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Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Recuperar das compras compulsivas

As compras compulsivas são um problema actual menosprezado.

Todos os dias fazemos compras. Todos os dias, por variadíssimas razões e motivos gastamos dinheiro. Gastamos dinheiro porque estamos tristes ou porque estamos felizes. Gastar dinheiro faz parte do dia-a-dia, do ser social, da auto estima e isso é OK.

 

Entretanto, existe outra realidade, sobre o gastar dinheiro, que tem sido negligenciada. Somos bombardeados por um número indeterminado de estímulos para fazer compras, onde para isso,  necessitamos de recorrer a estratégias altamente engenhosas para equilibrar os nossos orçamentos. Perante tanta oferta, facilmente nos iludimos com o “Preciso de comprar aquilo…” quando na realidade, “aquilo” não é uma prioridade, mas uma necessidade de satisfazer os nossos desejos e vontades com base no prazer imediato. Basta entrarmos no centro comercial e ao fim de 15 minutos, já dispomos de uma lista de coisas que precisamos de preciso comprar. Sentimo-nos bem a gastar dinheiro. Todos nós estamos sujeitos a este fenómeno, todavia gastar dinheiro compulsivamente, comportamento adictivo, está associado a uma fonte intensa de prazer e bem-estar com consequências negativas (problemas familiares, incluindo as crianças, stress, dividas, créditos,) efeito semelhante ao individuo que abusa de substâncias psicoactivas, vulgo drogas.

 

Estamos prestes a iniciar a época natalícia, segundo a tradição, é uma das alturas do ano que mais se gasta dinheiro. O Natal é um período crítico de risco que justifica os exageros e os excessos em relação às compras compulsivas. Por exemplo, no final de Janeiro do ano seguinte, os extractos da conta bancaria são reveladores da perda do controlo, muitas vezes fonte de discórdia e conflito entre o casal. 

 

 

 

Qual é o seu limite para comprar?

Durante uma consulta com Carolina (nome fictício), 32 anos, abordamos alguns dos motivos pela qual não se controla nas compras. Ela afirma "Gasto o dinheiro que faz parte do orçamento para as despesas fixas da casa e que me faz imensa falta, na realidade, após a adrenalina das compras, passado uns dias, já perdi a pica (interesse) pelo artigo novo que comprei, fica guardado no armário. No dia a seguir, encontro outro artigo novo, e imediatamente arranjo mais uma justificação para gastar mais dinheiro que não devia. Nunca é suficiente. Tenho acumulado algumas dívidas desnecessárias, por exemplo com o banco, por causa da utilização abusiva do cartão de crédito. Ando nesta compulsão há aproximadamente 10 anos."

 

Segundo a lógica que reforça o comportamento compulsivo não se controla nas compras porque:

  • "Sinto me muito melhor comigo e mais segura"
  •  "Para fugir/evitar sentir coisas dolorosas"
  • "Quando estou zangada, através das compras, expresso a minha raiva e frustração"
  • "Fazer compras tem um significado importante; evoco fantasias sobre riqueza e estatuto"
  • " Fazer compras é uma forma de fazer parte da sociedade onde todos têm uma fixação pela imagem"

Importante: Este texto foi publicado com o consentimento da Carolina (nome fictício). Os parabéns, pela honestidade e pela motivação para com a mudança de comportamento.

 

Comentário: O caso da Carolina é revelador da compulsão e da perda do controlo perante a sensação de prazer associado às compras. Desde a sua adolescência, ela revela ter problemas, com a baixa auto estima, assim como, em manter relacionamentos duradouros. Aparenta não possuir uma carreira profissional que lhe proporcione um propósito e segurança. Também refere, que durante períodos atribulados e de pressão, recorre às compras, a fim de ficar anestesiada e de não pensar mais no assunto. Para além da compulsão das compras outros problemas significativos; carreira profissional, relacionamentos românticos de intimidade e o corpo (imagem e peso).

De notar, que algumas pessoas, em especial as mulheres, estão mais vulneráveis e expostas à pressão e à obsessão da sociedade sobre a imagem, refiro-me ao marketing agressivo da indústria da moda. De acordo com a moda vigente, as mulheres devem seguir as ultimas tendências, isso significa, que é tema serio de conversa entre amigas.

Dicas:

  • Quais são as consequências dos seus impulsos? Proteja os seus recursos, os seus relacionamentos e o seu sustento.
  • Monitorize os efeitos das técnicas de marketing (publicidade) que interferem no seu comportamento sobre as compras. Por exemplo, saldos, revistas, publicidade nas redes sociais, por exemplo; no Facebook, etc.
  • Diga Não à pressão social que visa reforçar o impulso para comprar coisas que você não precisa e/ou não quer. Algumas afirmações disfuncionais “ Se está chateada, vá às compras.”
  • Certifique-se daquilo que realmente quer e precisa de comprar. Por exemplo; faça uma lista. Disponibilize o dinheiro suficiente somente para comprar essas coisas. Não utilize o cartão de crédito.

Deseja obter mais orientação sobre a compulsão nas compras? Envie email joaoalexx@sapo.pt. Todos os dados são confidenciais.

 

Veja o trailer do filme "Confessions of a shopaholic"

 

 

A recuperação faz toda a diferença

 

De acordo com as últimas investigações, através de imagens de ressonância magnética, sabemos que a adicção é uma doença do cérebro. Determinados comportamentos e/ou o abuso de substâncias psicoactivas interferem e afectam a estrutura cerebral responsável pelo prazer, motivação, memoria (sistema de recompensa). Através dos comportamentos adictivos e abuso de substâncias psicoactivas adictivas, provoca uma modificação dos circuitos neuronais e o aparecimento de sintomas físicos, psicológicos e espirituais no individuo através da procura e recompensa patológica do prazer e alivio imediato. Para que você perceba melhor, esta região do cérebro controla os movimentos do corpo[i]o  núcleo caudado (região do cérebro) situa-se na parte interna é muito primitiva e faz parte daquilo que se chama cérebro reptilário. Esta região do cérebro (sistema de recompensa) evoluiu muito antes dos mamíferos, há aproximadamente 65 milhões de anos. O núcleo caudado ajuda-nos a detectar e a aperceber de determinada recompensa, a seleccionar entre recompensas, a preferir uma recompensa específica, a prever uma recompensa e a esperar uma recompensa.

 

Se você é um adicto/a toda a sua vida (família, trabalho, amizades, saúde, recursos financeiros, etc) gira em torno da recompensa adicção a comportamentos (jogo, compras, sexo, dependência emocional, distúrbio alimentar) e/ou a substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool, e/ou ilícitas, geradoras de dependência e fica comprometido em termos das suas decisões (atitudes e comportamentos), por outras palavras; perde o controlo sobre as já referidas substâncias e/ou os comportamentos adictivos.

 

Áreas do cérebro afectadas pela adicção:

  • Recompensa (motivação)
  • Prazer
  • Motora (Aptidão psicomotora)
  • Humor
  • Memoria (processamento)
  • Sono
  • Cognição (défices cognitivos)

Considera que a sua adicção está a comprometer seriamente a sua qualidade de vida e a qualidade dos relacionamentos com pessoas significativas? Se estiver confuso/a em relação à resposta pode enviar um email para joaoalexx@sapo.pt e colocar as suas questões. Todos os dados são confidenciais (sigilo total).

 



[i] Referências bibliográficas

Schultz, 2000; Delgado e colegas, 2000; Elliot e colegas, 2003; Gold, 2003

Distúrbio Alimentar em “Piloto Automático”

Desde muito cedo aprendemos que o tempo útil disponível aparenta ser insuficiente. Todos nós vivemos num corrupio diário, capaz de gerar emoções muito dolorosas (stress), como se o nosso bem-estar e a qualidade de vida dependessem disso e andamos uma parte muito significativa das nossas vidas sempre ocupados e preocupados com as contas, com os estudos, com o trabalho, com os pais, com os filhos, com a alimentação, com as compras mais variadas e as arrumações, com o patrão, com o emprego, com a mulher/marido, com a empresa, com as dietas, com o exercício físico e a imagem, com a saúde, com a casa, com o dinheiro, com a família, com o/a parceiro/a, com o sucesso e o prestigio, com a perfeição e o controlo (poder), com a falta de tempo, mas também acontece, por irónico que seja, quando não estamos ocupados também ficamos preocupados. A vida é difícil.

 

Progressivamente, vamos acumulando e sobrecarregando a nossa limitada agenda com tarefas e/ou compromissos urgentes e importantes. Na maioria dos casos, tudo é urgente, para ontem de preferência. Através deste tipo de comportamento problema podemos ficar vulneráveis e expostos à adversidade e/ou à doença,  por ex. comportamentos adictivos (substâncias licitas, incluindo o álcool, as ilícitas, o jogo, o sexo, o distúrbio alimentar, as compras - shopaholics, o shoplifting - furto. Determinados atitudes e comportamentos geradores de desconforto podem despoletar o mecanismo (ex. prazer, bem estar, procura do alivio do sofrimento e/da apatia, do aborrecimento, da depressão ou da ansiedade) que supostamente nos protege da dor (tipo efeito amortecedor) mas na realidade e progressivamente, conduz-nos no sentido contrario, da dependência e mais sofrimento.

 

 

 

Emoções associadas aos comportamentos adictivos (Doença de Sentimentos)

 

Uma imagem vale mais do que 1000 palavras...

Adicção: vidas duplas repletas de singularidade e secretismo

 

A maioria dos adictos às substancias psicoactivas (licitas e/ou ilícitas) e/ou comportamentos (jogo, relações, compras - shopaholics, sexo, distúrbio alimentar, shoplifting - furto) permanecem “presos à teia” da Adicção apesar das consequências nefastas e clinicamente significativas, no seu dia-a-dia, (por ex. negação, vergonha, medo, sentimentos de culpa, ressentimentos) isto é, perdem o controlo nas mais variadas áreas da sua vida ex. família, trabalho, saúde, problemas legais ficando assim limitados na ajuda disponível.

 

O que é que mantém os adictos/as doentes?

 

Gostaria de expor alguns casos e explorar os factores que contribuem para a progressão da doença, para a alienação de valores e o desfasamento entre a realidade e a Adicção. A Adicção é uma doença. A maioria dos adictos reconhece que algo está errado, todavia censura os sinais evidentes e reais do desgoverno recorrendo a todo um conjunto de mecanismos psicológicos que o mantém doente e centrado no prazer imediato, no isolamento, na obsessão e compulsividade e na ilusão do controlo. Muitos afirmam “Eu sei que estou mal, Mas…”

O que é que mantém estes indivíduos doentes e disfuncionais ao invés de pedir ajuda? São imensos os factores e aqueles que gostaria de realçar é a Negação, a Vergonha e o Estigma associado ao comportamento adictivo.

 

Qualquer semelhança com estes casos é pura coincidência. Os dados destas pessoas foram alterados.

 

Carlos. 47 Anos, casado e com 2 filhos. Adicto ao jogo. Profissão: Gerente Bancário.

Consequências da Adicção. O Carlos joga no casino com o dinheiro do seu ordenado (totalidade), com o dinheiro da esposa, e por vezes aquele que é para pagar despesas da casa e da escola dos filhos. Através de um esquema fraudulento e falsificação utiliza o dinheiro de três clientes do banco. A mulher do Carlos, desesperada, adopta o silêncio, mantendo secreto a doença do marido com receio de represálias e que este a abandone. A mulher e o Carlos acumulam dívidas no total de 16mil euros. Os pais do Carlos assim como os sogros ignoram a Adicção ao jogo. Os filhos do casal têm problemas no rendimento escolar (agressividade e impulsividade). Nos encontros sociais esta família aparenta felicidade e união.

 

 

Imoralidade ou doença? Shoplifting - Furto


 

Aqueles indivíduos que são dependentes de substâncias (lícitas, inlcuindo o alcool, e/ou ilícitas) e/ou comportamentos adictivos (jogo, sexo, compras - shopaholics, shoplifting - furto, codependência e distúrbio alimentar) estão expostos e vulneráveis a um conjunto de mecanismos (bio-psico-social) que contribuem e reforçam a progressão da doença da Adicção (ex. craving /ânsia, fixação, desejo poderoso e irresistível). Nos últimos 15 anos alguns estudos revelam que os comportamentos adictivos interferem no funcionamento normal do cérebro responsável pela aprendizagem e a recompensa (gratificação). Os genes “dão as ordens” perante determinadas “ameaças” e o cérebro executa-as.

 

A Adicção é uma doença do cérebro com sintomas psicológicos. Como seres humanos, possuímos um mecanismo maravilhoso e misterioso no cérebro que nos mantém vivos das mais variadas ameaças por ex. tragédias, acidentes, situações de perigo. O que é acontecia se não sentíssemos medo? Certamente morríamos. Todavia também aprendemos que a vida, desde a nascença até a idade adulta, apresenta um conjunto complexo e indeterminado de ameaças. Sentimos o isolamento e a tristeza, a dor da perda de algo ou alguém especial, a separação, o insucesso, a injustiça, a frustração e a angústia. Seremos bem sucedidos na gestão da adversidade? Gostamos de nós, tal como somos? Somos aceites? Os outros gostam de nós? E se nos acontece alguma desgraça?

 

O que é o Shoplifting  - furto?

O Shoplifter é um indivíduo que não consegue controlar-se perante a ânsia em roubar de uma forma repetitiva. Rouba diversas coisas, desde roupa, gadgets, produtos e dinheiro. Não o faz porque precise, mas porque não consegue controlar as suas atitudes e comportamentos. Rouba pela sensação de imoralidade e de perigo que provoca, não pelo objecto em si. Como sabemos a vida é difícil. A maioria dos shoplifters identifica uma sensação de grande injustiça nas suas vidas e roubar é a forma como actua sobre esse sentimento persistente, intenso e doloroso. Generaliza e reforça os seus comportamentos adictivos “Se os outros também roubam tenho o mesmo direito de fazer o mesmo.” Simbolicamente, roubar é repor a justiça e a igualdade.

 

Shoplifting é um Problema?

Em relação a este tipo de comportamentos, as pessoas em geral pensam que se rouba porque o indivíduo não tem recursos financeiros, é marginal. Na realidade, a maioria dos Shoplifters que conheço não se encaixa neste “perfil”, pelo contrário.

Quantas pessoas são detidas, diariamente, pelo shoplifting em Portugal? Nos centros comerciais? Nos supermercados? No local de trabalho?

 

Quantas centenas de euros são gastos em sistemas de segurança de forma a prevenir e minimizar o shoplifting em Portugal? Quantas pessoas respondem em tribunal por causa do shoplifting? É crime ou uma doença?

 

Imagine um indivíduo numa loja, acompanhado pelo filho menor, após roubar algo é detectado e detido pelo agente da lei. Quais as consequências para esta criança? A vergonha e a impotência para o shoplifter.  Imagine que são mais filhos? Imagine que o shoplifter vai acompanhado por alguém de família que não sabe do problema e que de repente se depara com uma situação insólita. Conheço alguns casos onde os membros de família negavam que a filha praticava o shoplifting? Afirmavam “João Alexandre, não é possível…A minha filha nunca faria uma coisa dessas. Não precisa de roubar. É impossível uma coisas dessas acontecer a alguém da minha família.”

 

Um caso

A Susana (nome fictício) tem 37 anos, é mãe separada, tem um emprego estável e apresenta comportamentos adictivos em relação ao sholifting desde a sua adolescência. Identifica a necessidade de mudança de atitudes e comportamentos adictivos que reforçam o acto (ânsia irresistível) do roubar, porém aparenta estar “presa” na ambivalência,  afirma “João, se os outros também roubam  tenho o mesmo direito” ou “ Se me roubam também faço o mesmo…e não me apanham.”. A ambivalência reforça ou reduz a motivação para a mudança.

 

Quais os factores positivos (reforço do acto do shoplifter) ?

Satisfação imediata,

Auto-controlo,

Aventura (quebrar a rotina/aborrecimento)

Risco associado ao perigo (quanto maior é o perigo e as eventuais consequências maior é a satisfação e o desafio)

Delinquência (fora do sistema legal e moral – é diferente). É um estilo de vida secreto -  vida dupla. Rege-se por outro tipo diferente de regras sociais.

 

Quais as consequências negativas possíveis?

Isolamento social,

Insónia,

Perda de controlo dos seus impulsos;

Perda da auto-estima;

Perda de confiança pela família, incluindo as crianças;

Medo de perder o emprego e amigos;

Problemas com a lei;

Viver na mentira e a negação (vida dupla – segredos).

 

Algumas emoções associadas ao shoplifting - furto

Raiva, Injustiça, ansiedade, inadequação, solidão, sentimento de culpa, desconfiança, pânico, depressão, vergonha, rejeição.

 

Alguns contextos sociais capazes de despoletar o Shoplifting.

Natal, Época de Saldos, Centros Comerciais, Supermercados, Casamentos, Festas Sociais.

 

Se identifica alguns destes sinais e ou sintomas peça ajuda, porque depois pode ser tarde. Se pratica o shpolifting você não é culpado, você está doente e é responsável para pedir ajuda.

 

Qual é a sua motivação para expor o seu problema? Identifica a ambivalência e o sentimento de injustiça na sua vida? Fale sobre essas emoções. Se desejar pode enviar um email para joaoalexx@sapo.pt . Todos os dados são confidenciais

 

 

Hierarquia das Necessidades Humanas e a Adicção

Hierarquia das necessidades humanas, segundo Maslow 1962; Weil 1973; Miller 1981; Glasser 1985

 


1. Sobrevivência
2. Segurança
3. Toque, contacto físico
4. Atenção
5. Efeito-espelho
6. Orientação
7. Escuta atenta
8. Ser verdadeiro
9. Participar
10. Aceitação
Os outros estão conscientes, levam a sério e admiram o seu “Eu Verdadeiro”. Liberdade para ser o Eu Verdadeiro.
Tolerância para com os sentimentos pessoais.
Validação.
Respeito.
Pertença e amor.
11. Oportunidade para chorar as perdas e para crescer
12. Apoio
13. Lealdade e confiança
14. Realização
Pericia, Poder, Controlo.
Criatividade.
Sentido de Unicidade.
Contribuir
15. Alterar o estado de consciência, transcender o vulgar
16. Sexualidade
17. Divertimento
18. Liberdade
19. Nutrição
20. Amor incondicional (incluindo ligação a um Poder Superior)

Comentário: Como podemos verificar na hierarquia das necessidades humanas, segundo Maslow, Weil, Miller e Glasser, a sobrevivência é a primeira e a segurança logo a seguir. O que é que isto nos diz acerca da natureza da adicção, ex. álcool e ou outras drogas, jogo, sexo, dependencia emocional, compras, disturbio alimentar, shoplifting (furto)?
Na minha perspectiva, revela imenso sobre a forma como o ser humano recorre às substancias e actividades/comportamentos como uma mecanismo de defesa (sobrevivência). Algo não está bem, ou não nos sentimos suficientemente bem na nossa “pele”.
Desde cedo, constatamos que o mundo e a vida, em geral, gera uma enorme (pressão) e é doloroso. Desejamos controlar a felicidade e a segurança na nossa vida e competir com as pessoas à nossa volta; seja no estudo, nas relações, na alimentação, nos carros, na conta bancaria, no trabalho, custe o que custar. Acredito que a adicção surge como um mecanismo, tipo “amortecedor” emocional, que atenua os ciclos da dôr (sofrimento) do crescimento emocional e da adaptação as vicissitudes da vida (separação, perda, doença, abuso, morte, divórcio, despedimento). Cedo acreditamos, erradamente, que controlamos as nossas emoções e a viver segundo padrões e regras rígidas, tais como a culpa (pecado) e a vergonha tóxica impostos pela nossa família, pela cultura e pela nossa sociedade, que exigem, em muitos casos, que sejamos aquele que mais tememos ser. Por ex. para ser aceite é preciso ser bonito e elegante, para ser atraente é preciso ser magro e alto, para ser reconhecido é preciso ser rico, é preciso seguir as modas e as tendências já estabelecidas, por vezes, ditadas pelos meios de comunicação. Precisamos de ser o numero um, no pódio da vida. Perder é ser um fracasso, aprendeu-se que cometer erros não é Ok, em vez de ser ao contrario, é com os erros que aprendemos. Procuramos poder, sucesso e prestigio nem que para isso tenhamos de fazer/ser algo que a médio a e longo prazo se torne auto-destrutivo. Afirmamos e generalizamos, "Se os outros fazem também posso fazer."
E neste processo que surge a adicção, atitudes obsessivas e comportamentos compulsivos, com base no prazer imediato. Procura-se na adrenalina o risco e o perigo no aqui-e-agora. Acaba por ser um modo de vida, uma representação do palco da vida.

Acredito, profundamente que a resposta para interromper estes ciclos obsessivos e compulsivos reside na componente emocional e espiritual, não religioso sem dogmas e divindades, entre os seres humano. Sozinhos não somos capazes, juntos conseguimos. Somos seres gregários e unicos. O poder (sentimento de ligação a uma força superior imaterial sem dogmas e divindades) do grupo supera e transcende o isolamento do indivíduo descompensado, egoísta e egocêntrico gerando sinergias altamente construtivas e inspiradoras. “Viver não custa, custa é saber viver”

Algumas características do Eu verdadeiro
  • Eu autentico
  • Eu real
  • Genuíno
  • Espontâneo
  • Expansivo e terno
  • Dar, comunicar
  • Aceitar-se a si e aos outros
  • Compassivo
  • Ama incondicionalmente
  • Tem sentimentos, incluindo a raiva apropriada ou espontanea
  • Afirmativo/assertivo
  • Intuitivo
  • Criança Interior, Criança Interna, Capacidade para agir como uma criança
  • Precisa de brincar e de se divertir
  • Vulnerável
  • Poderoso (carismatico) no verdadeiro sentido da palavra
  • Confiante
  • Gosta de ser apreciado
  • Entrega
  • Tolerante
  • Aberto ao inconsciente
  • Tem em mente a nossa Unicidade
  •  
Algumas características do Eu Falso
  • Eu falso, mascaras
  • Eu falso,
  • Desconfiado, ambivalente
  • Planos e esquemas
  • Contraído e receoso
  • Retraído, egoísta
  • Invejoso, critico e perfeccionista
  • Orienta-se pelos outros, demasiado conformista
  • Ama condicionalmente
  • Nega ou esconde sentimentos, incluindo a raiva há muito reprimida (ressentimento)
  • Agressivo e/ou passivo
  • Racional, lógico
  • Papel Pai/ Adulto-enfatizado, pode ser infantil
  • Evita brincadeiras e a diversão
  • Finge ser sempre forte
  • Poder limitado
  • Defensivo
  • Evita ser apreciado
  • Controla-se, retrai-se
  • Auto-justifica-se
  • Fechado ao material inconsciente
  • Esquece a nossa Unicidade; sente- se separado
  •