Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.
Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.
Aqueles indivíduos que são dependentes de substâncias (lícitas, inlcuindo o alcool, e/ou ilícitas) e/ou comportamentos adictivos (jogo, sexo, compras - shopaholics, shoplifting - furto, codependência e distúrbio alimentar) estão expostos e vulneráveis a um conjunto de mecanismos (bio-psico-social) que contribuem e reforçam a progressão da doença da Adicção (ex. craving /ânsia, fixação, desejo poderoso e irresistível). Nos últimos 15 anos alguns estudos revelam que os comportamentos adictivos interferem no funcionamento normal do cérebro responsável pela aprendizagem e a recompensa (gratificação). Os genes “dão as ordens” perante determinadas “ameaças” e o cérebro executa-as.
A Adicção é uma doença do cérebro com sintomas psicológicos. Como seres humanos, possuímos um mecanismo maravilhoso e misterioso no cérebro que nos mantém vivos das mais variadas ameaças por ex. tragédias, acidentes, situações de perigo. O que é acontecia se não sentíssemos medo? Certamente morríamos. Todavia também aprendemos que a vida, desde a nascença até a idade adulta, apresenta um conjunto complexo e indeterminado de ameaças. Sentimos o isolamento e a tristeza, a dor da perda de algo ou alguém especial, a separação, o insucesso, a injustiça, a frustração e a angústia. Seremos bem sucedidos na gestão da adversidade? Gostamos de nós, tal como somos? Somos aceites? Os outros gostam de nós? E se nos acontece alguma desgraça?
O que é o Shoplifting - furto?
O Shoplifter é um indivíduo que não consegue controlar-se perante a ânsia em roubar de uma forma repetitiva. Rouba diversas coisas, desde roupa, gadgets, produtos e dinheiro. Não o faz porque precise, mas porque não consegue controlar as suas atitudes e comportamentos. Rouba pela sensação de imoralidade e de perigo que provoca, não pelo objecto em si. Como sabemos a vida é difícil. A maioria dos shoplifters identifica uma sensação de grande injustiça nas suas vidas e roubar é a forma como actua sobre esse sentimento persistente, intenso e doloroso. Generaliza e reforça os seus comportamentos adictivos “Se os outros também roubam tenho o mesmo direito de fazer o mesmo.” Simbolicamente, roubar é repor a justiça e a igualdade.
O Shoplifting é um Problema?
Em relação a este tipo de comportamentos, as pessoas em geral pensam que se rouba porque o indivíduo não tem recursos financeiros, é marginal. Na realidade, a maioria dos Shoplifters que conheço não se encaixa neste “perfil”, pelo contrário.
Quantas pessoas são detidas, diariamente, pelo shoplifting em Portugal? Nos centros comerciais? Nos supermercados? No local de trabalho?
Quantas centenas de euros são gastos em sistemas de segurança de forma a prevenir e minimizar o shoplifting em Portugal? Quantas pessoas respondem em tribunal por causa do shoplifting? É crime ou uma doença?
Imagine um indivíduo numa loja, acompanhado pelo filho menor, após roubar algo é detectado e detido pelo agente da lei. Quais as consequências para esta criança? A vergonha e a impotência para o shoplifter. Imagine que são mais filhos? Imagine que o shoplifter vai acompanhado por alguém de família que não sabe do problema e que de repente se depara com uma situação insólita. Conheço alguns casos onde os membros de família negavam que a filha praticava o shoplifting? Afirmavam “João Alexandre, não é possível…A minha filha nunca faria uma coisa dessas. Não precisa de roubar. É impossível uma coisas dessas acontecer a alguém da minha família.”
Um caso
A Susana (nome fictício) tem 37 anos, é mãe separada, tem um emprego estável e apresenta comportamentos adictivos em relação ao sholifting desde a sua adolescência. Identifica a necessidade de mudança de atitudes e comportamentos adictivos que reforçam o acto (ânsia irresistível) do roubar, porém aparenta estar “presa” na ambivalência, afirma “João, se os outros também roubam tenho o mesmo direito” ou “ Se me roubam também faço o mesmo…e não me apanham.”. A ambivalência reforça ou reduz a motivação para a mudança.
Quais os factores positivos (reforço do acto do shoplifter) ?
Satisfação imediata,
Auto-controlo,
Aventura (quebrar a rotina/aborrecimento)
Risco associado ao perigo (quanto maior é o perigo e as eventuais consequências maior é a satisfação e o desafio)
Delinquência (fora do sistema legal e moral – é diferente). É um estilo de vida secreto - vida dupla. Rege-se por outro tipo diferente de regras sociais.
Quais as consequências negativas possíveis?
Isolamento social,
Insónia,
Perda de controlo dos seus impulsos;
Perda da auto-estima;
Perda de confiança pela família, incluindo as crianças;
Medo de perder o emprego e amigos;
Problemas com a lei;
Viver na mentira e a negação (vida dupla – segredos).
Alguns contextos sociais capazes de despoletar o Shoplifting.
Natal, Época de Saldos, Centros Comerciais, Supermercados, Casamentos, Festas Sociais.
Se identifica alguns destes sinais e ou sintomas peça ajuda, porque depois pode ser tarde. Se pratica o shpolifting você não é culpado, você está doente e é responsável para pedir ajuda.
Qual é a sua motivação para expor o seu problema? Identifica a ambivalência e o sentimento de injustiça na sua vida? Fale sobre essas emoções. Se desejar pode enviar um email para joaoalexx@sapo.pt . Todos os dados são confidenciais
Para aqueles homens e mulheres, que identificam nas suas vidas, sinais e sintomas dos comportamentos adictivos (drogas lícitas, incluindo o álcool e a nicotina, e as ilícitas, jogo, sexo, nicotina, compras - shopaholics, shoplifting - furto, relações disfuncionais e dependencia, distúrbio alimentar) geradores de sofrimento, estigma e negação, isolamento social, ansiedade, depressão e impotência urge inverter esta tendência progressiva, compulsiva e definir uma estratégia realista e exequível onde todos os recursos humanos disponíveis são importantes. Numa primeira fase, interrompe-se a progressão da adicção activa. Depois desenvolve-se um conceito de abstinência (fecha-se um ciclo vicioso e adictivo).
Após um período de interrupção da progressão activa (doença) inicia-se a abstinência dos comportamentos adictivos. Nesta fase, é um período de adaptação, reconsideração, transformação, renovação e conquista da confiança entre o passado e o presente –Algumas pessoas questionam-se “Depois desta experiencia dolorosa o que é que faço à minha vida?”
Para caracterizar esta fase, por ex. oiço histórias de indivíduos que apresentam problemas com o álcool e/ou drogas onde após uma noite de bebedeira/pedrada, no outro dia de manhã, acordam e encontram um bilhete do parceiro/a… “Ontem à noite senti-me desrespeitado/a pelos teus comportamentos…estavas uma lastima... senti-me envergonhado/a. Como sabes já não é a primeira vez… nem a segunda…prometes dúzias de vezes que deixavas de fazer este tipo de coisas. Ontem foi a última gota…Para mim…chega. Adeus”. Conheço alguns adictos/as, que quando são confrontados com esta realidade, ficam em pânico. Não se lembram de nada, nem daquilo que se passou…nem onde estiveram.
Após este incidente grave tomam uma decisão seria e “radical” (promessa). Afirmam “João, nunca mais bebo uma gota de álcool. Sinto-me um traste e um hipócrita…Chega.”
Recuperação Duradoura
A Recuperação Duradoura inicia-se quando se constata, que afinal não basta parar de beber (abstinência), é precio sair da zona de conforto e enfrentar o desconhecido, mas como é que isso se faz? Perante esta ambivalência é preciso definir um Rumo diferente de vida baseado em pessoas significativas, lugares, coisas e valores morais baseados na abstinência e nas competências da Arte de Bem-Viver.
Durante a fase da Abstinência inicial, da privação e da restrição, o passado não foi ultrapassado, o luto ainda é ignorado, a “despedida dos velhos e disfuncionais padrões e crenças” não foram reconsideradas e ou assumidas (perdoado/emendado). Parece que foi tudo reprimido pela vergonha e valorizado pelo ressentimento, pelo orgulho, pelo ego “frenético” e pelo sentimento de culpa. Após este período de privação e restrição (abstinência), onde a força de vontade prevalece; a promessa de recuperação permanece em aberto e “não pode ser quebrada”.
A fase da Recuperação Duradoura é um fenómeno ainda que permanece desconhecido e ignorado em Portugal. É um novo ciclo de mudança no Rumo da Vida do indivíduo, impulsionado pelo discernimento, auto eficácia e a motivação em não voltar aos mesmos erros e crises do passado, aos consumos de drogas licitas, incluindo o álcool e a nicotina, e as ilícitas, pelo trabalho interior e ajudar os outros pelo exemplo e experiencia, sem falsos moralismos. A recuperação representa a Arte de Bem-Viver, a espiritualidade, não religioso sem dogmas e divindades, e a integração na família e na sociedade. Como o tipo que deixou de fumar, que após várias tentativas “dolorosas” ao longo dos anos finalmente interrompe o consumo de nicotina, inicia o exercício físico de uma forma regular, adopta um regime alimentar mais saudável e decide criar uma associação para ajudar as outras pessoas com o mesmo problema.
A Recuperação Duradoura não tem um limite, meta ou período definido, não é uma cura, procura da perfeição ou do controlo. É um Rumo onde a orientação espiritual, não religiosa sem dogmas e divindades, é uma prioridade reconfortante, uma escolha gratificante, inspiradora, não julgativa, tolerante e flexível, geradora de capital humano e de auto-estima. Almeja-se não voltar aos mesmos hábitos e comportamentos do passado e contempla-se a recaída, como um problema, e uma experiencia a ser evitada. Vive-se o presente onde o grande investimento centra-se na monitorização e auto-avaliação (ex. disciplina, responsabilização, compromisso e orientação espiritual, não religioso sem dogmas e divindades) e nas relações significativas (capital humano) com outras pessoas. Um indivíduo que atinge a Recuperação Duradoura não faz mais do que ser responsável, só assim evita a negação e o estigma.
Quais os benefícios em um indivíduo adicto/a permanecer em Recuperação Duradoura como um membro dinâmico da sua família? Um membro dinâmico na sua comunidade? No seu local de trabalho?
Na minha opinião, é considerado um mentor, um “modelo”, um/a sobrevivente e uma referência. Um ser humano, cujo potencial foi submetido a adversidade e ao trauma que atingiu a liberdade de escolha e de expressão, o direito a uma vida plena, digna e cuja orientação espiritual o impele a ajudar os outros. Não em benefício próprio (ego frenético e exigente), mas da Recuperação.
Não - é a palavra que mais detestamos ouvir quando somos contrariados e assim impedidos de satisfazer a nossa vontade. Desde a tenra idade até à idade adulta odiamos ouvir o Não. Recorremos à manipulação, à desonestidade, à mentira, à culpa e até em situações extremas à violência verbal (intimidação) e/ou física de forma a evitar ouvir o Não da outra pessoa. Na maioria das vezes, é preciso “pressionar” os nossos neurónios para aceitar o Não e continuar com a vida em frente.
Como é que nos sentimos quando estamos a comunicar e precisamos de dizer Não, de forma a satisfazer as nossas necessidades, mas infelizmente, acabamos por dizer; Sim, só para agradar?
Todos nós, sem excepção, no dia-a-dia somos confrontados com situações onde é extremamente difícil dizer Não à outra pessoa ou a um grupo de pessoas. Por ex. combinar um jantar com uns amigos num dia, umas horas depois, você é convidado para jantar em casa dos pais. O patrão pede para ficar umas horas extra no trabalho, quando nesse dia, você tem outros planos para essa noite. Um professor solícito pede apoio, para um trabalho extra de investigação, e você está sem tempo disponível. Você comprou uma camisola e de repente surge uma amiga e diz “Epá, a tua camisola é muito gira! Podias emprestar. Vá lá!” ou alguém que “implora” que o acompanhe a qualquer sítio, e você não está na disposição para tal.
Se você frequentemente se sente pressionado e desconfortável, e em vez de ser assertivo, é agradador e passivo, acabando por sentir-se infeliz e inseguro, então chegou a altura da sua vida para se questionar e procurar as razões e as crenças (expectativas disfuncionais) pela qual diz Sim - sempre com um sorriso amarelo ou o oposto, com um ar de miserável (pena de si mesmo) - quando na realidade quer dizer Não.
Pode recear perder alguém se disser Não, por ex. o namorado/a ou o amor do marido/mulher, sentir que pode afectar a relação negativamente gerando uma discussão enorme entre si e o seu parceiro/a. Pode perder um amigo ou uma amiga. Pode até pensar que as outras pessoas não vão gostar mais de si, se disser – Não - e sentir-se rejeitado. Fugindo ao Não acaba por assumir uma postura de zelador (pacificador, agradador a qualquer custo) e complacente (adapta-se e molda-se aquilo que pensa/calcula que os outros pensam de si) mantendo a relação frágil e dependente. Evita, a qualquer “preço”, que a relação se submeta às adversidades normais, oriundas das diferenças de opinião entre parceiros ou amigos, histórias e perfis diferentes, etc.
Com o tempo, você acaba frustrado e desiludido, porque na realidade não existem pessoas e relações perfeitas. Afinal, somos humanos e a vida é uma aprendizagem constante. No nosso quotidiano, acontece com mais frequência do que nós imaginamos, ficarmos desiludidos com as outras pessoas, mas nós também desiludimos os outros.
Você tal como imensas pessoas, podem sentir culpadas quando dizem Não, por terem aprendido a evitar seguir o seu próprio caminho na vida, evitando assim magoar as emoções dos outros, você sentir que é um fardo pesado. Nesse sentido, estão criadas as condições para acabar por se sentir responsável pelas emoções das outras pessoas, como se a felicidade delas depende-se da sua necessidade de agradar.
Esta atitude facilitadora e permissiva pode impedir que as outras pessoas assumam a responsabilidade pelos seus próprios sentimentos. Aprendeu a virtude do “auto sacrifício” e/ou a negar as suas próprias necessidades e emoções. Acaba por ser responsável e estar mais atento (preocupado) às necessidades dos outros, delegando as suas para segundo plano. Pode acabar por se sentir uma pessoa má (egoísta e/ou egocêntrica) se recusar compactuar com este jogo psicológico. Pode também sentir-se lisonjeada evocando o princípio da abnegação, sentindo-se importante perante os outros, mas na realidade, acaba por ser “apanhada” no medo paralisante em afirmar Não. Imediatamente, você julga que nunca mais será solicitado para qualquer outro assunto importante. Abdica dos seus valores e submete-se ao Sim, em vez de dizer Não. Estes são apenas alguns exemplos onde pode ficar “apanhada” e interferir negativamente na sua liberdade de escolha.
Adicção ao Sexo segundo o Dr Patrick Carnes (reputado investigador americano sobre a adicção ao sexo).
Vergonha, Perda de Controlo, Ilusão, Negação, Dependência, Isolamento, Ansiedade, Preocupação constante (ex. 24 horas sobre 24 horas), problemas com a lei, problemas familiares (intimidade entre casais e filhos) e financeiros (prostituição, internet) são apenas alguns dos sintomas.
É possivel interromper o ciclo de destruição atraves da recuperação (mudança de estilo de vida - MEV) Veja o video e comente. Clique no link
O stress e uma carreira profissional exigente e ambiciosa podem ser uma combinação explosiva e altamente adictiva nas vidas de alguns executivos - homens e mulheres. Em muitos casos este fenómeno pode permanecer oculto e minimizado, até ao dia em que tudo desaba e acontece o impensável (crises emocionais, financeiras, profissionais, familiares etc.) como consequência dos comportamentos adictivos (drogas licitas e/ou ilícitas, incluindo o álcool, relações disfuncionais, jogo patológico, compras, sexo compulsivo, etc.).
Todos os profissionais estão vulneráveis a este flagelo. Recordo alguns casos de executivos/gestores completamente derrotados, humilhados, com sentimentos de culpa e baixa auto estima, apesar da evidências negativas da adicção evitavam a todo o custo enfrentar a realidade das suas vidas destroçadas pelos comportamentos adictivos que os forçaram e encaminharam até tratamento. Não queriam acreditar que todo o seu potencial, competências e regalias tinham sido substituídos pela mentira, a negação, a manipulação, a desonestidade, a auto piedade, a ansiedade e a angústia.
Características dos executivos
Uma personalidade “vencedora”, destemida e perfeccionista, aspiração à liderança e ao sucesso, ambição profissional e uma “forte queda” para os negócios são a “porta de entrada” para o mundo exclusivo dos executivos e para o mais alto nível empresarial. Principalmente, aqueles executivos - “ verdadeiros cérebros” - cujas empresas os valorizam como uma mais-valia para o seus negócios.
Viagens frequentes ao estrangeiro, subordinados e supervisores, relatórios e orçamentos exigentes e elaborados. Análises de projectos, investimento, liderança de equipas, operações de mercado de capitais e enfrentar todo o um conjunto de desafios colocados através da globalização, do desenvolvimento e do progresso. Um turbilhão de emoções constante e arrebatador gerador de produtividade, de recursos e ambição capaz de movimentar pessoas e empresas ao mais alto nível e exigência.
Compreender a Ansiedade Social: Medo da Rejeição, por Rick Nauert, PH.D. (Sénior News Editor) revisto por John Grohol Psy. D
Para indivíduos com ansiedade social, por vezes “conduzidos numa direcção errada e cristalizados”, um novo estudo veio revelar que os indivíduos ansiosos necessitam de melhorar as suas competências e talentos de forma a quebrarem o ciclo da rejeição social.
Os investigadores da Universidade de Maastrich procuraram descobrir quais os factores que influenciam os indivíduos não ansiosos a adoptarem medidas de rejeição junto dos indivíduos com ansiedade social (são menos aceites, menos reconhecidos e menos tolerados).
Os indivíduos com quadros de ansiedade foram observados em duas tarefas com componentes sociais: o seu discurso e na forma como se davam a conhecer a outras pessoas. Quer as pessoas não ansiosas que participaram no referido estudo, como aquelas que observaram, ambas partilharam as suas reacções pessoais em relação aos indivíduos com ansiedade social.
A investigadora Marisol Voncken afirmou: “ Os indivíduos com um quadro de ansiedade social deixam muito a desejar nos seus comportamentos num contexto social, e este tipo de comportamento irregular provocou desconforto e reprovação nos observadores em relação aos indivíduos ansiosos.
Adicção consiste no consumo frequente de substâncias psico-activas (dependência de álcool, drogas ilícitas e lícitas, incluindo o alcool e medicamentos receitados pelo medico - benzodiazepinas, tranquilizantes, ansioliticos, analgésicos) ou de comportamentos (sexo, jogo patológico, disturbio alimentar, relacionamentos, trabalho patológico, compras - shopaholics, furto - shoplifting).
No caso das drogas lícitas, incluindo o alcool, e as ilícitas é caracterizado pela perda de controlo (uso continuo apesar das consequências negativas e da incapacidade em permanecer abstinente; aumento da tolerância à substancia (aumenta a frequência e as quantidades para se obter o efeito desejado) e o síndroma de abstinência, vulgo ressaca.
No caso dos comportamentos compulsivos é caracterizado pela perda total de controlo (insanidade/crises exacerbadas/problemas); esforços repetitivos para interromper (controlar) o comportamento problema falham, preocupação frequente ( torna-se o assunto n.º 1 – central na vida da pessoa, o mais importante); negligencia obrigações familiares, sociais, ocupacionais e recreativas de forma a manter a preocupação, bem como, os esforços repetitivos em controlar (comportamento problema) - Ciclo adictivo. Em alguns casos pode ser crónico, progressiva, e por vezes fatal.
Todavia é possível interromper a progressão da adicção e assim iniciar a recuperação.
Existe a Esperança. Caso identifique um problema de comportamento gerador de sofrimento peça ajuda.
Ao longo da minha experiência profissional, considero importante para aqueles que estão em recuperação da adicção identificarem crenças disfuncionais e/ou emoções dolorosas, muitas vezes inconscientes, sobre questões financeiras e económicas. Sabemos que durante o processo activo da adicção a drogas, incluindo o álcool, o jogo, o sexo, distúrbio alimentar, shoplifting - furto e shopaholics - compras uma das consequências mais significativas e dolorosas, na vida de um individuo, estão relacionado com a perda de controlo relativamente a uma gestão responsável dos seus recursos financeiros e a falta de autonomia, bem como a necessidade de viver dependente, do ponto de vista financeiro, de outras pessoas, por ex. a família.
Conheço casos de famílias, que do ponto de vista financeiro, viviam acima da media alta, todavia durante o processo activo da adicção ficaram reduzidos a zero. Existem um grande numero de pessoas que durante o seu passado tiveram experiências negativas com dinheiro. Também é comum observarmos que em torno do dinheiro parece haver negativismo, desconfiança, ressentimento e dor. Contudo, sabemos que na realidade o dinheiro é um recurso inofensivo e inocente. Segundo um perito financeiro americano Dick Wagner “ O dinheiro foi originalmente criado com base na generosidade e dignidade e não na ganância, medo ou dor”. Mas quando alguém tem emoções por resolver e desconfortáveis, normalmente age na defensiva, desconfiado e encontra dificuldades na relação com o dinheiro. Recordo um caso de um individuo numa consulta, onde abordamos a questão do dinheiro e a sua reação foi de supresa e choque. Aparentemente, era um assunto tabu, recheado de preconceitos, onde não contemplava partilhar sentimentos com as outras pesspas. Era um tema secreto. Acredito que o dinheiro ou a falta dele contribua para processos e dinâmicas relacionados com a recaída. Partilhar sentimentos e ou pensamentos de uma forma honesta e autentica com alguém de confiança pode ajudar a adquirir uma nova perspectiva sobre este assunto tão importante.