Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.
Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.
Daniel Kahneman, Olivier Sibony, Cass Sunstein - «O Ruido – uma falha no julgamento humano»
Talit Sharot – «A Mente Influente»
Francesca Gino - «Talento Rebelde»
James Clear – «Hábitos Atómicos»
Yuval Noah Harari - «21 Lições para o seculo XXI»
Robert Waldinger e Marc Schulz - «Uma Boa Vida»
Dacher Keltner - «O Paradoxo do Poder
Morgan Housel - «A Psicologia do Dinheiro»
Satya Nadella - «Faça Refresh»
Annie Duke - «Desistir»
Susan Cain - «Silêncio»
Dr. James Doty - «Dentro da Loja Mágica»
Paulo Finuras «As Outras Razões»
Mustafa Suleyman - «A Proxima Vaga»
David Brooks - «Como Ler as Outras Pessoas»
Dr. Bessel van der Kolk - «O Corpo Não Esquece»
O critério utilizado para a escolha dos livros, deve exclusivamente aos seus autores, investigadores de renome cuja temáticas, tais como os hábitos, as relações, o trauma, a recuperação e resiliência, pessoas e a felicidade, são temas recorrentes no meu trabalho. Desde 1993, dedico uma parte substancial, da minha longa carreira profissional à aprendizagem contínua a fim de prestar o melhor serviço de aconselhamento possível a todos aqueles que procuram nadoença e na adversidade, encontrarem competências que lhes permitam navegar nos mares tempestuosos e vencer. O que seria de nós, se não houvesse problemas, defeitos, se não estivéssemos expostos à adversidade e/ou se não tivéssemos ajuda? Quando descobrimos a honestidade, quando definimos um sentido na vida, quando estabelecemos relações resilientes fazemos a diferença, pela positiva. As pessoas mais felizes gostam de pessoas.
Obrigada pela "persistência" da dica “Arte Bem Viver” que agora recebi e li.
Chorei, confesso.
Porque aprendi recentemente e constantemente luto para conseguir ser silêncio...
Passei por quase tudo, perdas, divórcio, doença crónica, acidentes, ameaças à integridade física e financeira, pessoas alegadamente amigas que não o eram, alienação parental, desilusão atrás de desilusão e riscos de perda de esperança, que felizmente inverto porque nasci a reclamar, mas a mirar o "copo meio cheio". Sou aquela que é “forte”, “supermulher”, se desenrasca e “adeus”, qual descartável humano, ou desnecessitada de qualquer ajuda por me encararem como lutadora que tudo ultrapassa sozinha.
Se me perguntam como estou nem posso dizer que bem, nem que mal, porque as respostas são desastrosas e nada empáticas, encolho então os ombros, sorrio e digo "um dia de cada vez". Hoje aprendi a sua expressão: se me perguntarem “como estás”, não direi o habitual, mas "faz - se por isso".
Um dos meus amigos ensinou-me sem querer, uma expressão que anotei, "sempre em frente" e "força". Nunca me disse "pensamento positivo" felizmente, pessoa sábia. Não suporto ou sequer admito tal expressão, viro costas com uma desculpa, se estão por bem.
Queira - se ou não, há um estigma brutal contra a doença, a incapacidade física ou limitação mental, por muito que se fale disso... Modas. Estigma contra os pobres, doentes, idosos, pessoas instituídas, desempregados. Sou direta. Não adocem pílulas com intenções ou falsa compreensão.
É mito? Tabu? Negação? Ou a realidade diz-nos que as crianças também sofrem, em silêncio, com os comportamentos adictivos?
Vamos indagar e procurar compreender este fenómeno observado no contexto de tratamento (em regime de internamento ou regime de consultas ambulatórias) do comportamento adictivos, segundo os pais e seus familiares afirmam: “Os meus filhos não são afetados pela adicção.”
Há três décadas, com demasiada frequência, escuto pais adictos com filhos, e familiares, afirmarem, convictamente, que a dependência de substâncias psicoativas, vulgo drogas, incluindo o álcool e/ou comportamentos adictivos (jogo patológico, relações de dependência, adicção ao sexo, compras, furto nas lojas, adicções cruzadas/comorbilidade) não afetam as crianças. 1) são muito pequeninas, não têm o mesmo discernimento que os adultos ou 2) porque não sabendo do problema não sofrem as consequências.
Algumas afirmações mais comuns.
“Os meus filhos são crianças muito pequenas e não se apercebem do problema da minha dependência.”
“Como pai/mãe jamais faria alguma coisa que prejudique os meus filhos.”
“As crianças ainda não se aperceberam o que se passa lá em casa. Apesar das discussões com a família, não consumo drogas em casa.”
“Posso ter um problema de adicção, mas consigo separar da relação que tenho com os meus filhos, impedido assim que eles sejam prejudicados.”
“A minha dependência não é assim um problema tão grave…consigo controlar a situação.”
“Quando discuto com a minha/meu esposa/o sobre o tema é a dependência não há agressividade e antes levamos as crianças para os seus quartos. Não queremos que elas estejam presentes.”
Apesar de o ser humano, ignorar a evidência científica, este fenómeno, sobre a adicção não afeta as crianças, pode ser mais um caso a juntar a tantos outros?
Na sociedade atual, os exemplos sobre a descrença popular na investigação científica são numerosos e não é possível descreve-los a todos neste texto. Estes exemplos que irei expor são suficientes para constatarmos os factos. Sem mais delongas, vejamos vários casos do conhecimento geral. Segundo a investigação científica está comprovado que a obesidade representa risco de doença cardíaca, colesterol elevado, regimes alimentares altamente calóricos, hábitos sedentários, ausência de exercício físico e seguir uma alimentação saudável. Segundo a investigação científica está comprovado que a dependência do tabaco representa um sério risco de cancro nos pulmões. Segundo a investigação científica está comprovada que a exposição excessiva ao sol está associada a cancro da pele, no verão as praias estão repletas de pessoas, mesmo no período do dia em que a temperatura é mais elevada.
Atualmente, sabemos que certos circuitos e estruturas neuronais estão associados à adicção, a dopamina (neurotransmissor) é uma caraterística biológica comum em todas as dependências e comportamentos adictivos.
Dopamina, neurotransmissor que despoleta o gatilho (desperta) do desejo, da vontade associado ao prazer/recompensa é o mesmo que influencia a distorção do pensamento e do autoengano. A adicção é uma doença que consegue defraudar o individuo ( e família). Diz, “Não existe tal coisa…” ou “Existe doença, mas só os outros é que ficam doentes…” ou “Eu consigo controlar…” Existem uma longa lista de justificações e auto engano (falsas crenças, rotinas, rituais, tradições), que o individuo, consciente e/ou inconscientemente, fomentam a incapacidade de diálogo racional consigo próprio (mente para si mesmo, sem ter a noção que o raciocínio/lógica não corresponde aos fatos e realidade). Interessante, observar que este processo também é identificado nas dinâmicas familiares. Nestas situações, se o individuo fosse sujeito ao poligrafo (detetor de mentiras), as suas afirmações eram consideradas verdadeiras. No prazer, na recompensa, no alheamento proporcionado pela adicção, paralelamente, existe um custo, uma divida, “um castigo moral”, “uma sentença”, um estigma que pode levar anos a desaparecer da vida e da recuperação do individuo, assim como, da família.
Durante os anos 50 investigadores americanos conduziram uma experiência sobre os mecanismos neurobiológicos associados ao desejo e à motivação. Para surpresa dos investigadores, quando bloquearam a libertação de dopamina em ratos, estes perderam toda a vontade de viver. Passados uns dias os ratos deixaram de beber água e morreram de sede. Quando os investigadores inverteram o processo, os cérebros dos ratos foram inundados de dopamina, ficaram de tal modo desejosos e motivados que se deslocavam ao local onde obtinham a dopamina 80 vezes por hora. Será assim tão diferente nos humanos? O jogador médio de slot machines é capaz de acionar o dispositivo das máquinas barulhentas 600 vezes por hora. A dopamina é libertada não apenas quando se sente prazer, também é libertada quando se antecipa o prazer. Os indivíduos dependentes do jogo, do alcoolismo, drogas, co dependência, sexo apresentam picos elevados de dopamina antes de jogarem, beber bebidas alcoólicas, consumir drogas, ausência de limites na relação (caos/disfuncionalidade), ou desejo intenso/fantasias sobre o sexo. Esta antecipação do desejo e do alheamento é complexa e pode revelar-se extremamente poderosa na personalidade de alguns indivíduos, por exemplos, nos impulsos, nas funções cognitivas, certo e errado (valores morais universais), regular emoções.
Todos nós temos uma historia para contar. Todos nós temos problemas e a dada altura da vida precisamos de ajuda; os problemas não acontecem só aos outros.
Com muita frequência, aparecem pessoas angustiadas e frustradas nas consultas, porque não gostam de si próprias e/ou procuram orientação para mudar alguns aspectos da sua personalidade.
Ao longo de 20 anos de experiência profissional conheci algumas pessoas que segundo os padrões e valores instituídos pela família e pela sociedade tinham tudo para serem feliz – eram pessoas bonitas, ricas, magras e famosas, mas surpreendentemente, segundo elas próprias, não o eram.
Senão vejamos, de acordo com determinadas tradições e paradigmas da nossa sociedade, ter sucesso e ser feliz é preciso ser “bonito, rico e magro”. Todavia, quando nascemos, transportamos na biologia, o potencial humano, resultado da evolução de milhares que anos, que é facilmente ignorado. A partir da infância e ao longo da vida, somos constantemente bombardeados e estimulados, através dos meios de comunicação social e da sociedade moralista, da existência de um mundo superficial e efémero, de um conjunto de “famosos de sucesso” com vidas aparentemente glamorosas. Somos também classificados e rotulados de acordo com o género, as preferências sexuais, os dogmas, o estatuto, a cultura, todavia, durante este processo de rotulagem massiva e dogmática, podemos perder a noção da nossa verdadeira essência e do propósito do rumo da vida. Dizemos a nós mesmo e/ouvimos demasiados: “Tens de ser…” ou “Deves fazer…”
Não existe nada de errado consigo. Caso você não saiba; é um ser único e fantástico.
Imagine que não está condicionado às modas e às tradições moralistas e retrogradas da sociedade. Ser único e fantástico reside na simplicidade do ser - aceitação.
Não possuímos as competências precisas a fim de nos avaliarmos correctamente; tendencialmente, optamos por menosprezar as oportunidades de auto conhecimento, em prol do estatuto social. Num mundo de aparências ser simples e honesto é um verdadeiro acto de coragem.
Faça um favor a si mesmo. Não precisa de mudar nada, porque já é um ser único e fantástico de acordo com a sua biologia e o potencial emocional e espiritual. Explore e reinvente-se.
Uma das mais belas características que aprecio nas pessoas é a sua capacidade de simplificar e de serem espontâneas, ingénuas, honestas, com sentido de humor e singelas. Simplicidade é Ok. É nos detalhes que as pessoas revelam a sua essência.
Exclusivamente para si, caso esteja a trabalhar ou de férias, votos de uma excelente semana com simplicidade
Cumprimentos
Comentário: Sabia que a Dica Arte de Bem-Viver começou com uma "brincadeira" para os amigos, em Abril de 2011? Atualmente é enviada para mais de 500 pessoas e vários países de expressão portuguesa (Portugal, Angola, Moçambique e Brasil) e para os Estados Unidos da América. À data deste post vai na sua 250ª publicação. Caso deseje receber a Dica Arte Bem-Viver basta enviar um email para joaoalexx@sapo.pt. No assunto da mensagem escreva: Dica Arte Bem-Viver. Todos os dados são confidenciais. É grátis.
Daniel Kahneman – “Pensar, depressa e devagar” segunda leitura
Adam Grant – “Originais”
Sam Harris – “Os Orfãos da Religião”
Yuval Noah Harari – “”Homo Deus”
Richard Thaler e Cass R. Sunstein – “Nudge”
Steven Pinker - “O Iluminismo – Agora”
Elisabeth Kubler-Ross – “A Roda da Vida”
William Miller e Stephen Rollnick – “Entrevista Motivacional” 3ª Edição
Ed Catmull – “Criatividade”
Sheryl Sandberg e Adam Grant - “Opção B”
Nota pessoal: O critério para a seleção dos livros deve-se, principalmente, aos seus autores, investigadores de renome, cujas temáticas, tais como a motivação, a mudança, a felicidade, a resiliência, a garra, a persistência, os hábitos são temas recorrentes no meu trabalho do dia-a-dia. Desde 1993, dedico uma parte substancial, da minha carreira profissional, à aprendizagem contínua como forma de manter-me atualizado, a fim de prestar o melhor serviço possível, a todos aqueles que procuram, na doença e na adversidade, encontrar competências para vencer. Afinal, o que seria de nós, se não tivéssemos defeitos, se não estivéssemos expostos à adversidade e se não tivéssemos ajuda? Graças aos defeitos, à adversidade e haver pessoas especiais, conseguimos ser pessoas honestas, persistentes, mais resilientes e encontrar um propósito na vida; fazer a diferença, pela positiva, um dia de cada vez. As pessoas mais felizes gostam de pessoas.