cozinha lá de casa, com meia dúzia de maçãs que quando uma fica podre, passados uns dias todas ficam intragáveis...Nesta família estamos assim ”