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Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Recuperar das Dependências (Adicção)

Contra o estigma, a negação e a vergonha associados aos comportamentos adictivos. O silêncio não é seguramente a melhor opção para a recuperação; ninguém recupera sozinho.

Contra o estigma, a negação e a vergonha

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Contra o estigma, a negação e a vergonha. Em pleno seculo XXI, estas três palavras poderosas, possuem um efeito nocivo e têm um  impacto devastador na sociedade, são como uma pandemia. A sociedade somos todos nós. O fenómeno é transversal, no dia a dia, afectam pessoas, familias e instituições no tratamento e recuperação dos comportamentos adictivos, através de preconceitos, tabus, segredos, recaídas, solidão e crenças retrogadas profundamente enraízadas no individuo. O meu trabalho, contra o estigma, a negação e a vergonhar é diagnosticar, informar, educar, acreditar, emponderar e ser um aliado na transformação de juizos, crenças, atitudes e comportamentos no individuo, na familia e na sociedade. Apesar dos efeitos adversos, é possivel recuperar dos comportamentos adictivos e adoptar um novo e saudavel estilo de vida. Existe a esperança. 

Adicção fonte de mitos, tabus e segredos

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É mito? Tabu? Negação? Ou a realidade diz-nos que as crianças também sofrem, em silêncio, com os comportamentos adictivos?

Vamos indagar e procurar compreender este fenómeno observado no contexto de tratamento (em regime de internamento ou regime de consultas ambulatórias) do comportamento adictivos, segundo os pais e seus familiares afirmam: “Os meus filhos não são afetados pela adicção.”

Há três décadas, com demasiada frequência, escuto pais adictos com filhos, e familiares, afirmarem, convictamente, que a dependência de substâncias psicoativas, vulgo drogas, incluindo o álcool e/ou comportamentos adictivos (jogo patológico, relações de dependência, adicção ao sexo, compras, furto nas lojas, adicções cruzadas/comorbilidade) não afetam as crianças. 1) são muito pequeninas, não têm o mesmo discernimento que os adultos ou 2) porque não sabendo do problema não sofrem as consequências.

Algumas afirmações mais comuns.

“Os meus filhos são crianças muito pequenas e não se apercebem do problema da minha dependência.”

“Como pai/mãe jamais faria alguma coisa que prejudique os meus filhos.”

“As crianças ainda não se aperceberam o que se passa lá em casa. Apesar das discussões com a família, não consumo drogas em casa.”

“Posso ter um problema de adicção, mas consigo separar da relação que tenho com os meus filhos, impedido assim que eles sejam prejudicados.”

“A minha dependência não é assim um problema tão grave…consigo controlar a situação.”

“Quando discuto com a minha/meu esposa/o sobre o tema é a dependência não há agressividade e antes levamos as crianças para os seus quartos. Não queremos que elas estejam presentes.”

Apesar de o ser humano, ignorar a evidência científica, este fenómeno, sobre a adicção não afeta as crianças, pode ser mais um caso a juntar a tantos outros?

Na sociedade atual, os exemplos sobre a descrença popular na investigação científica são numerosos e não é possível descreve-los a todos neste texto. Estes exemplos que irei expor são suficientes para constatarmos os factos. Sem mais delongas, vejamos vários casos do conhecimento geral. Segundo a investigação científica está comprovado que a obesidade representa risco de doença cardíaca, colesterol elevado, regimes alimentares altamente calóricos, hábitos sedentários, ausência de exercício físico e seguir uma alimentação saudável. Segundo a investigação científica está comprovado que a dependência do tabaco representa um sério risco de cancro nos pulmões. Segundo a investigação científica está comprovada que a exposição excessiva ao sol está associada a cancro da pele, no verão as praias estão repletas de pessoas, mesmo no período do dia em que a temperatura é mais elevada.

 

 

José Carlos Pereira e a adicção " A partir do segundo copo..."

"Se não beber hoje, em recuperação, não volto ao passado da adicção activa, alcool e drogas. Ganhei uma força para seguir em frente..."
 
Recuperar é que está a dar, José

A adicção ao sexo manifesta-se através da perda do controlo

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 "Querida adicção, podes ter destruido o meu passado, no presente sinto dor, mas não permito que interfiras com o meu futuro."

Durante um período significativo o tema sexo está presente nas nossas vidas. É uma componente da intimidade, do romance, da sedução nas relações, vai para além da própria reprodução. Durante o acto sexual vale tudo, umas pessoas são mais conservadoras enquanto outras correm mais risco (aumentar o prazer sexual). O sexo é como a comida, existem imensos pratos de todo o tipo e ao gosto de cada um. No sexo vale tudo desde que seja consentido, respeitoso, com limites, prazeroso e proporcione intimidade a cada um dos parceiros. Na adicção ao sexo, seja praticado de que maneira for é sempre gerador de sofrimento, vergonha, desrespeito, falta de consenso, ansiedade, limites e em alguns casos, abuso. Na nossa sociedade, o tema sexo, ainda é conservador, machista e repleto de preconceitos e tabus.

Ao longo da minha experiência profissional algumas caraterísticas dos indivíduos adictos ao sexo (homens adictos de idades entre os 26 e os 45 anos) alguns são também dependentes de substâncias ilícitas e sexo compulsivo (masturbação, pornografia, sedução, jogos psicológicos – “caça à presa”, aumento do desejo intenso no envolvimento em relações românticas na busca do prazer imediato - paixão romântica e acting-out – “Será amor ou adicção”, alívio da tensão e ansiedade). Também já acompanhei indivíduos adictos ao sexo sem outra dependência. O sexo funciona como um “amortecedor” para gerar alívio da ansiedade (pressão), da obsessão e da frustração. É do conhecimento geral que o sexo é uma fonte natural de recompensa e prazer no ser humano. Para a recuperação, indivíduos dependentes e família o tratamento da adicto ao sexo representa sempre um grande desafio. Pelo estigma, pela vergonha e perda da motivação para a mudança. Um número significativo de homens, não considera a obsessão e a compulsão pelo sexo um problema, pelo contrário consideram-se “play boys” ou “garanhões”.  Existem vários tipos de adicções: 1) a substâncias psicoactivas do sistema nervoso central e 2) a comportamentos adictivos que exigem abordagens diferentes no tratamento – cada caso é um caso.

Existem indivíduos que apresentam uma predisposição (neuro.bio.psico.social) para o comportamento impulsivo, gratificação imediata, procura de sensações extremas através de comportamentos de risco/perigo em que o sexo é a componente principal, tal como acontece com outro tipo de comportamentos adictivos. Este tipo de comportamentos pode afectar e modificar o funcionamento do cérebro. Estes indivíduos estão vulneráveis e negligenciam a monitorização (estado de alerta) dos seus comportamentos de risco, por exemplo, definição de limites nos relacionamentos românticos e alguns indivíduos adictos ao sexo identificam dificuldades em distinguir a diferença entre o sexo saudável do sexo compulsivo. Gostaria também de acrescentar que existem indivíduos que apresentam comorbilidade (diagnósticos duplos e triplos). Refiro-me na dependência a drogas e álcool, jogo e sexo. Distúrbio alimentar, sexo e ansiedade extrema. Sexo, compras compulsivas e perturbações do humor. A maioria dos indivíduos adictos ao sexo são indivíduos perfeitamente integrados na sociedade, membros de família, trabalham ou possuem carreiras profissionais de êxito e ocupam lugares de poder.  

 

 

Gestão de conflitos

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Cometer erros é Ok, mas podemos agravar a situação quando os justificamos com mentiras.

A mentira é o oposto à vulnerabilidade

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Muitas mentiras pequenas fazem uma mentira grande.

Leituras de 2020

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As minhas leituras de 2020, das quais recomendo.

Daniel H. Pink – “Quando”

Brené Brown – “A Força da Coragem”

Daniel Kahneman – “Pensar, depressa e devagar” segunda leitura

Adam Grant – “Originais”

Sam Harris – “Os Orfãos da Religião”

Yuval Noah Harari – “”Homo Deus”

Richard Thaler e Cass R. Sunstein – “Nudge”

Steven Pinker - “O Iluminismo – Agora”

Elisabeth Kubler-Ross – “A Roda da Vida”

William Miller e Stephen Rollnick – “Entrevista Motivacional” 3ª Edição

Ed Catmull – “Criatividade”

Sheryl Sandberg e Adam Grant - “Opção B”

 

 

Nota pessoal: O critério para a seleção dos livros deve-se, principalmente, aos seus autores, investigadores de renome, cujas temáticas, tais como a motivação, a mudança, a felicidade, a resiliência, a garra, a persistência, os hábitos são temas recorrentes no meu trabalho do dia-a-dia. Desde 1993, dedico uma parte substancial, da minha carreira profissional, à aprendizagem contínua como forma de manter-me atualizado, a fim de prestar o melhor serviço possível, a todos aqueles que procuram, na doença e na adversidade, encontrar competências para vencer. Afinal, o que seria de nós, se não tivéssemos defeitos, se não estivéssemos expostos à adversidade e se não tivéssemos ajuda? Graças aos defeitos, à adversidade e haver pessoas especiais, conseguimos ser pessoas honestas, persistentes, mais resilientes e encontrar um propósito na vida; fazer a diferença, pela positiva, um dia de cada vez. As pessoas mais felizes gostam de pessoas.

Sentimentos e decisões

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Sentimos a dor, o remorso, a vergonha, a culpa mas orientamos a nossas decisões pela motivação, confiança e esperança.

Cometer erros? Para quê?

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Quais são as consequências dos erros que cometemos? São experiências transformadoras, para melhor.

Desafios do devir

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Um dos desafios do devir é conseguirmos adaptar à realidade